segunda-feira, 4 de julho de 2011

VIAJANDO PELAS LETRAS

Quinzenalmente, você verá aqui n o blog um apanhado de tudo o que de melhor acontece no mundo dos livros e HQs.

Confira o que você vai saber nessa postagem:

O SONHO DE LAURENTINO É SER TRANSFORMADO EM MINISSÉRIE
***
MARK TWAIN, UM DOS MAIORES ESCRITORES AMERICANOS
***
COLEÇÃO REEDITA BOAS HQS DE TARZAN DOS ANOS 70
***
ESTIMULANTES E ENTORPECENTES AJUDARAM NA CRIAÇÃO DE OBRAS PRIMAS
***
DEMOLIDOR VIRA INTEGRANTE DOS NOVOS VINGADORES
***
CONHEÇA O SUBMUNDO DO CRACK EM NY, EM NARRATIVA BRUTAL E HONESTA
***
E agora, leia:
O SONHO DE LAURENTINO É SER TRANSFORMADO EM MINISSÉRIE

Sucesso no papel, Laurentino Gomes diz acalentar o ideia de ver seus best-sellers 1808 e 1822 na telinha. 
"São candidatos naturais a minisséries."

Já o próximo livro será  1889, para "fechar a trilogia das datas ícones da formação do Brasil". 

Guilherme Pupo/Folhapress
O escritor Laurentino Gomes, autor do best-seller "1808", que lança agora "1822"
O escritor Laurentino Gomes

Mas Gomes pensa em escrever sobre a escravidão e a Guerra do Paraguai - "sempre no século 19".

MARK TWAIN, UM DOS MAIORES ESCRITORES AMERICANOS

 "Foi um profundo filósofo com a visão de um profeta", afirmava o jornal  San Francisco Call após saber da morte do escritor e jornalista Samuel Langhorne Clemens no dia 21 de abril de 1910 - ou Mark Twain, como ficaria conhecido.


Seu legado, com títulos como  As aventuras de Tom Sawyer,  Huckleberry Finn  e  Príncipe e Mendigo, o tornou merecedor do título de pai da literatura americana, como definiu o escritor William Faulkner em 1955.
AP

O escritor Mark Twain (1835-1910)

Já em seu obituário se considerava que Twain evoluiu de cômico brincalhão a "uma das grandes figuras literárias de seu tempo", embora o reconhecimento de seus contemporâneos não adoçasse seu final, marcado pelas tragédias familiares e a perda de seus entes queridos.

As origens de Twain dizem muito sobre sua obra posterior: nasceu no dia 30 de novembro de 1835 na cidade de Flórida (Missouri, EUA), mas foi o porto de Hannibal, para onde se transferiu com sua família aos quatro anos, o cenário à beira do Mississipi no qual se inspiram as correrias de Tom e de Huckleberry, em que o autor colocou muitas de suas vivências.

Entre elas, sua relação com a escravidão, que viveu de perto em Mississipi, um estado que a permitia, e em sua própria casa, já que seu pai teve um escravo e um de seus tios teve vários com os quais o jovem Sam passava longas horas escutando contos e cânticos espirituais.

O escritor começou escrevendo artigos jornalísticos, profissão à qual chegou após uma viagem complicada com quase 18 anos que o levou a Nova York, onde colaborou em distintas publicações.

Em 1857 retornou ao Mississipi e após se dedicar a pilotar navios pelo rio, a explosão da guerra civil (1861-1865) o obrigou a abandonar este trabalho e o conduziu rumo a Nevada, onde pretendia dedicar-se a busca de ouro.

Voltou em breve ao jornalismo no  Territorial Enterprise, na Virgínia, onde usou pela primeira vez o pseudônimo com o qual passaria à posteridade.

O primeiro ponto de inflexão em sua carreira como escritor chegou em 1865, com a publicação de um conto em diversos periódicos.

Twain conseguiu um êxito notável com este conto, mas ainda mais com seus artigos de viagens, compilados depois em um livro, Guia para viajantes inocentes (1869).

Enquanto continuava sua carreira como jornalista e começava a de escritor, Twain se mudou para várias cidades, se casou com Olivia Langdon e teve sua primeira filha, Susy, que morreu aos dois anos de difteria.

Um drama que o levou a se voltar para crítica social antes de se concentrar na ficção pura que, no entanto, sempre teve um forte cenário de realidade que demonstrava a clara vocação antropológica do escritor.

Reprodução
Divulgação
Capa de uma das edições da obra mais famosa de Twain

Em 1876 chegaram As aventuras de Tom Sawyer, que ia muito além da literatura infantil e juvenil na qual se enquadrou em um primeiro momento e que apontava a vertente social que o escritor sempre daria a seus livros.

Príncipe e mendigo (1881), Vida no Mississipi (1883), Um ianque na corte do rei Artur (1889) e aquela que é sem dúvida sua obra mais famosa, As aventuras de Huckleberry Finn (1884), na qual satiriza a escravidão predominante nos estados sulinos.

Um questão-chave e polêmica em suas obras, é que se por um lado contêm críticas duras à escravidão, também mantém posturas que alguns críticos consideram ambíguas por seu conteúdo racista.

Entre 1890 e 1900 Twain e sua família se dedicaram a viajar por todo o mundo e o escritor foi testemunha das diferenças sociais, que imortalizou em suas obras e desde 1901 até sua morte foi o presidente da Liga Anti-imperialista.

Uma experiência vital que o fez ter um profundo conhecimento da realidade na qual viveu e que colocou em suas novelas. "Supor está bem, mas descobrir é melhor", afirmou Twain, que sempre quis ser uma testemunha direta.

E esse realismo de seus relatos, com uma linguagem simples e divertida, fez dele um dos escritores mais influentes da literatura americana.

Foi o primeiro grande escritor americano que não procedia da costa leste; o primeiro a utilizar uma linguagem que se parecia a que o povo falava na realidade e, sem dúvida, um dos primeiros escritores nos quais a análise social se aliou com a delicadeza.

"Toda a literatura americana começa com ele. Não havia nada antes. Não há nada depois", assinalou Ernest Hemingway.
A Livraria da Folha tem muitas obras de Mark Twain a preços muito bons. Para verificar quais obras, seus preços e como comprar, clique aqui.
COLEÇÃO REEDITA BOAS HQS DE TARZAN DOS ANOS 70
Em Tarzan: A Volta do Rei das Selvas e Outras Histórias, o quadrinista Joe Kubert adapta as histórias de Tarzan criadas pelo escritor Edgar Rice Burroughs
 em livros lançados a partir dos anos 1910.

Divulgação
Herói das selvas volta em coletânea de aventuras criadas nos anos 70
A capa da HQ

Neste volume, o Rei das Selvas precisará lidar com terríveis mineradores que atuam no coração da África, entre outras aventuras.

A história principal traz a versão em quadrinhos do segundo romance --homônimo à narrativa gráfica - publicado por Burroughs com Tarzan como protagonista.

Com arte e texto de Kubert, a HQ foi lançada originalmente na década de 1970 e é considerada uma obra-prima do gênero.

O livro dá seguimento à coleção da Devir iniciada por Tarzan: A Origem do Homem-Macaco e Outras Histórias

A obra conta a origem do herói e como ele foi parar nas perigosas selvas africanas.


Reprodução
 


*****
Tarzan: A Volta do Rei das Selvas e Outras Histórias
Autores: Edgar Rice Burroughs (texto original) e Joe Kubert (adaptação e arte)
Editora: Devir
Páginas: 216
Quanto: R$ 44,90 (preço promocional, por tempo limitado)
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da
 Livraria da Folha

ESTIMULANTES E ENTORPECENTES AJUDARAM NA CRIAÇÃO DE OBRAS PRIMAS

Muitos  escritores  - nacionais e internacionais - usaram substâncias químicas enquanto compunham suas obras.

Como exemplos, temos os  "desregrados" tanto na escrita quanto na vida - Jack Kerouac, Charles Baudelaire e Jean-Paul Sartre. 

No site do jornal de história Lapham's Quarterly, o leitor tem acesso aos estimulantes e entorpecentes que esses gênios utilizaram enquanto escreviam obras que marcaram a literatura mundial,  como On the Road, Junkie, O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde, entre outras.

Fiz um resumo do site, para informação de vocês:

Fotomontagem: Cláudio Nóvoa
Charles Baudelaire, Jean-Paul Sartre, Jack Kerouac, William Faulkner e Raymond Chandler constam na lista
Charles Baudelaire, Jean-Paul Sartre, Jack Kerouac, William Faulkner e Raymond Chandler 

Estimulantes ou drogas

La Comédie Humaine (1829-1848), de Honoré de Balzac - café

O Estranho Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde (1886), de Robert Louis Stevenson - cocaína

On the Road (1957), de Jack Kerouac - benzedrina 
(derivado de uma anfetamina que atua como estimulante no sistema nervoso central)

September 1, 1939 (1958), de W.H. Auden - benzedrina 

Critique of Dialectical Reason (1960), de Jean-Paul Sartre- café e corydrane 
(anfetamina com aspirina)

Álcool

Vanity Fair Essays (1921), de Edna St. Vincent Millay - gim

Road to Glory (1936), de William Faulkner - uísque

O Coração É um Caçador Solitário (1940), de Carson McCullers - chá quente e vinho

A Dália Azul (1946), de Raymond Chandler - doses de vitaminas

A Sangue Frio (1965), de Truman Capote - martinis duplos

Drogas que causam depressão

Kubla Khan (1797), de Samuel Taylor Coleridge -
láudano
 (tintura de ópio com efeito sedativo)

Aurora Leigh (1856), de Elizabeth Barrett Browning - láudano

Paraísos Artificiais (1860), de Charles Baudelaire - haxixe 
(narcótico)

Junkie (1953), de William S. Burroughs - heroína

The Basketball Diaries (1978), de Jim Carroll - heroína

Psicodélicos

As Portas da Percepção (1954), de Aldous Huxley - mescalina 
(substância que causa alucinações)

Um Estranho no Ninho (1962), de Ken Kesey - peiote (cacto de onde se origina uma droga que causa alucinações) e LSD

High Priest (1968), de Timothy Leary - LSD

Medo e Delírio em Las Vegas (1971), de Hunter S. Thompson - LSD

Journey to Ixtlan (1972), de Carlos Castaneda - peiote 

Os livros com títulos grifados em azul estão disponíveis na Livraria da Folha - para adquirir, basta clicar nos títulos.

DEMOLIDOR VIRA INTEGRANTE DOS NOVOS VINGADORES

A partir de setembro a vida do Demolidor vai mudar mais um pouquinho. 

É que ele passará a integrar os Novos Vingadores e isso acontecerá na revista número 16 do supergrupo. 

Divulgação/Marvel
O Demolidor

O roteiro é de Brian Michael Bendis que, inclusive, já escreveu durante anos histórias do Homem Sem Medo - a história da entrada do heroi cego da Marvel no grupo vem como efeito da saga Fear Itself.

Num texto, Bendis explicou a novidade. 
“O Demolidor – e eu tenho culpa nisso como todo mundo – nunca esteve realmente envolvido em nenhum dos grandes eventos. Sua história não se alinha com a dos Skrulls ou o que quer que seja que temos feito. E é legal colocá-lo junto com um time dos Vingadores”. 

E o roteirista disse mais: 
"Ele [o Demolidor] precisa redescobrir sua relação com os outros personagens da Marvel e os Novos Vingadores está cheio de personagens com os quais ele tem uma história – algumas boas e outras más. E isso é o que nós roteiristas chamamos de ‘ótimo drama’”.

A arte dessa fase dos Novos Vingadores será desenhada pelo brasileiro Mike Deodato, um dos grandes superastros das HQs americanas da atualidade.

CONHEÇA O SUBMUNDO DO CRACK EM NY, EM NARRATIVA BRUTAL E HONESTA

Nunca deixa de ser um espanto, para quem está acostumado à cracolândia paulistana -formada por batalhões de mendigos e meninos de rua -  ver a derrocada de alguém de classe alta, da sociedade, da cena pop, da intelligentsia.

Pois é o que aconteceu com Bill Clegg, 40, um promissor agente literário de Nova York, que se afundou num redemoinho de autodestruição ao se viciar em crack no início dos anos 2000.

A experiência quase matou Clegg, que perdeu mais de 20 quilos - as cenas em que ele vai abrindo novos furos em seu cinto são especialmente marcantes -  até aceitar se internar numa clínica de recuperação.

A história virou livro, publicado nos EUA no ano passado e agora no Brasil.
Retrato de um Viciado quando Jovem é uma narrativa de uma honestidade brutal, com vários momentos humilhantes para o autor.

Traz vivas descrições das paranoias causadas pela droga, um mapeamento do circuito do crack em Nova York e encontros sexuais com garotos de programa, inclusive um de São Paulo. 

Por e-mail, ele falou à Folha.

Ozier Muhammad - 17.mai.2010/The New York Times
O agente literário Bill Clegg em seu apartamento em Nova York
O agente literário Bill Clegg, que relatou descida ao submundo do crack em livro, em seu apartamento nos EUA
*
Folha - Seu livro parece bem honesto na descrição de até onde um viciado está disposto a chegar. Você chegou a cortar algo por considerar muito degradante?
Bill Clegg - As únicas cenas que não entraram no livro são as que invadiam a privacidade de outras pessoas ou as que simplesmente repetiam incidentes já relatados.
Nada do meu comportamento foi cortado por medo de julgamento ou de humilhação. A única razão de um livro desse tipo é sua honestidade, sua capacidade de conseguir com que o leitor se identifique por meio de coisas específicas.
Passei muito tempo pensando que seria banido pelos que me conhecem se soubessem o que fiz. Minha esperança ao ser franco é que as pessoas possam se sentir menos solitárias e talvez evitar que cheguem ao comportamento suicida e de calamidade que eu cheguei.

Um dos garotos de programa que você chama ao seu quarto de hotel é Carlos, um brasileiro de São Paulo. Ainda tem contato com ele?
Encontrei Carlos diversas vezes depois. Ele me ligou meses depois de eu voltar para Nova York, após a reabilitação, para saber se eu estava bem. Disse que se preocupou comigo porque teve um sonho em que eu tinha morrido. É um cara muito meigo.
Outros caras com que me droguei, os traficantes, Mark, eu vejo de vez em quando nas ruas, no metrô, na padaria (Manhattan é uma pequena ilha). Sempre dou um alô e me mando. Mas faz tempo que não vejo nenhum deles.

E você conheceu outros brasileiros no circuito do crack nova-iorquino?
Conheci outros brasileiros, sim. Não muitos, mas uns dois ou três. Em geral jovens que trabalhavam como garotos de programa e haviam sido pegos pela droga. O vício é algo que afeta todas as nacionalidades, etnias, idades e classes sociais. Eu me droguei com gente que tinha todos os tipos de educação.

Você está livre do crack agora? E da vodca e dos cigarros?
Estou sóbrio, livre de crack e álcool, há quase seis anos agora. Nunca fumei cigarros, graças a Deus, então pelo menos esse é um vício que não tive que largar.

Há um trecho não publicado de seu livro no site The Huffington Post. Por que cortou?
Essa parte sobre fumar crack em Paris era um capítulo inacabado. Nunca achei que era necessário para o livro porque repetia muito do que já estava descrito em capítulos anteriores e não trazia nada de novo além de um lugar diferente. Depois que o livro foi publicado, voltei a esse texto e o completei. Algo daquela viagem, envolvendo o taxista que me deu de graça um saquinho de haxixe, ressurgiu na minha mente e foi o suficiente para eu querer escrever um pouco mais sobre a experiência. A memória daqueles dias em Paris mostram o quão extremo meu comportamento era e quanto risco eu estava correndo ao usar drogas.

Há planos de transformar o livro em filme?
Diversos produtores e diretores têm entrado em contato. Só recentemente um deles descreveu uma ideia para um filme que parece ser, não apenas artisticamente substancial, como também possivelmente útil para as pessoas. Então, estamos em conversação. Veremos.

Retrato de um Viciado Quando Jovem

RETRATO DE UM VICIADO QUANDO JOVEM
Autor: Bill Clegg
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Julia Romeu
Quanto:   de R$ 41 por R$ 34,85

Nenhum comentário:

Postar um comentário