sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FESTIVAL DO RIO: WILLEM DAFOE ENCARA O FIM DO MUNDO, NO NOVO TRABALHO DO DIRETOR ABEL FERRARA


Quando Willem Dafoe começa a falar do que admira no diretor Abel Ferrara, é fácil notar por que a dupla está na terceira parceria - 4:44 Last Day on Earth, que foi exibido no Festival do Rio.
"Ele trabalha de forma muito idiossincrática, mas tem bons instintos. Eu o admiro porque fez vários tipos de filme", diz o ator no hotel em que está hospedado, no Rio.
"Quando você olha para a carreira dele, percebe quão incrível é a amplitude de coisas que ele fez."

A descrição é aplicável ao próprio Dafoe, um ator que já viveu de Jesus - em A Última Tentação de Cristo (1988) ao Duende Verde - Homem-Aranha (2002).

Só no Festival do Rio, o ator americano apareceu em três papéis: um mercenário - em O Caçador, de Daniel Nettheim -, um escritor - em A Mulher, de Giada Colagrande, com quem é casado - e um ator na véspera do fim do mundo - em 4:44 Last Day on Earth, o único que ainda terá exibições no evento.

Paula Giolito/Folhapress
Dafoe e sua mulher, a diretora Giada Colagrande, no rio
Dafoe e sua mulher, a diretora Giada Colagrande, no Rio

Depois de Enigma do Poder (1998) e Go Go Tales (2007), o novo encontro entre Dafoe e Ferrara mostra um casal num apartamento em Nova York, despedindo-se das pessoas queridas enquanto aguarda o fim do mundo, na hora do título.

Foi um longa feito "muito rapidamente".
"Nós filmamos em abril e corremos para terminá-lo a tempo da competição em Veneza [em setembro]", diz o ator, que descreve Ferrara como "muito misterioso".
"Mas, a cada vez que trabalho com ele, criamos uma confiança que me faz ser capaz de quase ler a sua mente", afirma ele.

"Particularmente em '4:44', eu faço o alter ego dele, e isso torna a relação muito especial. É o tipo de relação que adoro ter com um diretor, é algo meio primitivo: nós temos uma intenção, ele fica de fora, e eu entro para ativar isso. É uma bela sensação."

Dafoe também reconhece com admiração o que chama de "tenacidade e amor pelo cinema" demonstrados pelo diretor americano.
"Ele nunca foi um diretor de estúdio nem um queridinho dos independentes."

Confira uma cena do filme:

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Matéria de Marco Aurélio Canônico, para o UOL

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