A Folha de S.Paulo é o primeiro dos grandes jornais brasileiros a digitalizar seu acervo integral e a colocá-lo à disposição dos leitores.
O processo demorou cerca de um ano.
Envolveu dezenas de pessoas do jornal e a contratação da empresa Digital Pages.
O custo estimado foi da ordem de R$ 3 milhões, o que inclui a digitalização, o armazenamento e o espaço em servidores capazes de suprir a demanda que será criada na internet.
Nesta fase inicial, qualquer pessoa poderá ter acesso gratuito por meio do site acervo.folha.com.br.
"Após um período de degustação aberto a todos, o acesso gratuito será mantido só para assinantes do jornal. É uma ferramenta poderosa para pesquisas e uma vantagem a mais para o leitor fiel da Folha", afirma Antonio Manuel Teixeira Mendes, superintendente do jornal.
BUSCAS
"Todas as páginas receberam OCR, a tecnologia que permite o reconhecimento de caracteres nas imagens. Com isso, será possível fazer pesquisas simples ou sofisticadas sobre os textos do acervo de forma intuitiva. E, com enorme volume de páginas, a interface foi desenhada para que a busca traga resultados contextualizados visualmente em poucos cliques", diz Ana Busch, diretora-executiva da Folha.com.
Jorge Araújo-23.ago.1979/Folhapress | ||
Pomba pousa sobre faixa durante ato em favor da anistia a exilados e presos políticos na praça da Sé, em SP |
O trabalho foi quase todo feito a partir de microfilmes do jornal.
Em 1982, a Folha começou a microfilmar suas edições desde a década de 1920. "Embora existam as coleções em papel, o microfilme é importante para preservar o material. A vida estimada de um livro em papel de jornal é de cem anos. Em microfilme, dura cerca de 500 anos", afirma Carlos Kauffmann, gerente do Banco de Dados da Folha e um dos coordenadores do projeto.
Ainda hoje a Folha continua sendo microfilmada. Para efeitos legais, só cópias a partir desse meio são aceitas em processos na Justiça.
"O fato de o jornal na década de 1980 ter decidido microfilmar seus exemplares antigos facilitou bastante o processo. No ano passado, a digitalização começou a partir dos microfilmes. Mesmo os das edições mais velhas estão em boa qualidade", explica Kauffmann.
A partir de agosto de 2003, os arquivos em pdf (imagens digitais das páginas) do jornal foram usados para o atual projeto de colocar na internet todo o acervo.
O projeto de digitalização e apresentação das páginas na web privilegia o acesso amplo dos leitores.
Ao fazer a busca de um texto, o interessado chegará à página correspondente e terá a possibilidade de folhear a edição do jornal daquele dia ou até de um período mais longo.
Nesse sistema, o trabalho de pesquisa se torna mais rico.
Por exemplo, numa busca sobre a Segunda Guerra Mundial, ao chegar ao artigo específico, o interessado também poderá ler as reportagens publicadas na mesma página e em outras partes da edição naquela data.
Em breve, outros jornais do Grupo Folha também terão seus acervos digitalizados. Entre eles, o "Notícias Populares", que circulou de 15 de outubro de 1963 a 20 de janeiro de 2001, e a "Folha da Tarde", criada em 1949.
GRANDES REPORTAGENS
Para a edição do jornal tradicional (em papel) da Folha de amanhã (19), os leitores terão um caderno especial, onde o jornal relacionou 90 grandes reportagens - como o caso do mensalão (2005), e fotos publicadas ao longo de todas as suas edições - além de crônicas assinadas por seus principais colunistas - como José Simão, Barbara Gância e Clóvis Rossi - relatando suas histórias de vida na Folha.
Esse índice pode servir de guia para quem deseja fazer uma viagem histórica pelas páginas do jornal nas últimas nove décadas.
É o maior jornal do país mais uma vez saindo na frente da concorrência - e é por isso que eu sou seu assinante fiel a mais de 30 anos.
Folha: Não dá pra não ler.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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