Depois da pressão da bancada evangélica e de grupos católicos do Congresso e das ameaças dos parlamentares desses grupos de apoiar investigações sobre o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o governo federal decidiu suspender a produção e a distribuição do kit anti-homofobia, que estava em planejamento no Ministério da Educação.
Segundo o governo, todo o material do governo que se refira a costumes passará por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.
A suspensão do kit foi confirmada pelo ministro da Secretaria-Geral da República, Gilberto Carvalho, no começo da tarde desta quarta (25).
Na quinta (26), pela manhã, a presidenta falou sobre o tema:
A pressão dos parlamentares dos grupos de evangélicos e católicos foi feita com ameaças de convocar o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci para esclarecer a multiplicação do seu patrimônio e de pedir uma CPI na área da educação por causa do projeto do material que seria distribuído às escolas para promover a diversidade.
O ministro Carvalho, no entanto, discorda da versão de um acordo com os parlamentares envolvendo o caso de Palocci: "Não tem toma lá, dá cá", disse.
Segundo Carvalho, o governo "achou que seria prudente não editar esse material que estava sendo preparado no MEC e a presidente Dilma Rousseff decidiu pela supensão desse material, assim como o vídeo que estava sendo preparado por uma ONG".
Ele afirmou também que, a partir de agora, todo material sobre costumes "será feito a partir de uma consulta mais ampla à sociedade".
Ao conseguir a suspensão do kit anti-homofobia, as bancadas evangélica e católica deixaram de pedir a convocação de Palocci e recuaram na abertura de uma CPI da educação.
Para Gilberto Carvalho, se as bancadas decidiram não fazer os pedidos, a mudança de atitude não tem relação com o recuo do governo sobre a questão do kit.
Polêmica sobre material didático
O kit é composto de três tipos de materiais: o caderno do educador, seis boletins para os estudantes e cinco vídeos, dos quais três já estão em circulação na internet.
Os boletins deveriam trazer orientações sobre como lidar com colegas LGBT abordando assuntos relacionados a sexualidade, diversidade sexual e homofobia.
O material seria destinado a alunos do ensino médio, ou seja, com idade mínima de 14 anos.
Confira alguns vídeos do kit:
"Probabilidade" trata da bissexualidade
- "Torpedo" é uma fotonovela sobre a lesbianidade
- "Encontrando Bianca" fala sobre um travestiA decisão da presidente Dilma deixou as entidades que militam pelos direitos dos homossexuais "perplexas".Toni Reis, presidente da ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - afirmou que, na tarde desta quarta-feira, quatro reuniões aconteciam simultaneamente em Brasília e uma nota oficial da coalização de entidades será divulgada até o fim do dia."Até agora nosso diálogo foi muito franco e aberto com o governo, todo o pessoal aliado está muito perplexo e buscando todas as informações para verificar o que tem de verdade nessa história", afirmou Reis.*****
Meus amigos:
Entendo que o principal meio de combate à homofobia e qualquer tipo de preconceito somente é possível através de leis e educação, uma parcela da população tem feito um discurso histérico e por vezes fantasioso a respeito disso, como se a homossexualidade pudesse ser estimulada e influenciada, não há a mínima possibilidade de alguém tornar-se homossexual pelo simples fato de aceitar com naturalidade a sexualidade do outro.
O que se busca com o programa escola sem homofobia é o respeito e a dignidade dos LGBTs, não existe possibilidade de jovens que estão descobrindo sua sexualidade diferente frequentar um ambiente hostil e que os discrimina, aceitar os jovens gays, bissexuais e transexuais não abalará a sexualidade de ninguém.
O único risco que corremos aprovando o projeto escola sem homofobia é o de construirmos uma sociedade mais justa e igualitária.
A ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bisexuais e Trangêneros - escreveu manifestando apoio e cobrando o ministro da Educação envolvimento no combate à homofobia.
Escreva ao ministro e repasse este manifesto a sua lista de e-mails; é importante o envolvimento de todos.
Assine a petição a favor do programa Escola Sem homofobia:
Sr. Ministro,
A iniciativa do MEC em produzir o Projeto Escola Sem Homofobia, que visa Combater a Homofobia na Escola e formar cidadãos e cidadãs capazes de reconhecer e proteger a diversidade como um bem do nosso país é vista por muitas e muitos como valiosa e fundamental a todo o nosso país.
Combater a homofobia beneficiará não apenas estudantes lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, mas TODAS E TODOS, que diariamente são formados para uma cultura do ódio, da discriminação e da violência com os que se colocam como diferente.
Esperamos que tal projeto ajude a diminuir os indices de educadores que por falta de instrumentos como o Projeto Escola Sem Homofobia, não sabem como lidar com um estudante homossexual ou travesti e transexual em sala de aula.
Da mesma forma que esperamos que as e os estudantes que já foram discriminados na escola – e os que até hoje o são – por ter uma orientação sexual e uma identidade de gênero diferente da heterossexual – que chegam a compor indices de até 60% -, possam sentir que essa forma de educar para o ódio e para a violência está com seus dias contados e uma escola plural, diversa e democrática é o objetivo do MEC, do Governo e do nosso
país.
É fundamental a defesa e a execução imediata do Projeto Escola Sem Homofobia, haja vista que até hoje o Brasil encontra-se no ranking dos países mais homofóbicos do mundo.
Fator que atrapalha o nosso desenvolvimento social, bem como a consolidação de nossa democracia.
Esperançosos de um Brasil sem pobreza e também livre de todo preconceito e da homofobia, agradecemos a atenção.Atenciosamente,
_____________________
*****SAIBA MAIS SOBRE O PROGRAMA
Veja os videos, o material não se limita somente a eles há cartilhas, cartazes para serem trabalhados junto com os progfessores, assim como preparo destes profissionais que está previsto no programa.
A Rede Record - que pertence à pentecostal evangélica Igreja Universal do Reino de deus, IURD - tem feito matérias tendenciosas contra o programa mostrando somente quem é contra e desinformando a população.
Cabotina, a emissora de TV não dá voz a quem o tema realmente interessa: estudantes, pais, professores e LGBTs.
O tema é sério, e merece toda informação e gravidade que se exige.
Assine a petição a favor do programa Escola Sem homofobia!
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