Tentavam devolver a ordem, apagando marcas da revolução, entre elas pichações e desenhos nas ruas.
Sua obra, ao contrário da cara apagada na faxina, vai estar no pavilhão egípcio da Bienal de Veneza no mês que vem, um reflexo da revolução na cena estrelada das artes.
Mas, fora da grande vitrine que é a mostra italiana, uma produção urgente surgiu nas ruas do Cairo: são vídeos e músicas feitos no calor do confronto, divulgados nas redes sociais, além de desenhos pelos muros da cidade.
Divulgação
Egípcios nas ruas
Numa ponte direta com São Paulo, esses trabalhos viscerais chegam aos poucos à Matilha Cultural, no centro, que organiza uma espécie de mostra em progresso com vídeos e arte de rua enviados à galeria a todo instante.
No caso, o canal é o mesmo que turbinou a revolta popular no Egito: Maya Gowaily, jovem artista do Cairo, documentou todo grafite que viu pelas ruas e postou numa página do Facebook.
"Não viram que isso faz parte da revolução", diz ela.
"Há muito mais a fazer ainda e tudo tem de ser documentado, é parte da história."
Essas imagens mostram como a história foi reescrita em tempo real - grafiteiros adotaram a águia de cabeça para baixo, inversão do símbolo do ditador, como um dos ícones da mudança, e, nos mesmos moldes, pouco apuro estético e muita agressividade, o ativista Aalam Wassef revela num vídeo como criou um herói falso para destronar o regime.
Foi seu nick name, Ahmad Sherif, que liderou revoltas contra o ditador - um dos líderes do partido aparece comparado a um doberman num vídeo, hoje entre os primeiros resultados de uma busca do Google.
EGITO EM OBRAS
Quando: de ter. a sáb., das 12h às 20h;
Onde: Matilha Cultural
Endereço: Rua Rego Freitas, 542,Centro -SP
Localize-se:
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