quarta-feira, 11 de julho de 2012

EM SÃO PAULO, MAIORIA DAS VÍTIMAS DE HOMOFOBIA CONHECE O AGRESSOR


A maioria das vítimas de homofobia na cidade de São Paulo conhece seus agressores, de acordo com dados preliminares do CCH (Centro de Combate à Homofobia), da Cads (Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual), ligada à prefeitura.

Segundo o levantamento, 73,4% daqueles que sofreram algum tipo de violência e foram atendidos no centro em 2011 sabem quem são o agressor.

Em 23,8% das ocorrências, há vínculos familiares entre eles.

Para o coordenador da Cads, Franco Reinauldo, os números de casos de vínculos são reflexos da ausência de uma legislação específica que criminalize esse tipo de violência.
"Mesmo sabendo que ele vai ser reconhecido, ele pratica a violência. Há uma sensação de impunidade muito grande", afirmou.

Dentro das denúncias recebidas, mais de um terço da violência (35%) de 2011 ocorreu na região central da cidade.
"A área engloba desde a avenida Paulista até a Sé, onde boa parte dos LGBT se deslocam para se divertir", disse Reinauldo.

O investigador da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) Nelson Collino Jr. aponta ainda que a região concentra outros bares e casas temáticas frequentados por grupos de intolerância, principalmente na área próxima à rua Augusta.

A região da subprefeitura da Lapa concentra 7,9% das denúncias. 
Em seguida vêm as regiões da Penha e da Mooca, com 5,9%.


As denúncias de vítimas de violência e preconceito devido a orientação sexual levado aos CCH mais que dobraram em São Paulo.

Em 2010, o centro recebeu 46 denúncias de homofobia, contra 101 em 2011 - crescimento de 119%.

Os registros que passam pelo centro são classificados entre violência simbólica (ameaças, ofensas, calúnia ou injúria), institucional (restrições de acesso a serviços de órgãos públicos ou privados) e física.

Os números da violência física subiram de 11 casos em 2010 para 26 em 2011.

Já a violência institucional foi a que mais aumentou: de 6 denúncias recebidas em 2010, cresceu para 17 no ano seguinte.

No caso da violência simbólica o crescimento foi de 29 em 2010 para 58 em 2011.

Ainda que as denúncias tenham aumentado, "a visibilidade que a mídia e a criação de mais serviços especializados no atendimento fizeram com que as pessoas se sintam mais à vontade para denúncia, além de perceberem que há resultados, não para na [etapa da] denúncia", afirmou Reinauldo, que acredita que se trata apenas a "ponta do iceberg", já que a maioria das denúncias que o CCH recebeu até 2011 foi feita presencialmente.

"Sabemos que muita gente que mora na periferia não tem condição de acessar o serviço no centro da cidade. Mas em dezembro de 2011, lançamos a ferramenta Centro de Referência Online, onde as pessoas podem denunciar pela internet, que fez com que as denúncias crescessem ainda mais", afirmou.


Vamos tentar ao menos diminuir essa praga em São Paulo.

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