quinta-feira, 26 de julho de 2012

'BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE': CONFIRA ENTREVISTAS COM ANNE HATHAWAY, MICHAEL CAINE E MORGAN FREEMAN


Novata na franquia "Batman" e no grupo de atores que Christopher Nolan emprega quase sempre em seus filmes, Anne Hathaway teve que enfrentar a ira de uma ala de fãs, inconformados com sua escalação para viver Selina Kyle, a ladra mais conhecida como Mulher-Gato.

Quem conferir "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge" verá que os temores são infundados, relata Ana Maria Bahiana, do UOL, que entrevistou a estrela - confira abaixo:

UOL - 
Você é uma estreante na “companhia de atores Christopher Nolan”. Como foi a acolhida?

Anne Hathaway - 
Melhor, impossível (rindo).
Realmente, eu era a única que jamais havia trabalhado com Christopher.
É um prazer trabalhar com pessoas que te inspiram.
Eu queria muito poder explicar como é que Chris trabalha e faz o que ele faz porque isso ia querer dizer que eu entendi… mas só posso dizer que ele é extraordinário.
Adorei agradá-lo.

Eu tive que trabalhar mais arduamente do que em qualquer outro projeto, e também me senti incrivelmente feliz toda vez que consegui, porque ele é maravilhoso e um colaborador.
Ele é gentil e respeitoso com o trabalho dos atores.
Mesmo quando eu errava, ele não permitia que eu ficasse envergonhada, parecendo uma boba. Trabalhamos juntos durante muito tempo, antes e durante as filmagens, trabalhando minha personagem, criando uma história para ela, material que não estava no roteiro mas estava na minha cabeça, na minha interpretação de Selina.

Selina, na visão dele, não era uma garota malvada genérica, era uma pessoa, um ser humano de corpo e alma, com uma vida, uma trajetória que moldou sua personalidade através de muita dor, muita provação.
É uma personagem psicologicamente complexa e, quando eu achava que estava perdida ou desorientada, ele vinha com umas perguntas tão interessantes que imediatamente me punham num outro estado mental.
Espero voltar a trabalhar com ele em breve!

Divulgação - Warner Bros.
Anne Hathaway posa como Selina Kyle, em foto promocional do longa

Qual foi a parte mais árdua de ser Selina Kyle?

Sinceramente?
Eu me convencer de que merecia essa oportunidade.
Era um papel que todo mundo queria.
Eu não conseguia acreditar que a oportunidade estava disponível para mim, que eu tinha a idade certa… era bom demais para ser verdade.
Era difícil para me convencer de que eu iria trabalhar com Chris Nolan.
Acho que ele é, possivelmente, o maior realizador vivo.

Meu desafio era ficar 'cool', me manter focada no trabalho… só isso já era bastante difícil. Eu estava fisicamente preparada para fazer minhas próprias cenas de luta - é uma coisa que Chris pede de todos os seus atores.
Mas há uma sequência, aquela na cadeia, que foi extremamente complicada.
Tivemos poucos dias para preparar e ensaiar, e as características do local eram mais um fator complicador.

Como foi sua preparação para o papel?

O treinamento físico, muito intenso, foi importante, mas mais importante ainda foi a preparação interior.
Fiz um bocado de pesquisa sobre a personagem, especialmente as origens da Mulher-Gato.
Isso me levou a Hedy Lamarr, que foi uma das a inspirações de Bob Kane para o desenho original da Mulher-Gato.

Hedy Lamarr foi casada com um conde que era muito controlador, muito ciumento, mas que tinha muito dinheiro.
Uma noite ela foi a uma festa com ele usando todas as suas joias, drogou-o com alguma coisa em sua bebida e fugiu do país com todas as joias, foi para Hollywood e virou uma estrela.
Esse é meu tipo de garota! Ela é fabulosa!

Imagino se foi daí que Bob Kane tirou a ideia de fazer Selina Kyle uma ladra maravilhosa e sexy, como Hedy Lammar…

Se o seu noivo (o ator Adam Shulman) aparecesse numa roupa de Batman, com máscara, capa e tudo, o que você faria?

Eu estou apaixonada por ele e continuaria apaixonada mesmo que ele aparecesse vestido de Batman.
Afinal, adoro a cor preta.
E passei a apreciá-la ainda mais depois deste filme.

*****
Amigos de longa data, Michael Caine e Morgan Freeman são veteranos da franquia “Batman”, desde o primeiro filme dirigido por Christopher Nolan - “Batman Begins”, em 2005.

Caine ainda trabalhou mais duas vezes com Nolan - em “O Grande Truque” e “A Origem”.

Depois de repetir pela terceira vez seus papéis como Alfred, o fiel mordomo -  e, praticamente, pai adotivo de Bruce Wayne - e Lucius Fox - o alto executivo das empresas Wayne com talento para desenvolver todos os bat equipamentos usados pelo Morcego - Caine e Freeman estão inteiramente no mundo de Gotham - e de Nolan.

Confira a entrevista que as duas lendas do Cinema concederam a Ana Maria Bahiana - abaixo:

Acess Hollywood
Michael Caine e Morgan Freeman juntos para uma das muitas entrevistas que vem dando sobre o último longa da trilogia Batman
UOL - 
Esta é a terceira rodada de vocês com a franquia “Batman” na visão de Christopher Nolan - e Michael, você tem mais dois filmes com ele. Qual a avaliação final que fazem de Nolan?

Morgan Freeman - 
Nolan é uma anomalia, uma exceção no cinema hoje porque ele é ao mesmo tempo um roteirista excepcional e um diretor excepcional.
É um pacote só, e isso é raro.
A maioria dos diretores também gosta de ser muito presente no trabalho dos atores, ficar sempre por perto, e Chris não faz isso.
Ele é um diretor brilhante, calmo e quieto.
Tem uma autoridade quieta e calma que não precisa de mais nada para por ordem num set.
Na verdade, se você for visitar um dos seus sets, vai ter dificuldade para encontrá-lo.
Ele desaparece.

Michael Caine - 
Ele me lembra muito John Huston.
Ele nunca vinha me dar instruções detalhadas, quase nunca falava comigo.
Um dia eu fui perguntar por que e ele me disse: “Michael, por isso é que lhe pagamos esse dinheiro todo. Confiamos em você. Você não precisa de mim para saber o que fazer”.
Chris é assim. E ele jamais te deixa sem graça na frente dos seus colegas, da equipe.
Se ele não gosta de alguma coisa ele sussurra ao seu ouvido, delicadamente.
Ele sabe como afinar uma produção.
É como se ele tocasse o set de ouvido.

E de Christian Bale como Batman? Vocês acham que ele cresceu como ator?

Freeman - 
Eu o conheci como Bruce Wayne/Batman e imediatamente vi que se tratava de um ator extraordinário, de enorme talento.
Acho que ele foi se tornando mais dono do personagem, mas ele já veio para os filmes como um talento amadurecido.

Caine - 
Ele ganhou um merecido Oscar, estava tremendo em “O Vencedor”.
Eu votei nele para esse Oscar porque o trabalho dele foi fantástico e ele é fabuloso.
Neste último filme tivemos a nossa cena mais dramática de todos os três, ele e eu, e ele foi absolutamente maravilhoso.

Freeman - 
Agora você veja, nesse tempo todo de trabalho juntos eu não vi o Michael crescer…

Caine - 
Ah, eu sou velho demais para crescer…eu só fico mais pesado (rindo)

Como vocês reagiriam se acordassem no meio da noite e deparassem com um sujeito de capa, máscara, todo vestido de látex negro?

Freeman - 
Eu correria para o espelho para ter certeza de que eu estava acordado.
Seria apavorante.
Seria apavorante se qualquer pessoa me acordasse no meio da noite!

Caine - 
Eu chamava a polícia, na hora. Discava a emergência.
Um cara vestido de morcego? Tá louco?! (gargalhando)

Vocês dois têm vasta e brilhante carreira, e já trabalharam em todo tipo e gênero de filme.
É mais difícil participar de um arrasa quarteirão cheio de efeitos especiais?

Caine - 
Não acho.
Uma boa atuação é uma boa atuação em qualquer tipo de filme.

Freeman -
A diferença é que em filmes de ação em geral não tem muita coisa para os personagens dizerem. Pelo menos não os que me dão.
Em geral eu tenho que dizer: “Fique aqui. Espere. Siga-me”.

Caine - 
E : “ai! Ui!”

Morgan, de todas as invenções do Lucius Fox, qual a que você mais gosta?

Freeman - 
Acho que os momentos mais brilhantes dele foram o Tumbler, o Batmobile, e a garra que permite que o Batman salte de um prédio para o outro e voe.
Ele tinha muito orgulho desses dois.

Michael, qual o vilão mais terrível que seu menino Bruce Wayne já enfrentou?

Caine - 
Aquele do primeiro filme. Ra’s Al Ghul.
Para mim ele foi o vilão mais terrível, porque era calmo, frio e muito inteligente.
Ele tinha todo um plano. Esses são os piores.

Freeman - 
A vantagem é que é mais fácil esquecer os nomes dos vilões que dos heróis.

Caine - 
Não queremos saber de vilões. Nosso negócio é o heroísmo.
*****

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