O HUMOR GROTESCO E MAL-EDUCADO DOS DIAS ATUAIS NOS PREOCUPA
FLAVIO RICCO
Colaboração de José Carlos Nery
A televisão vem se modificando com o tempo. Houve uma época em que os programas de humor se valiam do talento de artistas como Golias, Jô Soares, Chico Anysio, “A Praça” do Manuel de Nóbrega e depois do filho Carlos Alberto, “Os Trapalhões” etc.
Depois vieram o “TV Pirata”, “Faça Humor, Não Faça a Guerra”, “A Grande Família”, “Casseta” e todo o seu pessoal, “Os Normais”, Tom Cavalcante e “Sob Nova Direção”, além de tantos outros, até chegar aos dias atuais.
E aí estão “CQC”, com uma linha diferente, e o “Pânico”. Nada contra nenhum deles no geral, mas no particular é impossível admitir como engraçado alguém arrotar na cara de outra pessoa.
E é o que o “Pânico” tem feito já há alguns meses. Uma brincadeira, antes de tudo, porca, idiota e nojenta, que na última semana teve como vítima a atriz Laura Cardoso, de 82 anos. O que, naturalmente, provocou uma reação indignada por parte de vários setores, principalmente da classe que ela pertence e bem representa.
Foto: Reprodução - Coluna Flávio Ricco
A Mulher Arroto arrota em Hebe Camargo (20/6/10)
Evidente que a pessoa encarregada de se prestar a tal coisa nunca ouviu falar na Laura Cardoso e nem deve imaginar o que ela significa. Para tudo precisa haver bom senso. Respeito e educação. Quando isso, ao mesmo tempo, começa a faltar, é bom ficar preocupado.
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Flávio Ricco é um dos maiores nomes do jornalismo atual.
Crítico de TV do UOL - onde tem uma coluna diária dedicada ao veículo - ele tem experiência, feeling e nome suficientes para opinar sobre essa baixaria chamada "Pânico na TV".
Esse "quadro" da "repórter" que arrota no entrevistado é de um mau gosto inominável, mas tem gente que deve gostar, pois o programa segue sendo o de maior audiência da sem ética e sem noção Rede TV!
Nessa semana, a vítima foi a atriz Laura Cardoso, um dos maiores nomes da dramaturgia nacional.
Laura foi ao Shopping Pátio Higienópolis, prestigiar a noite de autógrafos da biografia de sua amiga Glória Pires.
Na saída, como sempre, foi extremamente solítica e simpática com os repórteres que quiseram entrevistá-la, e entre eles estava a tal "mulher arroto" do "Pânico na TV".
Só que a baixaria dessa vez não aconteceu: os repórteres, ao verem a tal figura grotesca no meio deles, avisaram a Laura do que ela faria, e não deixaram a porca trabalhar.
O bafafá foi tão grande, que os seguranças do shopping botaram a nojenta e a equipe da Rede TV! pra correr.
Adoraria estar lá pra ver isso!
Como adoraria ter estado em Brasília, quando os gays militantes botatam pra correr os personagens "Serginho" e "Bichezar", do mesmo programa "de humor" durante a parada GLBT do DF.
Isso é "humor"?
É esse tipo de coisa que você realmente quer ver, no final do seu domingo?
Se for, sinto muito, você é mais imbecil do que aparenta.
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