Guillermo del Toro - A Comic Con é uma celebração da cultura - anime, filmes de ficção científica, terror, qualquer coisa que esteja dentro do âmbito da cultura "geek" e seja interessante para eles. É o paraíso. Normalmente tento viajar com uma mala vazia, e acabo voltando para casa com uma mala e quatro ou cinco caixas cheias de coisas.
Reuters - Por que "Criaturas da Noite" é um projeto apaixonante?
Guillermo del Toro - É um filme com que sonhava em me envolver desde que comecei a fazer filmes profissionalmente. Levei sete anos para obter os direitos e outros 13 para fazer. Então foi uma viagem de 20 anos no total.
Reuters - O que o diferencia dos filmes de terror recentes?
Guillermo del Toro - Estamos voltando a um filme de terror realmente clássico e gótico, com criaturas interessantíssimas. Não estamos indo para o "hardcore" sanguinolento, quase pornô, de um filme adolescente. Não há protagonistas adolescentes. Está mais perto de um conto de fadas que deu terrivelmente errado. E as criaturas são bem interessantes e muito fiéis às criaturas originais no filme de 1973.
FILMES DE GUILLERMO DEL TORO
Reuters - Hollywood vem refazendo muitos filmes de terror recentemente. Você acha que as ideias originais se esgotaram?
Guillermo del Toro - Acho isso um clichê, porque a versão mais famosa de "Frakenstein", que é a de James Whale, havia sido feita antes como curta-metragem mudo por Edison. E depois de James Whale veio Terence Fisher com uma brilhante versão de "Frankenstein", e assim por diante. Acho que, quando você pensa em alguns dos melhores filmes do gênero, muitos foram remakes. Acho que a versão de Cronemberg para "A Mosca" é um enorme avanço. "O Médico e o Monstro" de Rouben Mamoulian, é superior às versões que vieram antes dele.
Reuters - Qual o segredo do sucesso num remake?
Guillermo del Toro - Acho que um remake precisa ser guiado por uma paixão do cineasta por contar a história, e não pelo departamento de marketing de um estúdio. Acho que essa é uma enorme diferença. Se você tem um cineasta que é muito apaixonado para contar uma história - por exemplo, sou absoluta, insanamente apaixonado por refazer "Frankenstein", o livro - então é uma intenção válida.
Reuters - Como foi abandonar "O Hobbit"?
Guillermo del Toro - Foi a maior dor no coração que experimentei profissionalmente, mas ao mesmo tempo foi o que eu precisava fazer, porque não foi uma decisão leviana. Estou inteiramente em paz com ela. Foi muito abençoado por estar imerso naquele mundo, e igualmente animado por estar trabalhando nos próximos filmes.
Entrevista concedida à Reuters
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