sexta-feira, 20 de maio de 2011

ENTREVISTA: GEOFREY RUSH, O BARBOSSA DE "PIRATAS DO CARIBE"

"Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra" invadiu os cinemas em 2003 e pilhou US$ 650 milhões nas bilheterias em todo o mundo.

Nada mal para um filme do qual Geoffrey Rush, que interpretou o vilanesco Capitão Barbossa, não esperava nada.

"Inicialmente, nós estávamos relativamente fora do radar", diz o ator australiano, enquanto faz sua parte para ajudar o quarto filme da série,
"Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas", a ter um lançamento mundial bem-sucedido.
"Havia um pouco de estigma em relação a filmes de piratas. Ninguém tinha feito um comercialmente bem-sucedido desde o início dos anos 50".

Mesmo assim, diz Rush, ele viu alguns sinais de sucesso potencial, principalmente nas pessoas por trás do filme: os roteiristas Ted Elliot e Terry Rossio, o diretor Gore Verbinski e o produtor Jerry Bruckheimer.
"O pedigree do primeiro filme era muito bom. Ted Elliot e Terry Rossio escreveram 'A Máscara do Zorro' (1998), e quando eu o assisti eu pensei: 'Esses caras realmente sabem como moldar a arquitetura de um bom filme de ação-aventura, com belas caracterizações e uma grande narrativa'. O roteiro deles para 'Piratas' era muito bom. Nós tínhamos Jerry Bruckheimer por trás, e pensei: 'Ele não é negligente'. Ele participa com uma mão-guia de produtor muito cuidadosa."
Divulgação/DisneyO Ator Geoffrey Rush, como Barbossa, em cena de "Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas"

"E me lembro de todos os filmes do verão de 2003 que estavam sendo muito comentados. A conversa girava em torno do 'Hulk' e do segundo 'As Panteras', e 'Piratas' estava enterrado em meio aos outros filmes que estreariam. Mas a Disney o posicionou bem, havia algo no espírito da história e no senso de humor zombeteiro de Gore Verbinski, e, é claro, Johnny Depp criou um novo tipo idiossincrático de personagem nas telas. E pegou fogo."

Ganhador do Oscar por "Shine - Brilhante" (1996), Rush ganhou elogios por seu trabalho como Barbossa, o ardiloso antagonista do Capitão Jack Sparrow.

Sua interpretação era dissimulada, imprevisível e cheia de camadas, um complemento perfeito para o trabalho animado de Depp.

Como resultado, apesar da morte de Barbossa no final de
"A Maldição do Pérola Negra", Elliot e Rossio ressuscitaram o personagem para as sequências "Piratas do Caribe: O Baú da Morte" (2006) e
"Piratas do Caribe: No Fim do Mundo" - Barbossa reaparece apenas na cena final em
"O Baú da Morte", mas tem um papel importante - ainda mais de mocinho, ajudando a resgatar Sparrow - em "No Fim do Mundo".

"Após o primeiro filme, depois que ele morreu, eu pensei: 'Que ótimo, vai haver um segundo filme e eu espero que vocês todos se divirtam'", diz Rush, falando por telefone de sua casa em Melbourne, Austrália.
"Então eles me disseram: 'Você vai voltar dos mortos, mas será um segredo, porque você só vai entrar no final da Parte 2. E vamos filmar o 2 e o 3 simultaneamente'."

"Eles o trouxeram de volta, e o trouxeram de volta meio como um político, o que achei muito interessante. Barbossa se tornou um especulador acionário predador. Historicamente, em meados do século 17, todos os vários Estados europeus e o Reino Unido iniciaram a colonização do restante do mundo. Havia muito comércio e exploração, então foi quando a pirataria encontrou sua base."

"Uma geração ou duas depois disso, os vários líderes reais da Espanha, Reino Unido e Portugal começaram a pensar, 'espere aí, há muita guerra religiosa ocorrendo em meio a toda essa colonização e pilhagem'. Eles pensaram, 'quem são as melhores pessoas para ficarem encarregadas disso?' e começaram a contratar alguns piratas conhecidos, porque eles conheciam os esquemas. E então nasceram os corsários."

Em 'Navegando em Águas Misteriosas', portanto, Barbossa "conseguiu para si um bom pacote de aposentadoria", servindo a George 2º como corsário. Ele ainda disputa com Sparrow a propriedade do Pérola Negra, mas - com trama de Will Turner e Elizabeth Swann -papéis de Orlando Bloom e Keira Knightley - concluído em "No Fim do Mundo" - o novo filme também introduzirá vários novos personagens.

"Ian McShane está interpretando o Barba Negra e Penélope Cruz é sua filha, Angelica, e dá para perceber que houve um relacionamento romântico entre Jack e Angelica no passado. Ela é uma combinação muito irritável para a impertinência de Jack. Eu acho que Ian e Penélope são adições muito boas."


Quando deu essa entrevista, Rush ainda não tinha visto a versão concluída de

"Navegando em Águas Misteriosas" - seu plano era assisti-lo pela primeira vez na pré-estreia na Disneylândia da Califórnia - que aconteceu em 7.5 - e ele segue intrigado em ver como o novo diretor Rob Marshall montou tudo.

"Alguém poderia pensar que os roteiristas usaram todas as tramas possíveis. Nós fomos para a beira do mundo, que era um grande temor marítimo. Nós enfrentamos monstros marinhos, estivemos na Ásia. Foram tantos elementos incríveis realizados antes, mas a ideia de centrar no Barba Negra, sua filha e Jack, na Fonte de Juventude e em sereias, é tudo muito interessante."

"Eu acho que as sereias vão realmente impressionar as pessoas. Elas não são as gracinhas adoráveis que nós todos imaginamos romanticamente que poderiam ser. Elas estão mais próximas de piranhas."

O próximo passo de Rush é fazer uma pausa para ficar com sua família na Austrália, após dois anos dedicados a projetos consecutivos, incluindo "O Discurso do Rei" (2010), pelo qual recebeu sua quarta indicação ao Oscar, "The Warrior's Way" (2010), o drama que será lançado em breve "The Eye Of The Storm" e "Lanterna Verde", onde ele dá voz ao personagem Tomar-Re.

Rush também tem mais outros filmes em desenvolvimento, incluindo uma adaptação do musical de teatro "The Drowsy Chaperone" (1998) e, sem causar surpresa, "Piratas do Caribe 5".

"Jerry Bruckheimer já disse oficialmente que estão desenvolvendo ideias para um quinto", diz Rush, "e para todos os envolvidos - particularmente Johnny, que é o centro da coisa toda - o sentimento é de que, se as ideias forem fortes e continuarem expandindo de modo interessante, então as pessoas considerarão".

E ele encerra: "e ainda estamos três ou quatro filmes atrás de 'Harry Potter'!"

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Entrevista a Ian Spelling, do Hollywood Watch

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