"Dos Homens e dos Deuses", de Xavier Beauvais, foi escolhido nesta sexta-feira (25) como melhor filme francês do ano na cerimônia do César Prix, mas foi Roman Polanski que roubou a cena ao ganhar o prêmio de melhor diretor - seu filme, "O Escritor Fantasma", colecionou o maior número de estatuetas da noite.
Beauvais recebeu o prêmio mais importante da noite, que por sua vez esconde o fracasso que obteve na cerimônia de premiação, na qual ganhou apenas três das 11 indicações.
Pareceu pouco prêmio para uma produção que alcançou um grande sucesso de crítica e público na França, onde mais de 3 milhões de pessoas a assistiram nos cinemas, chegando ao César respaldado por ter conquistado o Grande Prêmio do Festival de Cannes.
AFPAs atrizes Diane Kruger, Laeticia Casta e Lea Seydoux, no tapete vermelho do César Prix
Beauvais recebeu o prêmio mais importante da noite, que por sua vez esconde o fracasso que obteve na cerimônia de premiação, na qual ganhou apenas três das 11 indicações.
Pareceu pouco prêmio para uma produção que alcançou um grande sucesso de crítica e público na França, onde mais de 3 milhões de pessoas a assistiram nos cinemas, chegando ao César respaldado por ter conquistado o Grande Prêmio do Festival de Cannes.
AFPAs atrizes Diane Kruger, Laeticia Casta e Lea Seydoux, no tapete vermelho do César Prix
Mas à medida que transcorria a cerimônia, aumentava a tensão da equipe de "Dos Homens e dos Deuses", quando se observava os César escapando, para finalmente abocanharem os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Fotografia e a grande glória da cerimônia, Melhor Filme.
"Antes tarde do que nunca", exclamou o veterano Michael Lonsdale, após receber o prêmio da categoria Melhor Ator Coadjuvante, o primeiro da carreira de um ator que em maio completará 80 anos e que filmou ao lado das grandes estrelas do cinema francês e mundial.
Versátil, o ator, fluente em francês, inglês e alemão, interpretou um inesquecível vilão em um filme da saga 007 - o Hugo Drax de "Moonraker" (1979), aquele Bond filmado no Brasil e que euzinho apareço como figurante.
Depois chegou o momento de Melhor Filme, que Beauvais recebeu das mãos de Jodie Foster, apresentadora da cerimônia, falando um francês absolutamente impecável.
Foi a salvação para o filme, enquanto "O Escritor Fantasma" liderou com quatro prêmios.
Do alto de seus 77 anos, Polanski foi o personagem mais presente na cerimônia, como se o cinema francês quisesse mostrar-lhe seu respaldo após o ano cheio de problemas judiciais do artistam - foi detido na Suíça a pedido dos Estados Unidos, onde a justiça quer julgá-lo por um delito de abuso sexual cometido em 1977.
O diretor franco-polonês não quis perder a oportunidade de demonstrar seu reconhecimento.
Ao subir no palco para receber o prêmio de Melhor Diretor, lembrou que acabou seu filme "na prisão".
AFPO diretor Roman Polanski recebe seu César prix de Melhor Diretor, das mãos da atriz Emmanuèlle Beart
Foi seu terceiro César - o último foi conquistado em 2003 por "O Pianista", o que o consagra como um dos diretores mais premiados pelo cinema francês.
Ausente nas candidaturas de interpretação, "O Escritor Fantasma" acompanhou o prêmio de Polanski com três estatuetas técnicas, a de melhor Roteiro Adaptado, Trilha Sonora e Edição.
As contínuas referências a sua pessoa e o respeito demonstrado lhe transformaram no personagem da noite apesar do seu filme não ter sido vitorioso.
A outra vencedora da noite foi "Gainsbourg (Vie héroïque)", de Joann Sfar, que recebeu três das oito estatuetas anunciadas, como Melhor Estreia e Melhor Ator, para Eric Elmosnino.
Elmosnino superou atores consagrados como Lambert Wilson ("Dos Homens e dos Deuses"), Gérard Depardieu ("Mammuth"), Romain Duris ("Como Arrasar um Coração") e Jacques Gamblin ("Le nom des gens").
Wilson, que era anunciado como favorito, viu a estatueta escapar pela sétima vez em sua carreira.
O prêmio de interpretação feminina também foi uma surpresa: a Diva Catherine Deneuve não levou, como todo o mundo esperava, e foi parar nas mãos de Sara Forestier por "Le nom dês gens", que coleciona assim sua segunda estatueta para o currículo, após ganhar em 2005 como Atriz Revelação.
A cerimônia também teve sotaque latino: o venezuelano Edgar Ramírez recebeu o prêmio de Melhor Ator Revelação por sua interpretação de um terrorista no filme "Carlos" de Olivier Assayas.
Em paralelo, o argentino Juan José Campanella ficou sem estatueta pela obra "O Segredo dos Seus Olhos".
Indicada para Melhor Filme Estrangeiro, perdeu para a produção americana "A Rede Social", de David Fincher.
AFPO cineasta americano Quentin Tarantino segura seu César Prix D'Honeur.
A cerimônia, que contou com várias referências aos conflitos que no mundo árabe, serviu também para entregar um César de honra a Quentin Tarantino, e o palco do Teatro Châtelet também recebeu uma belíssima homenagem à atriz Olivia de Havilland, de 94 anos.
Ian Langsdon/EfeA atriz britânica Olivia de Havilland e o ministro francês da Cultura e Comunicação, Frédéric Mitterrand, no César
A sala inteira ficou de pé, e aplaudiu demoradamente a inesquecível intérprete de Melanie de "E o Vento Levou..." (1939), estava acompanhada pelo ministro francês da Cultura e Comunicação, Frédéric Mitterrand, que lhe deu a estatueta do César.
Ganhadora de dois Oscar, Olívia é a única do elenco do filme ícone de Hollywood ainda viva e a homenagem a essa grande atriz, filha de pais franceses, foi muitíssimo merecida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário