quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

BERLIM 2011 APOSTA EM NOVATOS, 3D E FILMES BRASILEIROS

Em 2010, o Festival de Berlim comemorou a 60ª edição com a exibição de uma cópia restaurada e ampliada de "Metrópolis" - exibida no portão de Brandemburgo para milhares de pessoas - e uma seleção recheada de filmes de grandes cineastas, de Martin Scorsese a Zhang Yimou.

Este ano, Dieter Kosslick, diretor do evento, promoveu uma mudança na abordagem da programação, que começa hoje (10), com a projeção de "Bravura Indômita", dos irmãos Joel e Ethan Coen, na qualidade "fora de competição".

Getty ImagesDieter Kosslick, diretor da Berlinale, apresenta o pôster da edição de 2011

Um terço dos selecionados é de diretores de primeira ou segunda viagem, resultado da colheita de iniciativas como o Talent Campus e de parcerias como a feita com o Sundance Festival, de Robert Redford.

E o 3D amplia sua participação, com três produções: os documentários "Pina", de Wim Wenders, e "Cave of The Forgotten Dreams", de Werner Herzog, e a animação "Tales of The Night", do francês Michel Ocelot.

Entre os novatos, alguns não são tão novos assim, como Ralph Fiennes, que faz sua estreia na direção com "Coriolanus".
Atualização da peça de Shakespeare para os dias de hoje, traz Fiennes no papel-título, e Vanessa Redgrave e Gerard Butler no elenco.

Assim como Fiennes, Victoria Mulroney também estreia na direção depois de sustentar uma carreira como atriz: "Yelling to the Sky" traz Zoe Kravitz e Gabourey Sidibe - "Preciosa" - no elenco.

A roteirista argentina Paula Markovitch também entra na categoria novatos - apesar de ter assinado vários roteiros de filmes que competiram na Berlinale - debutando como diretora com "El Premio", filme semi-autobiográfico em que o ensaio de uma jovem engajada coloca os pais em dificuldade.

Outra tradição da Berlinale é continuar apostando em valores nos quais investiu.
Casos de Joshua Marston - "Maria Cheia de Graça" -, que volta com "The Forgiveness of Blood", ambientado na Albânia, e o iraniano Asghar Farhadi - "Procurando Elly" -, que traz "Nader and Simin - A Separation".

De Sundance, estarão presentes: "Margin Call", do estreante J.C. Chandor; "The Guard" e a iniciativa em parceria com o You Tube "Life in a Day".

O Brasil marca presença na seleção oficial, embora esteja fora da mostra competitiva. "Tropa de Elite 2", de José Padilha, será exibido na Panorama, mostra não-competitiva e um dos principais pontos de convergência do festival. "Os Residentes", do crítico e cineasta mineiro Thiago Mata Machado, marcará presença no Fórum, este um espaço reservado à busca de novas formas de narrativa cinematográfica.

E vamos falar do cinema brasileiro em Berlim: "Tropa de Elite 2" será apresentada em uma mostra paralela - a Panorama - três anos depois de a primeira versão de José Padilha ganhar o Urso de Ouro na competição.

A Mostra Panorama premia os filmes a partir da seleção do público, e os vencedores ganham "Ursinho dourado" em várias categorias.
Nas principais categorias, há também prêmio em dinheiro.

O Festival de Berlim é uma boa vitrine para o cinema latino-americano desde que Dieter Kosslick assumiu a direção do evento em 2001.

Outras mostras paralelas, como a mostra Fórum, dedicada a garimpar novas formas de fazer cinema, vai exibir "Os Residentes", de Tiago Mata Machado.

Na lista de produções nacionais no festival, também fora do concurso, estará o curta-metragem "Ensolarado", de Ricardo Targino, na mostra Geração.

A boa sintonia entre o Festival de Berlim e a América Latina começou em 1998, ano em que o filme brasileiro "Central do Brasil", de Walter Salles, levou o Urso de Ouro.

A Berlinale reiterou apoio ao diretor iraniano Jafar Panahi, preso em seu país, ao anunciar que estava aberto para ele um lugar no júri, presidido pela atriz Isabella Rossellini.

"A Berlinale mantém um lugar reservado para Jafar Panahi e, ao fazer isto, destaca apoio a sua luta pela liberdade", assinalou a organização em comunicado.

É hoje!

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