segunda-feira, 29 de agosto de 2011

UM SÉCULO DEPOIS, ROUBO DA MONA LISA AINDA É UM GRANDE MISTÉRIO


Em 21 de agosto de 1911, o quadro mais contemplado da história, La Gioconda ou Mona Lisa, desapareceu do Museu do Louvre, e embora tenha sido recuperado dois anos depois em Florença, a cidade na qual se acredita que Leonardo da Vinci o pintou entre 1503 e 1506, o motivo do roubo até hoje não foi esclarecido.

O que se sabe é que o autor material foi um operário italiano morto em 1925, Vincenzo Peruggia, que tinha feito trabalhos no museu e  que conseguiu tirar o quadro do Louvre com total facilidade, sendo detido dois anos depois em Florença quando tentava vendê-lo ao antiquário Alfredo Geri, que alertou a Polícia.

O ladrão assegurou que tinha agido sozinho para devolvê-la a seu país de origem, onde ele achava que tinha sido roubada.

O Comitê Nacional para a avaliação dos Bens Históricos, Culturais e Ambientais da Itália, que comemorará o centenário da recuperação, ao contrário das instituições francesas, anunciou que pedirá oficialmente sua mudança para Florença em 2013.

Apesar de o nome do ladrão ter ficado sempre claro, nunca se soube quem foi o "autor intelectual".

Arquivos do Klau
La Gioconda, ou Mona Lisa, obra que da Vinci pintou entre 1503 e 1506

Entre os suspeitos figuraram o poeta francês Guillaume Apollinaire e o pintor espanhol Pablo Picasso, potenciais interessados em destruir a obra, críticos que eram então dos museus e da arte oficial.

Defensor da queima de obras-primas, o poeta foi detido e preso na prisão da Santé de Paris, enquanto Picasso foi interrogado pela Polícia sobre o desaparecimento do quadro de Da Vinci.

Picasso, um apaixonado pela arte primitiva, e Apollinaire foram relacionados igualmente ao roubo de algumas figuras iberas no Louvre.

Para sorte de ambos, as pistas foram múltiplas e a passagem do tempo acabou direcionando as especulações para outros autores.

Alguns especialistas atribuem ao suposto aristocrata argentino Eduardo de Valfierno de ter incumbido  Peruggia do roubo.

Valfierno teria pedido a um virtuoso falsificador seis cópias do quadro, com o objetivo de roubar outros tantos milionários que pensariam que estavam em posse da obra roubada.

"Na minha opinião nada disso é verdade", diz à Agência Efe o autor de "Une femme disparaît. Le vol de la Joconde au Louvre en 1911/Uma mulher desaparecida. O roubo da Gioconda no Louvre em 1911", Jérôme Coignard, que, se baseando em artigos publicados em 1915 por Georges Prade, acredita que o autor intelectual foi um misterioso bandido alemão traficante de arte, Otto Rosenberg.

O Louvre informa que "o roubo foi descoberto no dia 21 agosto de 1911" pelo pintor Louis Béroud, que alertou os guardas do museu.

Alguns estudiosos asseguram que os atentos já haviam detectado o espaço vazio deixado no muro horas antes, inclusive um dia antes, dando o alerta, mas pensaram que tinha sido mudada para o recém estreado departamento de fotografias.

A incredulidade e a indignação percorreram o mundo da arte e seus amantes quando seu desaparecimento foi divulgado.

A Sociedade de Amigos do Louvre, que também não organiza comemoração alguma do aniversário, ofereceu em 1911 uma grande recompensa monetária a quem ajudasse a localizar o quadro, uma soma que o antiquário italiano acabou recebendo quando alertou a Polícia.

Frente às múltiplas especulações que circulam sobre a chegada à corte francesa do quadro, o Louvre assinala que, "aparentemente, Leonardo da Vinci o trouxe para a França e um aluno e herdeiro o devolveu à Itália", mas se ignora como a obra voltou para a coleção de Francisco I, em cuja corte da Vinci (1452-1519) desempenhou seu talento nos últimos anos de sua vida.

Assim, um dos maiores roubos de todos os tempos continua envolto em mistério.

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