A lenda das telonas Paul Newman e seu irmão Art praticavam todo tipo de esporte disponível quando eram crianças mas, pesar da diversidade de atividades, Paul não era realmente bom em nenhum deles.
"Cara, eu era o rei dos acidentes. Se tivesse uma árvore com um galho meio bambo, pode ter certeza que era nele que eu subia... e pronto!", conta o astro de Hollywood em sua deliciosa biografia - Paul Newman: Uma Vida.
Nela, toda a trajetória do ator é contada - desde sua infância até a morte em 2008 - e revela a verdadeira paixão de Newman pelo futebol, carreira que não pode seguir por ser muito baixo - no ensino médio, disputava torneios com crianças da sexta série.
Foi sua mãe, Theresa, que percebeu o jeito do menino para a atuação - Paul creditava essa influência por ela ser uma atriz frustrada, descontando no filho a carreira que não pode seguir.
Separei abaixo um trecho:
"O rapaz desenvolvera um senso de autocrítica e via falhas onde outros talvez não vissem nada de mais.
Isso o tornou reticente, cauteloso e levemente introvertido. Hugh Leslie, que cresceu a cinco casas de distância dos Newmans na Brighton Road e foi colega de classe de Paul durante todo o ensino médio, lembrou-se que "ele não era tímido, mas acho que era meio caladão, meio modesto. Participava das atividades escolares, mas não era gregário nem mesmo sociável". Segundo ele, os Newmans "eram boa gente, bons vizinhos", mas Paul nunca se destacou na família.
Pior ainda, ele demorou a crescer. Tinha mais ou menos a estatura mediana de um garoto, mas no início da adolescência parou de crescer, o que lhe causou problemas naquilo de que mais gostava. "Eu queria tanto jogar futebol... E joguei, no início do ensino médio", dizia ele. Don Mitchell, o capitão desse time escolar, guardou vívidas lembranças do talento de Newman. "Ele jogava de centroavante para nós, e não tinha medo de ninguém", comentou Mitchell. "Era capaz de atingir o adversário. Era parrudo. Podia ter feito luta livre". Mas não cresceu, e isso lhe custou. "No ensino médio, na nona série", lembrava-se Paul, "eu continuava a pesar menos de cinquenta quilos e media, mais ou menos, um metro e sessenta. Por isso precisei de uma dispensa especial para não jogar com os pesos leves, porque os pesos leves eram todos da sexta série. E eu preferia morrer a jogar com aqueles garotinhos". A dispensa não veio e ele não participou de esportes organizados no ensino médio.
Mas começava a desabrochar em outros aspectos, aspectos talvez menos interessantes para um garoto folgazão, mas rapidamente notados por quem é sua mãe. "Ele era um garotinho tão bonito", disse Theresa Newman a um repórter em 1959. "Parecia até vergonha desperdiçar tanta beleza num menino". Tornou-se também uma daquelas pessoas que lutam contra uma reticência inata exagerando na compensação em determinadas situações, posando de farrista ou de exibido. Não se sentia à vontade, mas nas circunstâncias certas era capaz de incorporar outra pessoa e se soltar. "Paul era o palhaço do bairro", lembra-se Theresa. "Ele se exibia, cantando e representando em todo tipo de festinha do bairro".
O exibicionismo juvenil vazou para o palco. Na Escola Elementar Malvern, Paul fez i papel de organista numa peça escolar, sacudindo o corpo e fingindo cantar em italiano ("eu compensava em volume o que me faltava em afinação", dizia ele). Aos sete anos, fez o bobo da corte numa peça intitulada The Travails of Robin Hood, cantando uma canção especialmente escrita para a ocasião por seu tio Joe. "Não gostei", comentou Paul mais tarde. "Me senti tão desconfortável e nervoso quanto me sinto hoje no palco. Eu tinha uma entrada e uma saída. Foi um grande sucesso. Minha família ficou cheia de orgulho e admiração".
Biografia de um grande ator, geralmente, já é bem saborosa de se ler.
E sendo esse ator um da grandeza de Paul Newman, então, as páginas ficam absolutamente deliciosas.
Paul Newman: Uma Vida
Autor: Shawn Levy
Tradução: Regina Lyra
Editora: Agir
Edição: 1
Ano: 2010
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 560 páginas
Quanto: R$ 50,92
Onde comprar: Telefone 0800-140090 ou
Autor: Shawn Levy
Tradução: Regina Lyra
Editora: Agir
Edição: 1
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Pelo site da: Livraria da Folha
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