A editora Reference Press lança nesta quarta-feira (16), em São Paulo, o livro "Sex & Crime - The Book Cover Art of Benicio", o primeiro dedicado exclusivamente à obra do ilustrador José Luiz Benicio, ou simplesmente Benicio, autor de mais de 300 cartazes para o cinema, três mil ilustrações para livros de bolsos e anúncios para grandes marcas, como Coca-Cola, Esso e Banco do Brasil.
DivulgaçãoCapa do livro, que Benício lança hoje
Paralelamente, o Ilustrador fará uma exposição, de hoje a sábado, onde o público poderá apreciar, em tamanho real, suas obras de arte - confira abaixo.
DivulgaçãoPeça publicitária de Benício e Nilton Ramalho
Na publicação, além das famosas personagens Giselle e Brigitte Montfort - estrelas dos livros de bolso de literatura "pulp Fiction" da editora Monterrey - aparecem pin-ups criadas para a revista "Playboy", e para peças publicitárias.
Divulgação A agente secreta - e líder de vendas de "pulp fiction" - Brigitte Montfort
Em entrevista, o ilustrador falou sobre o lançamento, sobre a mudança do corpo feminino nos últimos anos - "[as mulheres] estão ficando fortes, perdendo aquelas curvas".
DivulgaçãoUm dos rótulos brasileiros mais famosos de todos os tempos - da Catuaba Selvagem - também é criação de Benício
Benício também fala sobre o recente caso de plágio envolvendo a capa de disco do MC alemão Morlockk Dilemma, que plageia arte sua feita para o álbum "Amar Pra Viver ou Morrer de Amor", de Erasmo Carlos.
DivulgaçãoCapa do livro, que Benício lança hoje
Paralelamente, o Ilustrador fará uma exposição, de hoje a sábado, onde o público poderá apreciar, em tamanho real, suas obras de arte - confira abaixo.
DivulgaçãoPeça publicitária de Benício e Nilton Ramalho
Na publicação, além das famosas personagens Giselle e Brigitte Montfort - estrelas dos livros de bolso de literatura "pulp Fiction" da editora Monterrey - aparecem pin-ups criadas para a revista "Playboy", e para peças publicitárias.
Divulgação A agente secreta - e líder de vendas de "pulp fiction" - Brigitte Montfort
Em entrevista, o ilustrador falou sobre o lançamento, sobre a mudança do corpo feminino nos últimos anos - "[as mulheres] estão ficando fortes, perdendo aquelas curvas".
DivulgaçãoUm dos rótulos brasileiros mais famosos de todos os tempos - da Catuaba Selvagem - também é criação de Benício
Benício também fala sobre o recente caso de plágio envolvendo a capa de disco do MC alemão Morlockk Dilemma, que plageia arte sua feita para o álbum "Amar Pra Viver ou Morrer de Amor", de Erasmo Carlos.
Na exposição que será aberta hoje, oitenta obras originais - feitas a guache - poderão, além de serem apreciadas, adquiridas.
Leia a entrevista:
Você chegou a fazer mais de duas mil capas de livros. Como conseguiu produzir tanto?
A minha prática de desenhar com rapidez ajudou, mas outros fatores também contrbuíram, como o fato das capas não exigirem detalhes no plano de fundo, serem basicamente a fotografia da personagem.
Em 2006, o jornalista Gonçalo Júnior escreveu “Benício – Um perfil do mestre das Pin-Ups e dos Cartazes de Cinema”. Agora ocorre o lançamento de “Sex & Crime – the book cover art of Benício”. Como você vê este recente interesse pelo seu trabalho por parte das editoras?
Eu nunca analisei este interesse da juventude pela minha obra, mas acredito que se deve muito ao fato do meu nome estar ligado ao desenho de mulheres, de pin-ups.
DivulgaçãoCarmen Miranda, no traço de Benício
Como é o seu processo de criação?
Varia de acordo com o produto. As personagens dos livros criei com base na descrição do autor. Assim surgiram Giselle, "Espiã Nua Que Abalou Paris"; e Brigitte Montfort [ambas personagens de livros de bolso da editora Monterrey que eram vendidos em bancas de jornal] . Para o cinema, ou criava a partir de still (fotografia das cenas), ou o artista posava para mim, ou então ia na base também da descrição do autor. O cartaz de "A Super Fêmea", com Vera Fischer, um dos que mais gosto, por exemplo, foi feito a partir de conversas com o diretor. Não tive o prazer de receber a Vera em meu estúdio (risos).
DivulgaçãoPôster de Benício para o filme "A Super Fêmea", que lançou Vera Fischer ao estrelato
Por falar em Vera Fischer, qual atriz atualmente você gostaria de retratar em um cartaz?
Existem muitas, mas uma que se destaca é a Maria Fernanda Cândido. Ela é bonita, elegante, tem curvas. Se parece, aliás, com as musas de tempos atrás.
Antigamente existiam mais musas?
O que acontece é que hoje em dia as mulheres estão masculinizadas. Elas estão ficando fortes, perdendo aquelas curvas. Um processo que, a meu ver, está ligado à competição com os homens em todas as áreas.
O cartaz de "Dona Flor e Seus Dois Maridos" é um dos mais conhecidos, não?
Sim, principalmente por conta do sucesso da obra nos cinemas. Mas tem também os cartazes dos filmes dos Trapalhões e muitos outros.
DivulgaçãoPôster de Benício para "Dona Flor e seus Dois Maridos", um dos maiores sucessos do cinema brasileiro até hoje
Quando falam de seus desenhos, sempre o comparam a Norman Rockwell [pintor e ilustrador norte-americano do século 20]. É uma fonte de inspiração do seu trabalho?
Obviamente a obra dele é muito maior do que a minha. O Rockwell é incomparável, um ícone. Mas existe uma semelhança em nosso trabalho no fato de uniirmos realidade e ficção nos desenhos.
E o trabalho em publicidade? Você é um dos criadores da parte visual do Rock in Rio?
Leia a entrevista:
Você chegou a fazer mais de duas mil capas de livros. Como conseguiu produzir tanto?
A minha prática de desenhar com rapidez ajudou, mas outros fatores também contrbuíram, como o fato das capas não exigirem detalhes no plano de fundo, serem basicamente a fotografia da personagem.
Em 2006, o jornalista Gonçalo Júnior escreveu “Benício – Um perfil do mestre das Pin-Ups e dos Cartazes de Cinema”. Agora ocorre o lançamento de “Sex & Crime – the book cover art of Benício”. Como você vê este recente interesse pelo seu trabalho por parte das editoras?
Eu nunca analisei este interesse da juventude pela minha obra, mas acredito que se deve muito ao fato do meu nome estar ligado ao desenho de mulheres, de pin-ups.
DivulgaçãoCarmen Miranda, no traço de Benício
Como é o seu processo de criação?
Varia de acordo com o produto. As personagens dos livros criei com base na descrição do autor. Assim surgiram Giselle, "Espiã Nua Que Abalou Paris"; e Brigitte Montfort [ambas personagens de livros de bolso da editora Monterrey que eram vendidos em bancas de jornal] . Para o cinema, ou criava a partir de still (fotografia das cenas), ou o artista posava para mim, ou então ia na base também da descrição do autor. O cartaz de "A Super Fêmea", com Vera Fischer, um dos que mais gosto, por exemplo, foi feito a partir de conversas com o diretor. Não tive o prazer de receber a Vera em meu estúdio (risos).
DivulgaçãoPôster de Benício para o filme "A Super Fêmea", que lançou Vera Fischer ao estrelato
Por falar em Vera Fischer, qual atriz atualmente você gostaria de retratar em um cartaz?
Existem muitas, mas uma que se destaca é a Maria Fernanda Cândido. Ela é bonita, elegante, tem curvas. Se parece, aliás, com as musas de tempos atrás.
Antigamente existiam mais musas?
O que acontece é que hoje em dia as mulheres estão masculinizadas. Elas estão ficando fortes, perdendo aquelas curvas. Um processo que, a meu ver, está ligado à competição com os homens em todas as áreas.
O cartaz de "Dona Flor e Seus Dois Maridos" é um dos mais conhecidos, não?
Sim, principalmente por conta do sucesso da obra nos cinemas. Mas tem também os cartazes dos filmes dos Trapalhões e muitos outros.
DivulgaçãoPôster de Benício para "Dona Flor e seus Dois Maridos", um dos maiores sucessos do cinema brasileiro até hoje
Quando falam de seus desenhos, sempre o comparam a Norman Rockwell [pintor e ilustrador norte-americano do século 20]. É uma fonte de inspiração do seu trabalho?
Obviamente a obra dele é muito maior do que a minha. O Rockwell é incomparável, um ícone. Mas existe uma semelhança em nosso trabalho no fato de uniirmos realidade e ficção nos desenhos.
E o trabalho em publicidade? Você é um dos criadores da parte visual do Rock in Rio?
Eu sempre trabalhei com publicidade, e o Rock in Rio foi idealizado pela agência Artplan quando eu estava lá. Mas quem cuidou do visual do festival foi mais o Cid Castro, que estava diretamente ligado ao evento. Eu só dei alguns palpites, não fazia parte do departamento.
Como está o processo envolvendo o músico alemão Morlockk Dilemma, que plagiou a capa do disco "Amar Pra Viver ou Morrer de Amor", de Erasmo Carlos, feita por você?
Um site brasileiro, o "ilustrasite", viu isso e me informou. Contratei um advogado e o processo está em andamento. Aquilo não se trata de uma inspiração ou de uma homenagem, e sim cópia mesmo. Praticamente só mudou o rosto do modelo.
Divulgação - Montagem: Cláudio Nóvoaàs esquerda, o trabalho de Benício para a capa do disco de Erasmo; à direita, a cópia descarada do alemão Morlockk Dilemma
"SEX & CRIME: A ARTE DE BENICIO EM LIVRO E EXPOSIÇÃO"
Abertura: Quarta (16) das 19h às 22h.
Dias: Quinta (17) a Sábado (19), das 11h às 20h
Onde: Cartel 011
Endereço: Rua Artur de Azevedo 517, Pinheiros, São Paulo-SP.
Tel.: 0/xx/11/3081-4171
Quanto: Grátis
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Entrevista: Cadu Ramos - UOL
Redação Final: Cláudio Nóvoa
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