quarta-feira, 4 de julho de 2012

VERGONHA: GESTÃO KASSAB DEIXA DE APLICAR METADE DO ORÇAMENTO DESTINADO AO COMBATE À HOMOFOBIA EM SP


Está no site da prefeitura do município de São Paulo, para quem quiser consultar: a gestão do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), deixou de usar mais de R$ 1 milhão entre 2007 e 2011 no Programa de Combate à Homofobia, vinculado à Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual - Cads - da cidade.

Somando os cinco anos, o orçamento total para o programa foi de R$ 2,1 milhões, mas R$ 1 milhão não foi usado, o que representa 49% dos recursos disponíveis e não aplicados.

A Cads, criada em fevereiro de 2005 e institucionalizada em 14 de janeiro de 2008, tem entre suas atribuições “desenvolver ações sociais de inclusão e proteção à cidadania e contra a discriminação de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e travestis”.

A aplicação dos recursos sofreu grande variação nos últimos cinco anos: em 2007, o orçamento foi de R$ 200 mil e foram usados R$ 166 mil (83%); em 2008, foram orçados R$ 418 mil e aplicados R$ 233 mil (56%); no ano seguinte, o programa tinha à disposição R$ 531 mil, mas só foi usado R$ 89 mil (16%); em 2010, o orçamento foi de R$ 276 mil, dos quais R$ 256 mil (82%) foram aplicados; no ano passado, a prefeitura orçou R$ 700 mil, mas só usou R$ 338 mil (48%).

O coordenador da Cads, Franco Reinaudo, disse que recursos da ordem de R$ 1,6 milhão, provenientes de outras áreas da Secretaria de Participação e Parceria foram destinados à coordenadoria, “aumentando de forma expressiva o orçamento” do setor.

Esta verba, diz o coordenador, foi utilizada sobretudo em eventos e em materiais gráficos.

Estadão
Na parada gay, sua excelência vai pra sair bem na foto...
Reinaudo não soube explicar, contudo, por que a prefeitura deixou de usar metade dos recursos disponíveis para o Programa de Combate à Homofobia, que vem aumentando muito no país, principalmente na cidade de São Paulo, onde fica cada vez mais evidente que os recursos não têm sido aplicados em políticas efetivas para enfrentar o problema.

Relatório do Grupo Gay da Bahia aponta que 266 homossexuais foram assassinados em 2011, mais do que o dobro que em 2007 - com 122 mortes.

No ano passado, São Paulo foi o terceiro Estado no número de mortes - 24 -, atrás de Pernambuco - 25 - e Bahia - 28.

Enquanto isso, nosso já quase ex-prefeito não governa, só pensa nas alianças que seu novo partido pode fazer país afora para as eleições de outubro.

É triste constatar que o recurso existe, está no orçamento e não foi aplicado.

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