quarta-feira, 29 de setembro de 2010

AVA GARDNER E SEU "EXÍLIO ESPANHOL" VIRAM DOCUMENTÁRIO

Noites de flamenco, tardes de touradas, festas, amantes, bebedeiras e cinema.

A Diva Ava Gardner deixou tudo isso em sua passagem pela Espanha franquista dos anos 1950 e 1960, onde viveu por longas temporadas, fugindo da vida cheia de restrições que lhe era exigida em Hollywood.

Fotos: Arquivos do KlauA Diva americana Ava Gardner

O documentário "La Noche que No Acaba", exibido no Festival de San Sebastián fora da competição, acompanha os passos da espetacular atriz americana por uma Espanha isolada e atrasada, onde tomar um suco de laranja no café da manhã já era uma extravagância.

"Viver na Espanha lhe permitia escapar do sistema de Hollywood e da vida nos Estados Unidos, da qual não gostava, sobretudo porque sofria muita pressão da imprensa", disse o diretor do filme, Isaki Lacuesta, em entrevista à Reuters.


"O que ela encontrou aqui e que a fascinou foi não ter que levar uma vida dupla. Aqui ela não distinguia entre vida pública e vida privada, e praticamente tudo era muito extrovertido e espontâneo."
"Naquela época, em Hollywood, os atores eram obrigados a comportar-se, até mesmo em sua vida privada, segundo os códigos determinados pela produtora. Aqui, de repente, a vida podia ser vivida à vontade", acrescentou.


O documentário é baseado no livro "Beberse la Vida", de Marcos Ordóñez, e foi concebido como uma colagem que conta a biografia de Ava através de seus filmes de ficção e de relatos de algumas testemunhas de sua intensa vida social espanhola.

Produzido pelo canal de TV TCM, o documentário acompanha a Diva desde que ela chegou ao pequeno povoado de Tossa de Mar em 1950 para rodar "Pandora and the Flying Dutchman", até a atriz rodar, também na Espanha, seu último filme, "Harém" (1984).



Lacuesta recebeu o Prêmio Fipresci da crítica internacional no Festival de San Sebastián no ano passado, por "Los Condenados", seu primeiro filme de ficção.

"La Noche que No Acaba" fala da vida pessoal de Ava Gardner, sua relação tempestuosa com Frank Sinatra, seu idílio com o toureiro Luis Miguel Dominguín e seu gosto pela bebida, mas também trata de temas como o impacto da chegada da atriz à Espanha do pós-guerra ou das equipes americanas que vinham filmar no país.

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Ava Lavinia Gardner nasceu em Grabtown, Carolina do Norte, em 24 de dezembro de 1922, e morreu em Londres, em 25 de janeiro de 1990, aos 67 anos.

Mesmo sendo uma lenda do cinema, foi indicada ao Oscar apenas uma única vez, por "Mogambo" (1954), que estrelou ao lado de Clark Gable.

Ava é considerada uma das atrizes mais belas da história do cinema, uma das grandes estrelas do século XX, um dos mitos da sétima arte e está entre as 50 maiores lendas do cinema da lista do AFI.

Foi casada oficialmente três vezes: com o ator e cantor Mickey Rooney (1942-1943), com o músico e maestro Artie Shaw (1945-1946), e com o cantor e ator Frank Sinatra (1951-1957), que nunca escondeu que Ava foi o grande amor da sua vida.

Ainda teve romances que deram o que falar, com o já citado Dominguín e com o bilionário Howard Hughes, interpretado nas telonas no filme de Martin Scorsese, "O Aviador" (2004) por Leonardo DiCaprio - Ava foi interpretada nesse filme pela ótima Kate Beckinsale.

Com Frank Sinatra: relação tempestuosa

De beleza rara, exuberante e fotogênica, para o cineasta Cecil B. DeMille Ava era "a mulher mais linda do mundo".

Nos estúdios, ela era definida como possuidora de um olhar de gata, e, justamente por isso, o poeta Jean Cocteau a definiu como o "mais belo animal do mundo".

Aguardando esse documentário com extremo interesse!

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