quinta-feira, 4 de agosto de 2011

RUDOLF BRAZDA, O ÚLTIMO GAY SOBREVIVENTE AO HOLOCAUSTO, PARTIU ONTEM PARA SUA ÚLTIMA JORNADA


No último dia 13 de julho, postei aqui uma matéria da revista Del Spiegel sobre Rudolf Brazda, o último sobrevivente dos "triângulos rosas" - símbolo que identificava os homossexuais levados aos campos de concentração nazistas.

Na matéria -  que você pode reler aqui - a revista mais importante da Alemanha contava a história de Brazda, e de como o Museu do Holocausto de Berlim tinha tomado conhecimento não só dele, como da sua história de vida gay na Alemanha nazista.

Der Spiegel
Rudolf Brazda no final dos anos 30, e em 2011

Nascido em 26 de junho de 1913 na Saxônia (leste da Alemanha), em uma família tcheca de língua alemã, Brazda foi detido duas vezes nas prisões nazistas.

Em agosto de 1942, Brazda foi deportado para o campo de concentração de Buchenwald por ser gay.

Rudolf Brazda foi um dos autores do "Itinerário de um Triângulo Rosa", no qual relembrou os 32 meses no campo de concentração, os trabalhos forçados, a presença da morte, as agressões e as humilhações.

No campo de Buchenwald, do qual foi libertado em abril de 1945, foi obrigado a usar um triângulo rosa, símbolo que estigmatizava os homossexuais.

Brazda saiu do anonimato em 2008, quando a Alemanha inaugurou um monumento defronte ao Memorial do Holocausto para homenagear os "triângulos rosas" e anunciou que apenas uma testemunha do horror permanecia viva - o próprio Rudolf.

Um mês depois foi o convidado de honra da Parada do Orgulho Gay de Berlim. 
Com uma camisa rosa, depositou uma flor diante do novo memorial na presença do prefeito da capital alemã, Klaus Wowerei, também homossexual.

Ele recebeu ainda o título de cavaleiro da Legião de Honra.

Nos últimos anos, Brazda vivia em Kingersheim, perto de Mulhouse, e foi internado em junho em Bantzenheim, onde o repórter Frank Hornig o entrevistou para a já histórica matéria na Der Spiegel.

E foi lá, ainda internado em Bantzenheim, leste da França, que Rudolf Brazda morreu ontem (03), aos 98 anos.

O funeral será realizado na próxima segunda-feira (8), e com Brazda, uma parte importantíssima da história gay no século 20 também vai embora.

Ainda bem que o Museu do Holocausto de Berlim conseguiu gravar vários depoimentos importantes dele, complementados pela histórica entrevista à revista.

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