sábado, 26 de fevereiro de 2011

OSCAR 2011: A ACADEMIA A-DO-RA UM PALÁCIO E UM SOTAQUE BRITÂNICO

É cada vez mais provável que o Oscar se renda a "O Discurso do Rei" amanhã.

E isso só prova de que não há nada como um sotaque britânico, algumas construções históricas e, o melhor de tudo, algumas figuras da realeza para deixar Hollywood - e os americanos alvoroçados.

Poucos americanos, - acostumados a olhar só para seu próprio umbigo - tinham ouvido falar do rei George 6o - o monarca que conduziu a Grã-Bretanha durante a 2a Guerra Mundial e foi pai da atual rainha Elizabeth 2a - antes de Colin Firth interpretá-lo em "O Discurso do Rei", como um homem tímido e gago.

Agora muitos americanos já conhecem sua história e, se o filme for premiado, muitos outros vão querer saber mais sobre ele.

Confira o trailer de "O Discurso do Rei":


E é muito provável que "O Discurso do Rei" leve para casa pelo menos alguns Oscar, já que recebeu 12 indicações da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, mais que qualquer outro filme.

Ao longo da história dos EUA - ex colônia britânica - os americanos sempre sentiram fascínio pela pompa real, mesmo na telona.

E casos e mais casos dessa babação de ovo explícita são encontrados aos montes na história: em 1860, por exemplo, o piso de um salão de bailes em Nova York desabou sob o peso de milhares de pessoas que se reuniram para ver o ainda adolescente príncipe Albert Edward, filho da rainha Vitória.

Nesse exato momento, os americanos estão à beira de um ataque de nervos, por conta da "febre de casamento real" - a união do príncipe William com Kate Middleton, marcada para abril.

"Apesar de termos vencido a guerra de independência dos EUA, ainda nos rendemos à realeza britânica. Adoramos o sotaque britânico, que soa tão mais chique, e ao longo da história do Oscar percebe-se um viés evidente por filmes britânicos", disse Tom O'Neil, dos sites especializados em premiações de cinema goldderby.com e theenvelope.com.

Os críticos, o público e os sindicatos profissionais de Hollywood reagiram calorosamente à história humana de "Discurso", sobre amizade, coragem e vitória sobre adversidades, apresentada por um elenco forte que inclui os indicados ao Oscar Helena Bonham Carter e Geoffrey Rush, além do próprio Colin Firth.

O fato de os assessores da rainha Elizabeth 2a terem revelado que ela achou o filme "comovente e agradável", depois de assistir a uma sessão reservada em janeiro, funcionou como a chancela real que faltava à obra.

É fato que filmes de época britânicos com frequência se saem bem nos Oscar.

Dame Helen Mirren ganhou seu Oscar por retratar Elizabeth 2a em "A Rainha"
(2006).

Relembre Dame Mirren como a Rainha Elizabeth 2a:


"Assassinato em Gosford Park" ( 2001) valeu um Oscar de melhor roteirista a Julian Fellowes, e "Shakespeare Apaixonado" (1998) levou sete Oscar, incluindo um para Dame Judi Dench pelo papel da rainha Elizabeth 1a, do século 16.

Relembre "Shakespeare Apaixonado":


Uma das coisas mais espantosas desta temporada de premiações vem sendo a maneira com que "O Discurso do Rei" passou à frente de "A Rede Social", um dos primeiros filmes a ser visto como favorito ao Oscar.

"A Rede Social" recebeu os primeiros prêmios de grupos de críticos americanos, mas "O Discurso do Rei" mudou tudo quando começou a ser escolhido por sindicatos profissionais como os dos produtores, dos diretores e dos atores dos EUA.

"'A Rede Social' é a epítome do filme americano, mas enfrentou um drama histórico britânico clássico sobre a realeza", disse O'Neil.
"Se um plebeu britânico sofresse da mesma gagueira, nós o ignoraríamos, adoradores que somos da família real."

Pelo visto, essa síndrome americana de achar tudo que é britânico chique e cool vai fazer com que o filme do rei gago leve a principal estatueta da noite de domingo.

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