Conheci o personagem James Bond pelo filme 007 - O Espião que me Amava (1977) em que Roger Moore interpretava o espião mais conhecido do serviço secreto britânico.
Para um rapaz de 17 anos, a mistura de aventura, espionagem e romance foi paixão mais que imediata.
Curioso, passei a pesquisar incansavelmente a gênese do personagem, para descobrir, felicíssimo, os livros onde Ian Fleming criou Bond.
Juntamente com os filmes em que Sean Connery interpretava Bond, as novelas e os contos de Fleming com o personagem foram se avolumando nos meus guardados, a ponto de eu ser, atualmente, considerado pela Eon Productions - produtora da saga de Bond nas telonas e atualmente comandada por Barbara Brocolli e Michael G.Wilson, filhos de Cubby Brocolli, produtor de Hollywoood que levou 007 para o cinema - um dos Best BondManiacs espalhados pelo mundo.
A duradoura propaganda aqui no blog, da 007 Cars Collection da Panini não é mera coincidência.
Com tudo isso, era uma falha imperdoável da minha parte nunca ter lido uma das aventuras de Bond, e que é sempre citada, tanto nas telonas, como no papel, uma das melhores histórias de 007.
Falha essa que terminei de sanar: acabei de ler, na madrugada desse sábado, as 320 páginas da caprichada edição da Editora Record de Moscou Contra 007, escrita por Ian Fleming em 1957, portanto, antes da estreia nas telonas em 007 contra o Satânico Dr. No (1962).
Encontrei um texto atualizadíssimo, com a característica descrição das cenas do autor que nos fazem ver cada movimento, cada diálogo, cada expressão dos personagens.
E isso num livro em que James Bond aparece somente no capítulo 11, à página 121!
Na trama, a Smersh, departamento soviético de contra-espionagem que tem como principal objetivo eliminar agentes ocidentais, estuda um plano para desestabilizar o serviço secreto britânico, ao matar e desmoralizar o melhor de seus homens, Bond, o agente 007.
Para isso, lança uma isca do tipo que o espião inglês jamais recusaria: uma mulher bonita, sensual e que aparentemente tenta deserdar para o ocidente por ter se apaixonado por 007 ao vê-lo em uma foto.
Para provar que suas intenções são sérias, Tatiana Romanova desertará em Istambul, Turquia, levando uma máquina decifradora dos códigos soviéticos - a Lektor, objeto do desejo de todos os serviços de contra-espionagem ocidentais.
Tatiana foi recrutada nos arquivos onde trabalhava em Moscou pela chefe de campo da Smersh, Rosa Klebb, uma sapata com cara de sapo que canta a moça descaradamente - a descrição da cena onde Klebb veste "algo mais confortável" para tentar comer a moça é hilária.
Klebb também chama para a missão de matar Bond o melhor assassino sob seu comando, Red Grant, uma máquina de músculos alta, loira e com sede de sangue desde quando era criança, principalmente em noites de lua cheia
O chefe de Bond, M, mesmo achando a história da moça apaixonada pela foto muito estranha - chega a compara-la a de uma fã ardorosa por um artista de cinema - só falta falar que Bond é bom tanto na vertical como na horizontal, ao manda-lo para a Turquia.
Em Istambul, Bond se une ao chefe da divisão T do serviço secreto, um simpático e roliço turco de meia idade chamado Kerim Bey, que comanda uma rede de espiões - todos são seus filhos - e que, a partir da chegada de 007, sofre dois atentados perpetrados por búlgaros a soldo de Moscou - um, com bomba, outro, num eletrizante tiroteio num acampamento cigano.
Bond ,Tatiana, a Lektor e Bey embarcar no famoso trem Orient Express para sair da Turquia, onde Red Grant toma o lugar de um agente que iria ajudar Bond, e onde acontece o primeiro desfecho - o último será protagonizado por Rosa Klebb.
Diversão de primeira, num livro magistralmente escrito, e com uma tradução de Sylvio Gonçalves, inspiradíssima.
Título:
Moscou contra 007
Autor:
Ian Fleming
Editora:
Editora Record
Edição:
1
Especificações:
Brochura | 320 páginas
Quanto:
R$ 39,90
Cotação do Klau:
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