Criado por Martin Nodell e Bill Finger - criador do Coringa, vilão mais importante do Batman - o Lanterna Verde original estreou nas Hqs na revista All-American Comics nº16 (1940).
Reformulado como um novo super-herói com o mesmo nome, o Lanterna Verde atual foi lançado nos quadrinhos na década de 60 - conhecido como O Lanterna Verde da Era de Prata.
Sua identidade secreta era Hal Jordan, membro fundador da Liga da Justiça da América e, apesar do excelente trabalho do desenhista Gil Kane nesse período, era um personagem de segunda linha até que em 1970 a DC resolveu juntá-lo com o Arqueiro Verde em uma série de quadrinhos absolutamente inovadora e de cunho social, o que ajudou a consolidar o novo Lanterna Verde como um herói popular, apesar das séries subseqüentes abordarem temas mais cósmicos.
Com tudo isso, a saga de Hal Jordan teria tudo para se transformar num filme de sucesso, entre um Batman e outro, este sim um herói de primeira linha.
A Warner - estúdio que transporta os super-heróis da DC para as telonas - pensou exatamente isso ao levar a história do piloto de testes que é escolhido por um alienígena e seu sensacional anel esmeralda, que transforma seus pensamentos em realidade, tornando Hal Jordan o primeiro Lanterna Verde humano da não menos sensacional Tropa dos Lanternas Verdes, onde cada um cuida de um quadrante do universo.
E a Warner apostou: gastou US$ 200 milhões para tornar tudo isso um filme de ação, com uma boa história e recheado de efeitos especiais.
Só que a aposta foi frustrante ao extremo pois, afinal, o que se pode dizer de um super-herói que fracassa em sua missão de levar as mesmas multidões que lotam os cinemas para verBatman ou os heróis da rival Marvel, e que arrecadou apenas US$ 114 milhões nos EUA, desde que foi lançado, a mais de dois meses?
Esperei para eu mesmo ver Lanterna Verde, que estreia finalmente no Brasil hoje, para ter uma opinião, apesar das críticas que massacraram o filme na sua estreia americana - mas o que posso dizer é que eles estavam certos.
Aqui, Hal Jordan - interpretado (!) por Ryan Reynolds - é um piloto de provas arrogante, filho de outro aviador morto em um acidente aéreo.
Ao testar até o limite um novo caça, passa a sentir sintomas estranhos, com a imagem do pai insistindo em voltar à sua memória - justo ele, que sempre foi destemido, repentinamente se sente inseguro e amedrontado e consegue com dificuldades ser ejetado do aparelho, antes da queda.
Arrasado, Hal não consegue se explicar à sua parceira de provas e de coração Carol Ferris - interpretada por Blake Livelly - e começa a duvidar de suas habilidades - pior, sente que o medo está tomando conta de suas emoções.
Divulgação/Warner
Carol e Jordan: casal mais sem sal que esse, só a Marina e o Pedro da novela
Enquanto isso, no planeta Oa, uma legião de protetores do universo - os Lanternas Verdes - topa com um poderoso inimigo chamado Parallax, que ganha força com a energia de cor amarela gerada justamente pelo medo e fica tão poderoso que os Lanternas não conseguem contê-lo com a arma poderosa que todos tem, um anel que emite uma energia verde e que transforma todos os seus pensamentos em realidade.
Ao fugir de Parallax, a nave do líder dos Lanternas Verdes cai na Terra e ele, ferido de morte, precisa escolher um humano corajoso a quem passará o anel - no bom sentido - e a difícil missão de se juntar aos demais Lanternas para deter o vilão.
Divulgação/Warner
O vilão Parallax, se alimentando do medo - representado pela cor amarela
E o eleito, lógico, é Hal Jordan, que demora a entender porquê afinal foi ele o escolhido, pois não se considera à altura da missão.
Os novos poderes do herói, adquiridos com o uso do anel, são traduzidos em efeitos especiais caprichados, mas que rapidamente se tornam chatos de tanto serem repetidos, pois a cansativa luz verde torna tudo muito igual e chapado ao criar objetos usados pelo personagem como armas de proteção e defesa.
O filme Lanterna Verde sofre em ponto importante: roteiro.
É nítida a falta de vontade do time de roteiristas composto por Greg Berlanti, Michael Green, Marc Guggenheim e Michael Goldenberg, que escreveram tudo no piloto automático.
Divulgação/Warner
A tropa dos Lanternas reunidas em Oa: melhor cena do filme |
Num filme de ação sem ação, aqui o recurso do 3D é usado tantas vezes que eu fiquei pela primeira vez enjoado e com a visão embaralhada numa sala que se utiliza do recurso.
Ryan Reynolds é um ator muito limitado, sem carisma nenhum para viver um super-herói, e nem o elenco de apoio convence.
E alguém por favor me diga o que aconteceu aqui com Martin Cambell: responsável pelos dois Zorro com Antonio Banderas e dois dos melhores filmes da saga James Bond - GoldenEye (1995) e Cassino Royale (2007), o refinado diretor faz aqui sua pior direção, disparado.
O pessoal da Warner aposta que os brasileiros lotarão as salas para deixar o prejuízo menor e para que eles deixem de sorrir amarelo - de medo.
Ah, sim: eles já avisaram que, se houver segunda parte, ela será melhor dirigida, melhor escrita e com um ator à altura do personagem.
Enquanto isso, a Marvel continua nadando de braçada.
Enquanto isso, a Marvel continua nadando de braçada.
Confira o trailer do filme:
*****
LANTERNA VERDE
Título Original:
Green Lantern
Diretor:
Martin Campbell
Elenco:
Ryan Reynolds
Blake Lively
Peter Sarsgaard
Mark Strong
Temuera Morrison
Jenna Craig
Tim Robbins
Angela Bassett
Jon Tenney
Taika Cohen
Jeff Wolfe
Produção:
Greg Berlanti
Donald De Line
Roteiro:
Greg Berlanti
Michael Green
Marc Guggenheim
Michael Goldenberg
Fotografia:
Dion Beebe
Trilha Sonora:
James Newton Howard
Duração:
Intermináveis 114 min.
Ano:
2011
País:
EUA
Gênero:
Ação
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Warner Bros.
Estúdio:
Warner Bros.
DC Entertainment
Classificação:
10 anos
Cotação do Klau:
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