quinta-feira, 16 de setembro de 2010

BISCATES EM DESFILE

A demissão da Ministra da Casa Civil; Bolinha Kassab, reaparecendo na campanha; o espancador passou a feminista nas pesquisas...

Confira essas e muitas outras, no resumo semanal de notícias da Política, sempre com muito humor!


ERENICE, FINALMENTE DEMITIDA


E não deu outra: após encontro com o presidente, a Ministra-Chefe da casa Civil Erenice Guerra foi demitida hoje.

Ao substitui-la a poucos dias da sucessão presidencial de 3 de outubro, o governo adotou uma operação de alto risco, pois sabe-se que haviam duas opções sobre a mesa:

1) não demitir e apostar no voto cristalizado pró- Dona Dilma:
A ideia geral por trás dessa tática era a de que a massa de eleitores que hoje declara votos na candidata do PT (51%) não se deixaria contaminar pelo noticiário a respeito de Erenice e as suspeitas de lobby na Casa Civil.
Argumento a favor: só a mídia está falando disso e o assunto não chegará com clareza à maioria do eleitorado.
Argumento contra: não se sabe o que vem por aí. Erenice parece não ter também controle total sobre seus parentes.
É um risco mantê-la no cargo e estourar algo mais grave na véspera da eleição.

2) demitir e tentar estancar o caso:
Como está muito obscuro o tipo de atividade dos familiares de Erenice, é melhor trocar a ministra de uma vez e retirar o caso do noticiário.
Argumento a favor: com a demissão, haverá uma repercussão inicial ruim, mas o assunto tende a diminuir sua visibilidade na mídia em 5 ou 10 dias.
Argumento contra: a repercussão será péssima.
A ministra demitida, sob suspeita de graves irregularidades, era braço-direito de Dona Dilma durante vários anos no governo.
A escolha de Erenice para ficar na Casa Civil, em abril, teve participação da hoje candidata a presidente pelo PT. As acusações não tendem a diminuir só porque a ministra está fora da cadeira.

O Governo apostou no argumento do item 2, segundo o qual agora “o caso vai morrer”.

Mas o caso vai mesmo morrer?
Hoje e nos próximos dias, certamente não.

Haverá impacto eleitoral?
Possivelmente não, pois a exemplo do episódio da quebra de sigilos fiscais de tucanos, esse novo escândalo é complexo e de difícil compressão.

Só as próximas pesquisas, daqui a uma semana, poderão dizer se opção de Luiz Inácio e do governo foram boas ou ruins do ponto de vista eleitoral para Dona Dilma, que, aliás, segue com confortabilíssimos 51% na última pesquisa Datafolha, divulgada ontem.

Erenice perdeu ontem o que lhe restava de respaldo na campanha de Dona Dilma , e o isolamento aumentou com a unânime rejeição ao tom da resposta dada pela ministra às denúncias de tráfico de influência que envolvem sua família.

A nota redigida por ela, recheada de ataques a Serra Nomuro, nem sequer passou pelo crivo de seus advogados recém-constituídos.

Aliados e integrantes do governo, que tratavam sua demissão como "hipótese remota" temendo o impacto eleitoral de um afastamento, já admitiam o contrário, sobretudo ante a iminência de "fatos novos".

E o "fato novo", crucial, foi a manchete principal da "Folha de S.Paulo" de hoje:
"Filho de Erenice pediu 5% por crédito do BNDES, diz empresa".

Quando foi nformada de que a revista "Veja" traria acusações contra Erenice, Dona Dilma, mesmo "em recesso" pelo nascimento do neto, disparou pessoalmente, entre quinta e sexta passadas, alguns telefonemas na tentativa de aferir o grau de encrenca a envolver sua sucessora na Casa Civil.

Até agora, Erenice era nome certo no eventual governo Dona Dilma.

REI MORTO...

Miriam Belchior, hoje coordenadora-geral do PAC, deve assumir a Casa Civil .
Também eram cotados o chefe de gabinete de Luiz Inácio, Gilberto Carvalho, e os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

"MÂINHA"

Marco Antonio de Oliveira, ex-diretor dos Correios e tio de Vinícius Castro, o ex-assessor da Casa Civil que atuava ao lado de Israel Guerra - filho de Erenice e pivô do escândalo de intermediação - na empresa Capital Assessoria, se referia a Erenice como "madrinha" quando conversava com seus colegas da estatal.

ERENICE BEGINS

No início dos anos 2000, Erenice, Márcio Silva e Alan Trajano trabalharam na liderança do PT na Câmara.

Os dois advogados são sócios num escritório onde Israel Guerra - o primeiro filho, acusado de cobrar comissão para facilitar negócios de empresas com o governo, fez reuniões.

SÓ PRO SARNEY

Comentário de um governista, diante da descoberta do número de familiares de Erenice já foram nomeados para cargos no serviço público:
"Pelo visto, ela só perde para o Sarney".

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

No governo e no PT, uns atribuem as denúncias envolvendo Erenice à turma há pouco tempo afastada dos Correios.
Outros, porém, enxergam "fogo amigo" vindo de gente interessada em bombardear a proximidade de Dona Dilma com sua sucessora na Casa Civil.

TEIXEIRA, SEMPRE ELE

O diretor de Operações dos Correios, Artur Rodrigues da Silva - que confirmou que o filho de Erenice Guerra intermediou negócios privados com o governo - foi indicado para a estatal pelo advogado Roberto Teixeira, compadre do Luiz Inácio.
Teixeira foi personagem de outros casos que bateram na Casa Civil, como a venda da Varig.
Em 2009, no auge da polêmica sobre a controvertida operação, Dona Dilma admitiu que Teixeira havia sido recebido pelo menos duas vezes em encontros que não constavam da agenda pública.
Teixeira foi também o responsável por emprestar por anos e anos uma confortável casa em São Bernardo do Campo, onde os Lula da Silva moraram e inclusive receberam o então ditador cubano Fidel Castro.

NO PLANALTO PAULISTA...

A liderança de Dona Dilma nas pesquisas em São Paulo fará a tucanada mobilizar seus expoentes numa operação para tentar reverter o quadro na reta final da campanha.
Serra Nomuro e Geraldo TFP Alckmin concentrarão suas agendas na capital e na Região Metropolitana.
O prefeito Bolinha Kassab (DEM), sumido até agora, prometeu aderir à maratona.

NO ESCÂNDALO ANTERIOR...

Na reunião da coordenação de governo, segunda, alguém sugeriu que a Receita Federal envie uma carta a todas pessoas que tiveram seus dados violados.
Seria uma espécie de pedido de desculpas, acrescido de informações a respeito dos procedimentos adotados.
Luiz Inácio gostou da ideia.

ESPANCADOR PASSOU FEMINISTA

A ultrapassagem de Dona Marta por Netinho Espancador de Paula (PC do B) no Datafolha sobre o Senado em São Paulo, ainda que dentro da margem de erro, deu argumento a petistas segundo os quais a ex-prefeita deveria fazer campanha mais amarrada ao restante da chapa e à base popular construída quando governou a capital.
Em outras palavras, querem que ela grude ainda mais em Netinho, pois Aloísio Nunes (PSDB) vem subindo e ela, em segundo, corre o risco agora de morrer na praia.

ESCOLINHA PT

O PT prepara campanha ostensiva para frisar que neste ano o eleitor terá de comparecer às urnas munido do título de eleitor e de um outro documento com foto.
O partido teme que um eventual aumento no percentual de abstenção prejudique seus candidatos e vê na conscientização uma medida preventiva.
A exemplo do que Lula faz em comícios, a ofensiva terá espaço nobre no horário de TV da legenda.

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FRASES

"O caso da ministra não é de política, mas de polícia. O candidato Serra e o PSDB nada têm a ver com isso. Ela confunde governo com campanha".
DO SENADOR SÉRGIO GUERRA (PE), presidente do PSDB, sobre a nota divulgada por Erenice Guerra (Casa Civil) em que a ministra atribui as denúncias contra a ela a uma campanha difamatória de um candidato "aético e já derrotado".
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"Não bastasse o tom agressivo dos discursos, Lula agora exacerba o autoritarismo, defendendo o extermínio dos opositores. Típico dos regimes aos quais ele associa."
DO DEPUTADO JOSÉ ANÍBAL (PSDB-SP), sobre declaração do presidente a respeito da necessidade de "extirpar o DEM da política nacional".
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"O discurso do "eu sozinho" não está colando nesta eleição. Ninguém mais quer saber de político solo. O povo quer banda".
DO PRESIDENTE DO PTB, ROBERTO JEFFERSON, enxergando isolamento na candidatura de Cesar Maia (DEM), ultrapassado por Lindberg Farias (PT) e agora em terceiro lugar na disputa pelo Senado no Rio de Janeiro.
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"A única coisa que o Serra conseguiu ao explorar o caso da Receita foi aquilo que ele vinha tentando evitar a campanha inteira: chamar o Lula para a briga."
DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), sobre a dianteira inalterada de Dilma Rousseff no mais recente Datafolha sobre a sucessão presidencial.

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HISTÓRIAS PRA BOI DORMIR

Em recente manhã de sábado, Luiz Inácio pescava no Paranoá, um de seus passatempos favoritos, em companhia de Dona Marisa Primeira, a Muda.
A sorte, porém, não estava ao lado do presidente: decorrido algum tempo, a primeira-dama havia retirado do lago sete tucunarés; ele, nada.
Depois de muito reclamar, ele concluiu que o problema era a vara.
Solícita, Marisa ofereceu a dela ao marido e ficou com a "ruim".
Resultado: ela pegou mais quatro tucunarés, e ele continuou zerado.
Lula achou que era hora de desistir.
Em casa, Marisa fez questão de contar a todos que ganhara de 11 x 0.

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ATÉ QUINTA!

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