Woody Allen voltou nostálgico para abrir o Festival de Cannes.
Em seu novo filme, "Meia Noite em Paris", Gil - Owen Wilson -, um aspirante a escritor, sai andando pela capital francesa e encontra sem querer os maiores artistas que viveram lá nos anos 20 do século passado: Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Luís Buñuel, Matisse, Gertrude Stein, Scott Fitzgerald e sua mulher Zelda.
Conhece também a linda Adriana - Marion Cottilard -, musa de Picasso e Hemingway.
Prestes a se casar com uma rica americana, Gil é um nostálgico, um deslocado em 2010, mas, ao voltar no túnel do tempo, percebe que todas as épocas têm seus problemas.
"É uma armadilha querer viver em outras épocas. Os anos 20 parecem incríveis, mas quando as pessos iam ao dentista não tinham Novocaína. E também não havia ar-condicionado", brincou o diretor.
Getty ImagesDa esq. para a dir.: Adrien Brody, Michael Sheen, Rachel McAdams, Woody Allen, Lea Seydoux e Owen Wilson participam da sessão de "Meia Noite em Paris", hoje de manhã
Allen diz que conheceu Paris como todos os americanos: pelos filmes que via na infância e adolescência.
"Faço com Paris a mesma coisa que fiz com Nova York no filme 'Manhattan'. Não mostro a cidade que eu conheço, mas aquela que reconheço de outros filmes".
Ele foi modesto ao se comparar com os artistas retratados no seu filme.
"Nunca tive nada na vida que não fosse sorte. Nunca me considerei um artista de verdade, como Bergman, Fellini ou Kurosawa. Não tenho talento, dom ou substância pra isso. Eu apenas faço filmes, alguns bons, outros melhores, outros piores", disse o modesto, na entrevista que se seguiu à projeção na manhã de hoje.
No filme, Owen Wilson encarna o próprio Allen, com todos os seus tiques e gagueiras -mas o diretor nega a comparação.
"Owen é o exato oposto de mim. É um cara relaxado, da Costa Oeste dos Estados Unidos, adora praia. Por isso deu tão certo".
Confira o trailer de "Meia Noite em Paris":
Finalizando, o diretor comentou a pequena participação da primeira-dama francesa Carla Bruni-Sarkozy como uma guia do Museu Rodin - ontem, Carla anunciou que não viria ao festival para prestigiar o filme, o que aumentou os rumores sobre uma possível gravidez.
"Um dia, eu estava tomando café da manhã com a família de Sarkozy e Carla entrou na sala. Ela é linda, charmosa, carismática. Perguntei se ela queria participar do filme, e ela topou apenas porque um dia quer mostrar aos netos que apareceu num filme", contou o diretor.
Pena que a atuação da cantora, mesmo que por poucos segundos, não convençeu ninguém que assistiu à projeção, mas a crítica especializada em Cannes, famosa por ser difícil de agradar, riu e aplaudiu durante a exibição do filme, que deu início a 11 dias de tapetes vermelhos, entrevistas à imprensa, passeios em iates de luxo e festas noturnas no glamuroso balneário da Riviera francesa.
Um dos favoritos dessa edição do Festival, Allen explora aqui a ideia de que os tempos passados eram melhores que o presente, de modo que o personagem Gil - Wilson - anseia pela Paris dos anos 1920, enquanto o pintor Paul Gauguin tem vontade de voltar para a Renascença.
O diretor de 75 anos, premiado com o Oscar, fez de tudo para arrancar risos do público, transportando Gil, roteirista de Hollywood, para uma Paris povoada por Hemingway, Gertrude Stein, Luis Buñuel, Salvador Dali e outros grandes nomes artísticos que ele sempre admirou.
Getty ImagesO diretor, na coletiva que se seguiu à exibição do filme em Cannes, hoje pela manhã
Em dado momento, Gil topa com Buñuel e sugere que ele faça um filme sobre um jantar do qual os convidados não consigam fugir - uma referência clara a "O Anjo Exterminador" (1961), do cineasta espanhol.
A mudança dramática de cenário lança uma sombra sobre a vida de Gil no século 21, onde sua noiva - Rachel McAdams - se irrita com seu comportamento cada vez mais idiossincrático e tem um caso com um intelectual pernóstico, Paul.
"Vocês sabem que a ideia de que viver em outra época seria melhor é uma armadilha enorme", disse Allen.
"Todo mundo quer fugir de viver nos tempos atuais, porque a vida é repleta de oposições. Mas, quando você pensa no passado, pensa nas coisas boas. Eu não voltaria atrás para nenhum tempo senão o atual."
Em seu novo filme, "Meia Noite em Paris", Gil - Owen Wilson -, um aspirante a escritor, sai andando pela capital francesa e encontra sem querer os maiores artistas que viveram lá nos anos 20 do século passado: Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Luís Buñuel, Matisse, Gertrude Stein, Scott Fitzgerald e sua mulher Zelda.
Conhece também a linda Adriana - Marion Cottilard -, musa de Picasso e Hemingway.
Prestes a se casar com uma rica americana, Gil é um nostálgico, um deslocado em 2010, mas, ao voltar no túnel do tempo, percebe que todas as épocas têm seus problemas.
"É uma armadilha querer viver em outras épocas. Os anos 20 parecem incríveis, mas quando as pessos iam ao dentista não tinham Novocaína. E também não havia ar-condicionado", brincou o diretor.
Getty ImagesDa esq. para a dir.: Adrien Brody, Michael Sheen, Rachel McAdams, Woody Allen, Lea Seydoux e Owen Wilson participam da sessão de "Meia Noite em Paris", hoje de manhã
Allen diz que conheceu Paris como todos os americanos: pelos filmes que via na infância e adolescência.
"Faço com Paris a mesma coisa que fiz com Nova York no filme 'Manhattan'. Não mostro a cidade que eu conheço, mas aquela que reconheço de outros filmes".
Ele foi modesto ao se comparar com os artistas retratados no seu filme.
"Nunca tive nada na vida que não fosse sorte. Nunca me considerei um artista de verdade, como Bergman, Fellini ou Kurosawa. Não tenho talento, dom ou substância pra isso. Eu apenas faço filmes, alguns bons, outros melhores, outros piores", disse o modesto, na entrevista que se seguiu à projeção na manhã de hoje.
No filme, Owen Wilson encarna o próprio Allen, com todos os seus tiques e gagueiras -mas o diretor nega a comparação.
"Owen é o exato oposto de mim. É um cara relaxado, da Costa Oeste dos Estados Unidos, adora praia. Por isso deu tão certo".
Confira o trailer de "Meia Noite em Paris":
Finalizando, o diretor comentou a pequena participação da primeira-dama francesa Carla Bruni-Sarkozy como uma guia do Museu Rodin - ontem, Carla anunciou que não viria ao festival para prestigiar o filme, o que aumentou os rumores sobre uma possível gravidez.
"Um dia, eu estava tomando café da manhã com a família de Sarkozy e Carla entrou na sala. Ela é linda, charmosa, carismática. Perguntei se ela queria participar do filme, e ela topou apenas porque um dia quer mostrar aos netos que apareceu num filme", contou o diretor.
Pena que a atuação da cantora, mesmo que por poucos segundos, não convençeu ninguém que assistiu à projeção, mas a crítica especializada em Cannes, famosa por ser difícil de agradar, riu e aplaudiu durante a exibição do filme, que deu início a 11 dias de tapetes vermelhos, entrevistas à imprensa, passeios em iates de luxo e festas noturnas no glamuroso balneário da Riviera francesa.
Um dos favoritos dessa edição do Festival, Allen explora aqui a ideia de que os tempos passados eram melhores que o presente, de modo que o personagem Gil - Wilson - anseia pela Paris dos anos 1920, enquanto o pintor Paul Gauguin tem vontade de voltar para a Renascença.
O diretor de 75 anos, premiado com o Oscar, fez de tudo para arrancar risos do público, transportando Gil, roteirista de Hollywood, para uma Paris povoada por Hemingway, Gertrude Stein, Luis Buñuel, Salvador Dali e outros grandes nomes artísticos que ele sempre admirou.
Getty ImagesO diretor, na coletiva que se seguiu à exibição do filme em Cannes, hoje pela manhã
Em dado momento, Gil topa com Buñuel e sugere que ele faça um filme sobre um jantar do qual os convidados não consigam fugir - uma referência clara a "O Anjo Exterminador" (1961), do cineasta espanhol.
A mudança dramática de cenário lança uma sombra sobre a vida de Gil no século 21, onde sua noiva - Rachel McAdams - se irrita com seu comportamento cada vez mais idiossincrático e tem um caso com um intelectual pernóstico, Paul.
"Vocês sabem que a ideia de que viver em outra época seria melhor é uma armadilha enorme", disse Allen.
"Todo mundo quer fugir de viver nos tempos atuais, porque a vida é repleta de oposições. Mas, quando você pensa no passado, pensa nas coisas boas. Eu não voltaria atrás para nenhum tempo senão o atual."
Nenhum comentário:
Postar um comentário