segunda-feira, 20 de setembro de 2010

TORONTO: FILME SOBRE O PAI DE ELIZABETH II GANHOU O TIFF 2010

"The King's Speech" foi o grande vencedor do Festival Internacional de Cinema de Toronto - Tiff -, o que dá ao filme do diretor Tom Hooper um bom impulso na temporada de disputa pelo Oscar.

O filme, protagonizado por Colin Firth como o rei George 6o da Inglaterra e Geoffrey Rush como seu terapeuta de fala, recebeu o Prêmio do Público da mostra.

Foto: DivulgaçãoColin Firth e Helena Bonham-Carter, em cena do filme ganhador

Outros filmes que ganharam esse prêmio anteriormente -como "Beleza Americana", "Crash - No Limite" e "Quem Quer Ser um Milionário?" - acabaram levando o Oscar de melhor filme.

Além de fazer sucesso com o público de Toronto, "King's Speech" foi muito elogiado pela crítica.

O rei George, pai da atual soberana do Reino Unido, inicialmente reluta em subir ao trono depois da abdicação de seu irmão, Edward 8o.
Atormentado por sua gagueira nervosa, ele contrata um fonoaudiólogo e acaba liderando seu país até a entrada na Segunda Guerra Mundial.
"Estou muito orgulhoso do público ter reagido ao filme de um modo tão positivo", disse o diretor Tom Hooper, que não foi a Toronto, em nota lida na recepção de premiação.

O período retratado no filme foi "um momento fascinante. É possível registrar a forma como os meios de comunicação de massa transformaram instituições como a Monarquia (...) e como a liderança foi mantida", disse Hooper.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o povo ouvia o chanceler alemão Adolf Hitler fazendo discursos "brilhantes, ferozes e articulados", enquanto o rei da Inglaterra "se esforçava simplesmente para falar", afirmou Hooper.

Confira entrevistas no "red carpet" do Tiff:


O Festival de Cinema de Toronto é o maior da América do Norte e é tradicionalmente um evento importante para os distribuidores, porque recebe uma grande cobertura da imprensa dos Estados Unidos.

Ao contrário de festivais como o de Cannes e Berlim, o de Toronto não concede prêmios de júri, pois o Tiff permite que o público vote no filme que mais gostou.

No ano passado, o prêmio do público para o melhor filme ficou com "Preciosa", de Lee Daniels, que depois ganhou dois Oscar.

O segundo colocado na preferência do público neste ano foi "The First Grader", de Justin Chadwick, que conta a história de um analfabeto adulto que tenta entrar na escola primária no Quênia para aproveitar a educação estatal.

O evento também teve mais negócios fechados que no ano passado, quando a indústria do cinema independente estava enfrentando problemas devido à crise de crédito e ao excesso de filmes produzidos nos anos anteriores.

"Foi um ano muito bom para os negócios", disse o codiretor do festival, Cameron Bailey.
"Estamos satisfeitos de ver que a indústria cinematográfica está se recuperando, com os distribuidores comprando filmes."

Até a última sexta-feira, mais de 20 filmes haviam fechado acordos de distribuição no festival, de acordo com a assessoria de imprensa do evento.

A plateia também escolheu o documentário canadense "Force of Nature: The David Suzuki Movie" como o melhor da mostra e como finalista, o último filme do chileno Patricio Guzmán, "Nostalgia da Luz".

O prêmio popular para melhor filme do programa "Midnight Madness" (os que projetam filmes de ficção científica e terror) foi para o americano "Stake Land", e o canadense "Fubar 2" foi o finalista.

Já o júri da Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) premiou os filmes "Beautiful Boy" (EUA) e "L'Amour Fou" (França).

A imprensa especializada e o mundo da indústria do cinema qualificaram a 35ª edição do Tiff como uma das melhores na história.

Durante dez dias, a organização exibiu 339 filmes (258 longas e 81 curtas) procedentes de 59 países.
Destes filmes, 112 foram estreias mundiais.

Além disso, mais de 500 diretores e atores de todo o mundo desfilaram por Toronto.

O Tiff é considerado uma prévia do Oscar e é quando são iniciadas as campanhas para as nominações do festival americano.

Este ano foi especialmente importante para os filmes de língua espanhola, que foi representada em 20 produções, dez da Espanha e outras dez de vários países latino-americanos.

Foi também o primeiro ano que um filme guatemalteco, o "Marimbas del Infiero" de Julio Hernández Cordón, chegou à mostra de Toronto.
Este, inclusive, chamou a atenção da mídia especializada apesar de ser provavelmente o mais modesto, já que foi produzido com um baixo orçamento e uma câmera de fotografia.

Durante o evento, foi inaugurada sua nova sede, Tiff Bell Lightbox, um impressionante edifício no centro de Toronto que conta com cinco salas de cinema, museu, sala de exposições, loja e instalações de produção e emissão.

A primeira exibição do Tiff Bell Lightbox é a mostra "Essential Cinema", que exibe objetos e fotografias emblemáticas do mundo do cinema por meio dos cem filmes que os organizadores qualificaram como 'essenciais'.
A lista inclui "Cidade de Deus" (2002), do brasileiro Fernando Meirelles, "Tudo Sobre Minha Mãe" (1999), do espanhol Pedro Almodóvar, "O Labirinto do Fauno" (2006), de Guillermo del Toro, e"'Viridiana" (1961) de Luis Buñuel.
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Até o ano que vem!

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