sexta-feira, 20 de maio de 2011

JOHNNY DEPP: "EU NUNCA ME CANSO DE SER JACK SPARROW"

Johnny Depp tem um papel essencial na criação e evolução de "Piratas do Caribe", a franquia não-animada mais bem sucedida da Disney.

A ele se deve não apenas a plena realização de seu personagem mais icônico, o Capitão Jack Sparrow, mas uma grande parte da orientação dos filmes, do desenvolvimento dos roteiros a ideias de casting.

Divulgação/DisneyJohnny Depp como o Capitão Jack Sparrow

Depp foi o primeiro a se dizer insatisfeito com o clima absurdista do terceiro "Piratas", e o primeiro a incentivar a Disney a comprar os direitos do livro "On Stranger Tides", no qual "Navegando em Águas Misteriosas" - a quarta parte da saga - se baseia.

A escolha do diretor Rob Marshall para conduzir o projeto também foi sugestão sua, assim como a inclusão de Penélope Cruz - sua parceira no filme "Profissão de Risco" (2001), e amiga desde então.

Divulgação/Disney
Johnny Depp como o Capitão Jack Sparrow e Penélope Cruz como Angelica, em cena de "Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas"

E, é claro, a volta de seu ídolo Keith Richards como o pai de Jack:
“É sempre uma honra. E ele me ensinou uns acordes que eu não conseguia acertar até hoje”.

Confira a entrevista:

UOL Cinema: Como você se transforma em alguém tão extremo como Jack Sparrow?
Johnny Depp: Para mim é como apertar um botão. Estou no set, esperando, eles estão afinando as luzes, e eu me sinto como alguém que está esperando para entrar num outro mundo, numa outra realidade. E quando está na hora, boom, você se entrega inteiramente ao personagem e entra por completo nesse mundo. Para quem vê de fora pode parecer ridículo, completamente doido. Mas só funciona assim.

Você pode dizer que ele é um dos seus personagens favoritos?
Para mim é sempre triste chegar ao final de uma filmagem e dar adeus a um personagem. Afinal, ele passou uma boa parte da sua vida habitando seu corpo. E o Capitão Jack é alguém que conheço bastante. Em todos os trabalhos, para criar um personagem, eu uso uma camada de mim mesmo, aceitando que os parâmetros podem ser ampliados. Quando você tem alguém como Jack Sparrow o desafio para mim é: como me manter fiel a um personagem que conheço tão bem e não cair na complacência, fazer as mesmas coisas que todo mundo já viu centenas de vezes? Como fazer algo que ainda supreenda, que, eu espero, divirta as pessoas?

Seu timing para comédia é perfeito. Como você desenvolveu esse talento?
O timing da comédia é infinitamente mais difícil que o do drama. Por mais estranho que pareça, para dar certo ele tem que ser sincero, honesto e… dramático. Buster Keaton e Charlie Chaplin sempre foram minha inspirações em comédia - eles sabiam tudo sobre o timing e a verdade interior da comedia. O fato de eles trabalharem no cinema mudo era ao mesmo tempo uma limitação e uma oportunidade. Eles não tinham o texto para fazer rir. Tudo tinha que ser feito no tempo certo com o corpo, os olhos, a expressão, o movimento.

Divulgação/Disney
Depp como Jack Sparrow, e Geoffrey Rush como Barbossa, em cena de "Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas"

Você aceitaria mais um filme Piratas do Caribe?
Eu nunca me canso de ser Jack Sparrow. Se a possibilidade surgir, se a história for boa, se o roteiro for bem escrito, tenho o maior prazer de voltar a esse playground que conheço tão bem. Acho que não há limite para o que o personagem pode fazer. Tudo é possível, as coisas mais doidas, mais absurdas. Eu me diverti em cada minuto que interpretei Jack. E olha que já foram muitos e muitos minutos…

Seus filhos vêem seus filmes?
Eles vêem sim, mas só quando não estou por perto. Em geral são os DVDs de
"Piratas do Caribe" ou "A Fantástica Fábrica de Chocolate". E eu ainda não me sinto à vontade vendo a mim mesmo, especialmente na companhia deles. E eles são meus piores críticos…

*****
Entrevista a Ana Maria Bahiana, especial para o UOL, de Los Angeles

Nenhum comentário:

Postar um comentário