sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PAUL GIAMATTI BRILHA EM ADAPTAÇÃO DE LIVRO BEST SELLER, O ÚLTIMO ALEMÃO E MAIS UM AMERICANO ENCERRARAM HOJE AS EXIBIÇÕES DOS CONCORRENTES

PAUL GIAMATTI BRILHA EM ADAPTAÇÃO DE
LIVRO BEST SELLER

Com uma grande atuação de Paul Giamatti - no filme "Barney's Version", do canadense Richard Lewis - terminou nesta sexta-feira a exibição de obras na mostra competitiva da 67ª edição do Festival de Veneza.

A livre adaptação do premiado romance homônimo de Mordechai Richler respeita o humor negro, cínico e autoirônico de seu protagonista, o judeu canadense Barney Panofsky, interpretado de maneira genial por Giamatti - famoso por sua atuação em "Sideways" e "Anti-Herói Americano".

As memórias de Barney, desde a época em que levava uma vida boêmia - no filme ambientada em Roma em vez de Paris - até chegar aos 60 anos rico, fã de uísque e charuto, são narradas através de fragmentos, como no livro.

As três mulheres que marcaram sua existência para o bem ou para o mal estão na tela: Clara, a primeira esposa, a segunda senhora Panofsky e finalmente Miriam.

Outra figura presente é o pai de Barney - interpretado por um divertido
Dustin Hoffman, que não apareceu em Veneza.

Foto: Divulgação
Paul Giamatti e Dustin Hoffman, em cena do filme

A suspeita do suposto assassinato do melhor amigo, e as aventuras com outras mulheres passam a um segundo plano no longa, que nas mãos de Lewis - famoso como diretor de vários episódios da série "CSI" - ressalta o amor pela tranquila Miriam e a ironia judaica.

O retrato cinematográfico de um dos personagens mais adorados da literatura contemporânea canadense - o livro foi best seller - escrito por Richler pouco antes da morte em 2001 aos 70 anos, foi um grande desafio.
"Não queria arruinar um tesouro nacional", disse o diretor na entrevista coletiva, hoje em Veneza.

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ALEMÃO E AMERICANO ENCERRAM AS EXIBIÇÕES

Os dois últimos filmes em competição - "Drei" do alemão Tom Tykwer e "Road to Nowhere" do americano Monte Hellman - também entraram para lista de favoritos ao Leão de Ouro.

Hellman, 78 anos - que descobriu Jack Nicholson e Harrison Ford e produziu o primeiro filme de Quentin Tarantino, presidente do júri este ano - retorna à direção após 25 anos com um cult, um thriller romântico e um "filme dentro do filme".

Protagonizado pela misteriosa Shannyn Sossamon, o filme descreve de forma desordenada, mas com belas imagens, as obsessões de um diretor de cinema que descobre um escândalo político, um homicídio e se apaixona por uma atriz.
O longa, aplaudido pela crítica, reitera uma ideia que ronda o cine experimental e de autor há décadas: narrar uma história a partir das enigmáticas filmagens.

Já o filme do alemão Tykwer, talentoso diretor de "Corra Lola, Corra", mostra como sem querer começa um triangulo amoroso.

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O Leão de Ouro será anunciado amanhã à noite, em cerimônia oficial no Palácio do Cinema do Lido.

O júri, formado por vários cineastas, entre eles o mexicano Guillermo Arriaga e o italiano Gabriele Salvatore, e presidido por Tarantino - estrela da mostra - terá que decidir entre os 24 filmes exibidos na competição oficial.

Entre os favoritos - segundo o jornal da mostra, que entrevistou 21 críticos - estão o chileno "Post Mortem", de Pablo Larraín, o nostálgico russo "Silent Souls", de Alexei Fedorchenko, e a comédia francesa "Potiche", de Francois Ozon.
"Venus Noire", do francês Abdellatif Kechiche, chamou a atenção, mas são poucas as chances da produção levar um prêmio importante, porque dividiu a crítica e deve dirividir o júri também.

Na competição principal, a predominância de títulos norte-americanos - que são seis - começando por "Somewhere", de Sofia Coppola, com Benicio del Toro e Stephen Dorff no elenco.
Fazem parte dessa safra: "Promises Written in Water", de Vincent Gallo, "Miral", de Julian Schnabel, "Road to Nowhere", de Monte Hellman, "Meek's Cutoff", de Kelly Reichardt, e "Black Swan", de Darren Aronofsky.

A presença européia sempre é forte, e, nesse ano, não foi diferente.

São quatro italianos: Saverio Costanzo - "La Solitudine Dei Numeri Primi", com Isabella Rossellini -,Ascanio Celestini - "La Pecore Nera" - , Mario Martone - "Noi Credevamo", com Toni Servillo - e Carlo Mazzacurati - "La Passione", com Silvio Orlando e Stefania Sandrelli.

Os franceses são representados por François Ozon - "Potiche", estrelado pela Diva Catherine Deneuve e Gerard Depardieu - , Abdelattif Kechiche - "Venus Noire" - , e Antony Cordier - "Happy Few", com Elodie Bouchez e Roschdy Zem.

Da Espanha, e estrelado por Carmem Maura, temos "Balada Triste de Trompeta" - de Alex de la Iglesia - , e da Alemanha, "Drei", novo trabalho do premiado Tom Tykwer - diretor de "Corra Lola, Corra".

Rússia e Grécia comparecem igualmente com um solitário concorrente: "Silent Souls", de Aleksei Fedorchenko, e "Attenberg", de Athina Rachel Tsangari, respectivamente.

No bloco asiático estão "13 Assassins", de Takashi Miike - diretor do polêmico "Três... Extremos" -, e "Norwegian Wood", dirigido pelo vietnamita Tran Anh Hung - diretor do cult "O Cheiro da Papaia Verde". "Detective Dee and the Mystery of Phantom Flame" de Tsui Hark também é bem cotado.

"Barney's Version", de Richard J. Lewis, uma coprodução canadense-italiana, completa a seleção.

Amanhã é o grande dia!



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