quarta-feira, 4 de julho de 2012

É FATO: LÍDERES RELIGIOSOS PROPAGAM O ÓDIO AOS GAYS NO BRASIL


Domingo (1) de sol em SP, eu acordo e logo leio na edição eletrônica do jornal "O Globo" que um garoto de 15 anos foi assaltado e morto em Volta Redonda, cidade do interior do estado do RJ, com requintes de crueldade, na madrugada de sexta para sábado.

Lucas Ribeiro Pimentel foi espancado a pauladas, empalado e ainda teve os dois olhos furados antes de ter seu corpo jogado no rio Paraíba.

Adivinhem por quê? 
Lucas era gay.

Já na segunda (2), as manchetes de todos os principais jornais brasileiros falaram do aumento do número de evangélicos no Brasil, principalmente entre a população mais pobre e menos escolarizada.

A praga católica ainda é maioria em municípios mais ricos - como o Rio ou SP - mas a igualmente praga evangélica predomina na empobrecida Baixada Fluminense e no interior do estado, mais urbano do que rural.

Lembrando que a cidade de Volta Redonda faz parte deste interior, e constatando que até hoje, quarta-feira, ainda não identificaram os culpados pelo crime bárbaro da madrugada de sábado, fica cada vez mais difícil negar que a homofobia destilada por "padres", "bispos" e "pastores" não contribua de maneira decisiva para uma cultura de violência contra os homossexuais nas camadas mais pobres - material e culturalmente - da nossa população.


Nós, homossexuais brasileiros, somos abatidos e mortos todos os dias, por todo o país, em nome de uma moral que quase ninguém segue, e, se segue, paga muito caro por ela, na forma de polpudos dízimos que empobrecem ainda mais os fiéis e enriquecem ainda mais padres, pastores, bispos e toda essa corja que vive de vampirizar a carteira do mais incauto.

Bastou apenas um, um crime parecido - e menos hediondo - para o Chile, tão católico e conservador como o Brasil, aprovar rapidamente uma lei anti-homofobia.

A nossa lei - PLC 122 -  continua em alguma gaveta do Congresso Nacional, e nem tipificando a homofobia como crime na revisão do novo código penal parece alterar esse estado de coisas por aqui.

Aqui no Brasil só esta semana foram dois os gays assassinados, fora os delitos menores que nem ganharam o noticiário - como a cidade de SP não ter usado nem a metade da verba destinada ao combate à homofobia no último ano.

Talvez a tal bancada evangélica - que todo mundo, Lula, Dilma e governos se cagam de medo só de falar - esteja esperando que o filho - gay - de um figurão da base aliada seja morto para que se faça algo de concreto a respeito.

Vir desfilar e tirar foto na parada gay de SP não vale.

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