quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CASADO OFICIALMENTE COM SEU COMPANHEIRO, SENADOR ARGENTINO TOMA POSSE E É UM EXEMPLO PARA POLÍTICOS


Um defensor dos direitos homossexuais, que luta "pela igualdade", se transformou no primeiro senador homossexual casado na Argentina, o primeiro país da América Latina a habilitar por lei a união entre pessoas do mesmo sexo.

O advogado Osvaldo López, de 39 anos, cumpre suas primeiras horas como senador nacional rodeado de papéis e projetos que planeja impulsionar, entre os quais figura um novo regime de serviços financeiros e a possibilidade que travestis e transexuais possam mudar o nome com o qual foram registrados em seu documento de identidade, explicou nesta quinta-feira à Agência Efe.

EFE
O senador argentino Osvaldo López presta juramento ao assumir mandato, semana passada

López, do partido de centro-esquerda Nuevo Encuentro, representa a província da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina, onde em dezembro de 2009 foi oficializada a primeira união entre pessoas do mesmo sexo graças a um decreto governamental que permitiu que Alex Freyre e José María di Bello se casassem.

Meses depois, em julho do ano passado, o Parlamento argentino aprovou o casamento homossexual como argumento de um forte debate que enfrentou a rejeição da Igreja e de setores políticos conservadores.

López se casou em 10 de outubro do ano passado com seu parceiro, Javier Calisaya, na Terra do Fogo, no que constituiu o primeiro caso de um funcionário da província que se casou com uma pessoa do mesmo sexo, após a sanção da lei.

Ambos se conheceram por sua militância em Ushuaia, capital da Terra do Fogo, e estão juntos desde 2005.

O novo senador não descarta inclusive adotar um bebê, tal como a lei habilita, embora reconheça que para isso deverão "adaptar" sua vida à paternidade já que "às vezes a condição de militante e funcionário não permite dar o tempo necessário para um filho".

A união de López foi um dos cerca de 3 mil casamentos homossexuais que foram celebrados no primeiro ano desde a aprovação da norma, apesar de juízes de alguns registros civis do país resistirem a realizar a cerimônia.

"Se uma pessoa deve ser condenada ou acusada é pelo que faz na vida pública e não no âmbito privado. Eu nunca andei com um cartaz na testa, mas também não permiti que me discriminassem", conclui o político que milita desde os 16 anos.

Sua militância fez com que em 2007 assumisse como legislador da Terra do Fogo, cargo que exerceu até nesta quarta (27.7), quando assumiu o posto de primeiro senador homossexual casado do país.

Na Argentina há 2,4 milhões de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais, o equivalente a 6% da população - de 40 milhões de habitantes -, o que supõe que 1% dos membros da comunidade homossexual se casou após a nova normativa, segundo dados de entidades do coletivo.

Ainda na semana passada, só que aqui no Brasil, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) apresentou novo projeto de lei que institucionaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, como o objetivo de estender e regulamentar a recente decisão do STF sobre as uniões estáveis.

Tem todo o meu apoio.

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