quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FESTIVAL DE VENEZA: BRASILEIROS DISPUTAM, NA MOSTRA OFICIAL, E NA PARALELA "HORIZONTES"

Ontem à noite, vasos de plantas e até um leão gigante eram carregados pelos tapetes vermelhos que, hoje, devem começar a receber as figuras do mundo do cinema.

Os últimos preparativos para a abertura da 67ª edição da Mostra Internacional de Cinema de Veneza transformaram a região dos Palazzos, no Lido, numa espécie de set a céu aberto.

Havia de tudo: guindastes, caixotes, copinhos de plásticos levados como se integrassem um número de malabarismo e, claro, convidados na fila de credenciamento.

Mas, hoje, tudo isso estará na sua mais perfeita ordem, tal qual filme saído da sala de montagem.

A abertura oficial acontecerá às 19h, no Palazzo del Cinema, com "Black Swan" (Cisne Negro), de Darren Aronofsky - ganhador do Leão de Ouro em 2008, com "O Lutador" - inclusive com as presenças dos protagonistas Natalie Portman e Vincent Cassel, na linda cidade italiana às margens do mar Adriático.

Antes disso, agora de manhã, o filme será apresentado para a imprensa.

Em seguida, o júri presidido pelo cineasta Quentin Tarantino dará uma entrevista coletiva.

Tarantino disse que sua rotina até a entrega do cobiçado Leão de Ouro, no dia 11, será mais de trabalho do que de diversão.
"Há muitos filmes realmente excitantes, diretores excitantes. É uma seleção fantástica", disse ele à Reuters ao chegar a Veneza.
"Já estive em alguns júris e adoro. É uma alegria para mim. Mas é trabalho. Não estamos aqui de férias."

Foto: Alessandro Bianchi/Reuters
Quentin Tarantino e o também diretor Robert Rodrigues, ontem à tarde em Veneza

A exemplo do que aconteceu na última edição do Festival de Cannes, em maio, Veneza estenderá seu tapete, sobretudo, para figuras novas ou levemente marginais do cinema.

São poucos os grandes nomes. São muitos os estilos e nacionalidades.

Só as próximas edições desses grandes eventos dirão se esses recortes são só coincidência ou se as grifes mais rentáveis simplesmente deixaram de ver os festivais como uma plataforma importante de lançamento nesta era digital.

A noite mais estrelada será a de hoje, quando Darren Aronofsky, apresentará "Black Swan", e, ao seu lado, outros 21 cineastas começarão a luta pelo Leão de Ouro.

Há, na lista, nomes significativos da produção, que se situa no meio percurso entre o gigantismo de Hollywood e o cinema tipicamente autoral, de penosa visibilidade.

Entre os concorrentes estão os norte-americanos Sofia Coppola, Julian Schnabel e Vicent Gallo, os franceses François Ozon e Abdellatif Kechiche e o alemão Tom Tykwer.

Pela primeira vez, obras latino americanas serão exibidas em Veneza, dentro e fora da competição.

"Post Mortem", do chileno Pablo Larraín, está entre os filmes do concurso principal que dá direito ao troféu Leão de Ouro.
Nessa produção - que também é mexicana e alemã - os protagonistas são Alfredo Castro e Antonia Zegers, que contam uma história de amor se passa no Chile na época do golpe de Estado de Pinochet em 1973 - que derrubou o Governo constitucional de Salvador Allende.

Os brasileiros ficaram de fora da competição, mas Andrucha Waddington - de "Eu, Tu, Eles" - exibirá seu longa "Lope", coprodução entre Brasil e Espanha - e que que tem como atores principais Alberto Ammann, Leonor Watling, Pilar López de Ayala e Luis Tosar, além de uma participação especialíssima da Diva Sônia Braga - e que conta a vida do poeta e dramaturgo espanhol Félix Lope de Vega (1562-1635).

Divulgação
Sônia Braga, em cena de "Lope", de Andrucha Waddington

O filme está programado para sexta-feira, dia 10, na sessão "Horizontes", que traz também os novos trabalhos de Marco Bellocchio, John Turturro e um documentário de Martin Scorsese sobre o cineasta Elia Kazan - que lancou para o estrelato, entre outros, Marlon Brando, James Dean, Natalie Wood e Shelley Winters.

"Horizontes" conta com seus próprios prêmios, e abriga um amplo leque de formatos cinematográficos.
Nesse ano, participam sete produções latino-americanas, entre eles o curta-metragem brasileiro de nove minutos "O Mundo é Belo", de Luiz Pretti.

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Fontes: Reuters e site oficial do Festival de Cinema

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