segunda-feira, 18 de julho de 2011

ENTREVISTA DE FRANÇOIS TRUFFAUT COM O MESTRE HITCHCOCK É PARA SER LIDA, RELIDA E COLOCADA COM DESTAQUE NA SUA BIBLIOTECA


Filho de um vendedor de verduras, Alfred Hitchcock (1899-1980) morreu há exatos 30 anos, vítima de insuficiência renal, aos 80 anos.

Ele não foi apenas o aclamado mestre do suspense: sua obra revelou um dos maiores artífices de toda a história do cinema.

Era isso que o diretor francês François Truffaut (1932-1984) pretendia mostrar aos críticos americanos quando, em 1962, propôs ao diretor inglês as 500 perguntas que deram origem ao livro Hitchcock / Truffaut: Entrevistas, publicado pela primeira vez em 1967, e republicado nos anos 80, após a morte de Hitchcock.

Divulgação
A atriz Tippi Hedren em cena do filme "Os Pássaros", lançado em 1963 por Alfred Hitchcock
A atriz Tippi  Hedren, em cena de "Os Pássaros" (1963)

A vida de sir Alfred, nobilitado pela rainha Elizabeth II, é de certa forma um resumo da história do cinema: em 54 anos de atividade - entre 1922 e 1976 - ele dirigiu 53 longas-metragens. 

Começou no cinema mudo e teve de se adaptar ao falado; foi do preto-e-branco - a seu ver o mais adequado à linguagem visual do suspense - ao colorido, e ainda realizou experiências pioneiras com o tecnicolor e a terceira dimensão.

Dos estúdios londrinos a Hollywood, Hitchcock fez de tudo: escreveu e desenhou letreiros de filmes mudos, foi assistente de direção, diretor de arte, roteirista, cenógrafo, figurante e diretor. 

Lançou ao estrelato jovens até então desconhecidos como Shirley McLaine e Anthony Perkins, e trabalhou com grandes estrelas como Grace Kelly, Ingrid Bergman, Cary Grant e James Stewart.

Nesta declaração de amor ao cinema, o diretor inglês revela os truques e os efeitos visuais a que recorreu para criar cenas antológicas, como a de Cary Grant sendo perseguido por um avião num campo de trigo - em Intriga Internacional - , a dos atores dependurados no alto da estátua da Liberdade  - em Sabotador - , e, sem dúvida, a mais famosa de todas, a cena do chuveiro em que Janet Leigh é esfaqueada -  em Psicose, seu filme de maior sucesso.



Nas entrevistas a Truffaut, o diretor inglês também discorre sobre inovações como o jogo de planos e contraplanos, o uso do zoom, as técnicas do "fade in" e do "fade out". 

E descreve em detalhes a façanha -  até hoje incrível - de filmar  Festim Diabólico  num plano-sequência - e Truffaut tem toda  razão quando diz que o trabalho da câmera hitchcockiana é sempre o astro principal de seus filmes.
Alfred Hitchcock  resgata ainda seus sucessos e fracassos, os scripts abandonados, as sequências irrealizadas, e às vezes deixa escapar comentários sobre sua vida íntima - tão bem guardada - e nunca sabemos se as anedotas que conta sobre astros e estrelas - e sobre si mesmo - são verdadeiras.

Hitchcock / Truffaut: Entrevistas foi publicado pela primeira vez em 1986, e logo passou a ser disputado com sebos e bibliotecas. 

Com nova tradução e projeto gráfico, centenas de imagens e um prefácio inédito do crítico e professor Ismail Xavier, esta edição definitiva do livro é um documento único da história do cinema, uma aula fundamental, dada pelo cineasta de cabeceira de Truffaut.

Reprodução
Cena do filme "Psicose"
Cena em que Marion (Janet Leigh) é morta enquanto toma banho no Bates Motel; filme é o maior sucesso de Hitchcock

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Edição definitiva das entrevistas de Hitchcock a Truffaut
Hitchcock / Truffaut: Entrevistas
Autores: François Truffaut e Helen Scott
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 368
Quanto: R$ 85,50

Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

Cotação do Klau:

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