sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ANDY SERKIS NOVAMENTE 'INTERPRETA' UM PERSONAGEM VIRTUAL, E O RESULTADO É SENSACIONAL

Em Planeta dos Macacos: A Origem, o ator e cineasta britânico Andy Serkis, 47 anos está novamente "interpretando" um personagem criado digitalmente, para a alegria dos cinéfilos que já viram o ator britânico como Gollum em O Senhor dos Anéis (2001-2003) e em King Kong (2005).

Sem causar surpresa, Serkis pensou muito antes de aceitar o papel no mais recente reinício de O Planeta dos Macacos.

Exposay
O ator Andy Serkis

"Minha reação imediata foi: 'Por quê? É realmente uma série que precisa ser ressuscitada?'", lembra Serkis falando por telefone de sua casa em Londres.

"Tim Burton fez sua versão há 10 anos e eu não sabia ao certo como seria esta nova versão. Então Joe Letteri, que é um dos chefes da WETA - a produtora de efeitos especiais da Nova Zelândia que trabalhou em O Senhor dos Anéis e King Kong - me falou sobre 'Macacos'. Ele disse que estavam pensando em participar e me disse que César seria um papel incrível; então li o roteiro. E preciso dizer, o roteiro foi o motivo para tê-lo feito."

"Era um roteiro fantástico, uma história poderosa, realmente tocante, bastante humana, sobre relacionamentos e temas muito fortes. A grande diferença entre antes e agora é que a tecnologia da WETA chegou tão longe que eu podia filmar a 'motion capture' - captura de movimento - em cenários reais."

Confira vídeo com Andy Serkis:

"César foi criado em um ambiente em que era amado e tratado com respeito", diz Serkis, "e ele realmente não entende que ele é diferente dos seres humanos. Ele quase faz parte da família de Will e Charles. De modo que há um relacionamento terno e sofisticado entre os três. Então, após certos eventos, em um momento de defesa de Charles, ele se enfurece e experimenta uma autoconscientização, um momento em que percebe que não é como essas pessoas que o criaram".

"Então tudo muda de novo quando ele se vê diante de sua própria espécie naquela que é, na prática, uma prisão brutal. É basicamente 'Um Estranho no Ninho' (1975). Ele fica totalmente mal-humorado, não se relaciona com os macacos de forma nenhuma. Ele se comunica de um modo que é muito mais humano. É quando ele passa a negociar tudo isso, descartando e rejeitando elementos de sua humanidade e parte de seu lado primata."

"Esses são o primeiro e o segundo ato. O terceiro ato envolve sua liderança dos macacos para uma espécie de refúgio, sua liderança de uma revolução contra este sistema que é brutal contra eles. César percebe o que está acontecendo e os lidera para a liberdade. Assim, eu interpreto todo esse arco, este inocente monstro de Frankenstein que não tem consciência do que é, além de um ser que é amado, e então precisa fazer todas essas escolhas sobre o que fazer, como fazer e que partes de si mesmo manter e descartar."

Confira bastidores das filmagens:

“Posso dizer que eu e os primatas nos conhecemos bem, a esta altura”, diz Serkis, que começou a estudar o movimento dos animais para interpretar Kong no King Kong de Peter Jackson.

“Com a pesquisa que fiz para King Kong eu passei um bom tempo num parque de primatas em Ruanda, e me liguei muito num filhote de chimpanzé, órfão. E uma coisa que os cientistas me disseram e eu pude observar de perto é que os primatas ecoam o comportamento humano. Os chimpanzés são muito mais agressivos em áreas onde há conflito militar, por exemplo. Para mim a jornada de César ecoa o comportamento dos humanos para com ele”.

O Planeta dos Macacos (1968) original deixou uma forte impressão em Serkis.
Planeta dos Macacos: A Origem é um filme muito diferente, mas também familiar, já que é uma história de origem que faz a pergunta sobre o que acontece quando a humanidade vai longe demais e inadvertidamente provoca sua própria queda.

O filme original deu origem a várias sequências e uma série de televisão.

É claro que Planeta dos Macacos: A Origem poderia fazer o mesmo.

"Eu acho que sim", diz Serkis, cujos próximos filmes serão Wild Bill, As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne e, é claro, O Hobbit de Peter Jackson, no qual ele reprisará o papel de Gollum e trabalhará como diretor de segunda unidade.

"Esta história de 'Macacos' poderia facilmente prosseguir. No filme original, é uma sociedade muito bem organizada, com hierarquias, estrutura e opressão, e todas as coisas boas e ruins de qualquer sociedade."

"O que seria muito interessante agora seria ver como a sociedade dos macacos se organiza, as decisões que ela toma e seus sucessos e fracassos", prossegue Serkis.
"E o que seria interessante para César, se ele fizer parte disso, seria como ele escolheria, ou não, manter as coisas positivas que aprendeu com a humanidade."

"Ele toma algumas dessas decisões em 'Planeta dos Macacos: A Origem', mas há mais decisões a tomar no futuro."

“Serkis deveria ser o primeiro nome nos cartazes”, diz James Franco, protagonista do filme.
“Sem ele, sem a verdade que ele traz para o personagem, o filme não seria o que é. Muita gente ainda não compreende o que é, mas o César de Andy não é absolutamente um efeito especial. Eu realmente contracenava com ele de ator para ator, e por isso o relacionamento é tão verdadeiro – desde o início do filme César tem humanidade dentro de si, e Andy passou esse elemento sempre, completamente”.
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Matéria base de IAN SPELLING , para o Hollywood Watch 
Edição e texto final: Cláudio Nóvoa

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