sábado, 23 de julho de 2011

AMY WINEHOUSE: DO SUBÚRBIO LONDRINO PARA O CÉU

Uma menina de subúrbio, como tantas outras.

Mas uma menina com um talento muito especial.

Divulgação
Amy vestida de Minie, quando menina

Desde cedo, os vizinhos sabiam que na casa ao lado, onde o motorista de táxi judeu vivia brigando com a mulher e não tinha tempo para os filhos, a menina, caçula, era especial.

Tímida, calada, passou anos sem chamar a atenção.

Até soltar a voz. E QUE VOZ!

Comparada -  justamente - com a Diva Sarah Vaughan, a menina branquela, magrela e desprovida de beleza física virava uma senhora estrela quando soltava a voz.

Em 2008, o mundo da música foi só dela, quando levou cinco dos seis prêmios Grammy que disputava, tanto que um jornal londrino saiu-se com a manchete: "Amy: O mundo não é o bastante", copiando o título de um dos filmes de James Bond, tão inglês e tão londrino quanto ela.

Lançou dois discos: Frank (2003) e Back To Black (2006), que trouxe hits como "Rehab", "You Know I'm No Good" e "Tears Dry On Their Own" - e estava, segundo consta, preparando um terceiro.


Só que a pressão do sucesso começou a cobrar caro do corpo franzino e da vivência auto-destrutiva.

Flávio Florido/UOL
Amy Winehouse durante show no Summer Soul Festival, na Arena Anhembi, em São Paulo (15/01/2011)

Passou a aparecer mais na mídia por suas bebedeiras, internações para a reabilitação - que ela tão bem cantou - casamentos fracassados, escândalos.

Foi a crônica da morte anunciada, só para nos mantermos no chavão.

Em janeiro deste ano, ela desembarcou pela primeira vez no Brasil para cinco shows, após dois anos longe dos palcos.


Se o primeiro - em Florianópolis - foi muito ruim, parece que o clima brasileiro fez bem à garota de vinte e poucos anos, tanto que, ao contrário do que muitos acharam, achei que o show aqui em SP foi muito bom.

Meu amigo Henri Castelli, que assistiu ao show comigo, chegou a comentar: "Ela está tão frágil no palco, me lembra a Marilyn Monroe cantando 'parabéns pra você' pro Kennedy, dias antes de morrer".

UOL
Amy na piscina do hotel em que ficou hospedada no Rio de Janeiro

Henri sabe das coisas.

Tanto, que quando soube que ela cancelou sua turnê europeia após ser vaiada em Belgrado, no mês passado, tive a certeza de que o seu fim estava próximo.

Queria ter me enganado, até saber pelo Jornal Hoje da Globo que Amy Winehouse morreu na tarde deste sábado (23), por volta das 16h do horário local (13h de Brasília).

Tinha os mesmos 27 anos de Janis Joplin - com quem também foi muitas vezes comparada - Jim Morrison, Kurt Kobain e Jimi Hendrix.

A polícia londrina, que já a encontrou morta,suspeita de que ela tenha sofrido overdose de drogas.

Sua última aparição foi na noite de quarta-feira, quando se apresentou ao lado da cantora de soul Dionne Bromfield, na The Roundhouse, uma casa de shows em Camden.

Ela havia saído havia pouco tempo de um programa de reabilitação e estava sob regras severas para não beber.


Fica a voz, fica a sua presença cênica, fica a imagem da menina londrina, magrela e frágil, mais frágil do que ela mesmo achava que era.

Confira as músicas, matérias e muitas fotos da carreira da Diva do Soul,  clicando aqui.

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