sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO:'SUDOESTE' ENCANTA PLATEIA COM FÁBULA EM PRETO E BRANCO


Sudoeste era um dos filmes mais esperados na Première Brasil do Festival do Rio e a explicação é simples: o longa-metragem recebeu elogios de crítica e público em todos os lugares onde foi exibido, em festivais nacionais e internacionais, e os comentários mostraram fazer sentido ao acender das luzes do cinema, com aplausos que pareciam não ter fim, para o filme que demorou dez anos para sair do papel por falta de verba.

O roteiro é original: relata uma fábula sobre uma menina que nasce, cresce, envelhece e morre no mesmo dia.

Durante 128 minutos, os diálogos representam apenas 30% da composição, que tem na linguagem corporal o principal meio de transmitir mensagens aos espectadores.

A fotografia, com estética em preto e branco, também recebeu comentários generosos, e o público parece ter saído satisfeito da exibição.

O curioso é que, na contramão de grande parte dos filmes da mostra – como O Abismo Prateado e Eu Receberia as Piores Notícias de seus Lindos Lábios – não existe nenhum momento de nudez ou sexo.

AG News
Elenco de "Sudoeste", de Eduardo Nunes, se reúne na pré-estreia do filme, No festival do Rio (13/10/11)

"Achei curioso que na Première Brasil vários filmes abordam a temática do tempo assim como no meu longa. Mas ‘Sudoeste’ tem um público diferente. A faixa etária é para maiores de 14 anos. Não tem nudez nem sexo ousado, porque quisemos trabalhar a sutileza e não cabia esse tipo de cena. Estou impressionado com o alcance que o filme tem tido. Pessoas de várias idades e diferenças culturais têm gostado muito", disse o diretor Eduardo Nunes, que já trabalha em um novo projeto inspirado no livro de Albert Camus - A Morte Feliz.
"Só espero que não leve outros dez anos para sair do papel", completou.

Dira Paes é uma das personagens mais dramáticas do filme, ao interpretar a mulher que encontra Clarice e percebe que há algo de diferente nela.
"Antes de ver o filme, eu já gostava dele, porque foi feito com tanto carinho. Além disso, a recepção nos festivais de cinema de Gramado e Chicago foi excelente. Essa produção tem uma poesia visual. Eduardo faz um cinema único e ele conseguiu realizar vários sonhos", contou a atriz.

Por falar em Clarice, quem dá vida à personagem principal é Simone Spoladore.
A atriz e Nunes já haviam trabalhado juntos em curtas-metragens, mas Simone confessa que Sudoeste, que custou R$ 1,1 milhão, foi a parceria mais importante.
"É incrível o que acontece com Clarice. Mas esse não é um filme convencional, porque se trata de uma fábula. É sutil e sensível. Foi um prazer fazer parte de um projeto tão artístico", comentou.


Você pode conferir todos os vídeos relativos ao Festival do Rio, produzidos ou postados pelo UOL - basta clicar aqui.

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Matéria de Michele Alves, para o UOL

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