Confira um resumo do que de mais importante aconteceu no primeiro dia do Festival de Cannes:
Bernardo Bertolucci, primeira "Palma de Honra" do Festival de Cannes, abriu nesta quarta-feira à noite a sua 64ª edição durante a tradicional cerimônia antes da exibição do filme de Woody Allen, "Meia Noite em Paris".
"Eu esperei um pouco, vou ter minha Palma de Ouro", disse o diretor de 71 anos no palco do Palácio dos Festivais, recebendo das mãos do presidente do festival, Gilles Jacob, a premiação entregue pela primeira vez para recompensar um diretor importante que não recebeu a Palma de Ouro - prêmio máximo de Cannes.
Visivelmente emocionado, Bertolucci dedicou o prêmio a "todos os italianos que ainda têm força para lutar, criticar, se indignar".
Getty Images
Bernardo Bertolucci recebe a Palma de Ouro honorária das mãos de Gilles Jacob, presidente do festival
Getty Images
A atriz Mélanie Laurent, na abertura do festival
Cannes tentou durante muito tempo ter na presidência o ator-produtor-diretor americano, fundador do Festival de Tribeca, em Nova York, que este ano está à frente de um júri composto por Uma Thurman e Jude Law, entre outros.
Após a exibição de uma versão a cores - descoberta quase que milagrosamente - de "Viagem à Lua" de Georges Méliès (1902), um outro cidadão de Nova York, Woody Allen, teve sua mais recente obra, "Meia Noite em Paris", exibida - fora de competição - o filme é uma grande homenagem à capital francesa e foi saudado pela imprensa à tarde.
De Niro disse no seu discurso de abertura que neste ano "serão premiados filmes, não autores", apesar do favoritismo de diretores como Almodóvar, Malick e Von Trier.
"Não sei o que busco nem o que espero da competição. Vamos nos sentar, assistiremos aos filmes e então os avaliaremos", disse De Niro, econômico em palavras, como de costume.
Getty Images
Presidente do Juri, Robert De Niro discursa durante a cerimônia de abertura do Festival de Cannes
Se Robert de Niro disse que, para ele, a participação em Cannes soava como "férias" - "Assistir a 20 filmes em duas semanas não é algo que pode ser feito normalmente" - Uma Thurman, que parecia mais apaixonada com a missão, concluiu: "O que sei é que em duas semanas serei mais sábia".
"BELA ADORMECIDA" AUSTRALIANA E SEXUALIZADA FOI RECEBIDA COM FRIEZA
A competição à Palma de Ouro não começou bem, porquê o australiano
"Sleeping Beauty", primeiro longa de Julia Leigh, foi recebido com um silêncio de cemitério, ao fim da sessão de imprensa.
No filme - produzido por Jane Campion, diretora de "O Piano" (1993) - Lucy - interpretada por Emily Browning, de "Sucker Punch" - é uma estudante de temperamento passivo que aceita um trabalho como Bela Adormecida - uma droga a induz a um sono profundo para que os clientes possam fazer o que quiser com seu corpo, menos penetração, que é proibido.
Leigh disse que a proposta de 'Sleeping Beauty" é causar uma espécie de encantamento no espectador, numa atmosfera de conto de fadas dark - inspirou-se em Belas Adormecidas sexuais descritas num livro de García Marquez e em outro do japonês Yasunari Kawabata.
Confira o trailer de "Sleeping Beauty":
As cenas de Lucy no quarto dormindo, servindo de puro objeto a homens mais velhos, são especialmente fortes - o espectador não tem acesso aos pensamentos ou emoções da moça.
Sempre em planos fixos, o filme é contaminado por uma frieza pesada, que não envolve o espectador no drama de Lucy, mas Browning já é boa candidata a melhor atriz, pela coragem com que se entregou a cenas sexuais humilhantes.
FILME QUE INDICA POSSÍVEL ASSASSINATO DA PRINCESA DIANA VAI AGITAR CANNES NA SEXTA
Um documentário que inclui uma foto feita por paparazzi da princesa Diana morrendo depois de sofrer um acidente de carro em Paris em 1997 está causando polêmica três dias antes de ser exibido para a mídia e potenciais compradores em Cannes.
"Unlawful Killing", dirigido pelo ator britânico Keith Allen e patrocinado por Mohamed al-Fayed, pai de Dodi, namorado de Diana e que morreu com ela, deve ser exibido em Cannes na sexta-feira.
Um porta-voz dos patrocinadores do filme buscou minimizar a importância da imagem controversa que será mostrada, depois de uma amiga da princesa Diana ter expressado espanto diante do filme.
"A foto já foi publicada integralmente antes em muitas partes do mundo", disse o porta-voz em e-mail enviado à Reuters.
"Compramos a imagem de uma revista italiana, que já a tinha publicado na íntegra. Ela também está amplamente disponível na Internet. Foi apenas na Grã-Bretanha que a imprensa optou por cobrir o rosto de Diana com uma tarja preta."
"Nosso filme não será exibido no Reino Unido, e o trailer só pode ser visto no Reino Unido no site oficial do filme. Logo, não estamos divulgando nada que o resto do mundo já não tenha visto em outros lugares."
"Se isto for verdade, é absolutamente repulsivo", disse Rosa Monckton, que passou férias com Diana poucas semanas antes da morte da princesa.
"O fato de pessoas estarem tentando ganhar dinheiro com sua morte - que é só o que estão fazendo agora - é, francamente... não tenho palavras para expressar", disse Monckton ao jornal britânico Daily Mail na terça (10).
O filme procura provar que o inquérito realizado em 2007/08 para averiguar as causas da morte de Diana foi um acobertamento dos fatos por parte do "establishment" e de "forças ocultas", segundo declaração dos criadores do filme.
Fayed alega há muito tempo que Dodi e Diana foram mortos por ordem do marido da rainha Elizabeth, príncipe Philip - ele acredita que a família real não suportava a ideia de ver Diana casar-se com um muçulmano.
Investigações de grande dimensões realizadas pelas polícias francesa e britânica concluíram que as mortes foram resultado de um acidente trágico causado pelo motorista do carro, que dirigia em alta velocidade e estava embriagado - ambas rejeitaram as teorias conspiratórias de Fayed.
Um porta-voz de Fayed disse ao Daily Mail: "Ele (Fayed) não tinha conhecimento de que qualquer foto feita de qualquer ocupante do carro faria parte do filme. Ele está horrorizado com isso e tomará as medidas necessárias para assegurar que a foto não faça parte do filme."
ABERTURA TEVE BERTOLUCCI, DE NIRO E BANDERAS NA PLATEIA
Bernardo Bertolucci, primeira "Palma de Honra" do Festival de Cannes, abriu nesta quarta-feira à noite a sua 64ª edição durante a tradicional cerimônia antes da exibição do filme de Woody Allen, "Meia Noite em Paris".
"Eu esperei um pouco, vou ter minha Palma de Ouro", disse o diretor de 71 anos no palco do Palácio dos Festivais, recebendo das mãos do presidente do festival, Gilles Jacob, a premiação entregue pela primeira vez para recompensar um diretor importante que não recebeu a Palma de Ouro - prêmio máximo de Cannes.
Visivelmente emocionado, Bertolucci dedicou o prêmio a "todos os italianos que ainda têm força para lutar, criticar, se indignar".
Getty Images
Bernardo Bertolucci recebe a Palma de Ouro honorária das mãos de Gilles Jacob, presidente do festival
Pouco antes, a atriz francesa Mélanie Laurent abriu o festival celebrando "estes onze dias que valem por cem".
Getty Images
A atriz Mélanie Laurent, na abertura do festival
O presidente do júri, Robert De Niro, também saudado com aplausos entusiasmados, tentou se expressar em francês: "obrigado por terem me convidado, para o 75... 64º (sic) Festival de Cannes".
"Espero fazer um bom trabalho e, mais uma vez, obrigado", disse De Niro, aclamado pelos espectadores, entre eles personalidades como o ministro francês da Cultura, Frédéric Mitterrand, a atriz italiana Claudia Cardinale, o ator espanhol Antonio Banderas e o diretor Woody Allen, entre outros.Cannes tentou durante muito tempo ter na presidência o ator-produtor-diretor americano, fundador do Festival de Tribeca, em Nova York, que este ano está à frente de um júri composto por Uma Thurman e Jude Law, entre outros.
Após a exibição de uma versão a cores - descoberta quase que milagrosamente - de "Viagem à Lua" de Georges Méliès (1902), um outro cidadão de Nova York, Woody Allen, teve sua mais recente obra, "Meia Noite em Paris", exibida - fora de competição - o filme é uma grande homenagem à capital francesa e foi saudado pela imprensa à tarde.
De Niro disse no seu discurso de abertura que neste ano "serão premiados filmes, não autores", apesar do favoritismo de diretores como Almodóvar, Malick e Von Trier.
"Não sei o que busco nem o que espero da competição. Vamos nos sentar, assistiremos aos filmes e então os avaliaremos", disse De Niro, econômico em palavras, como de costume.
Getty Images
Presidente do Juri, Robert De Niro discursa durante a cerimônia de abertura do Festival de Cannes
Já Uma Thurman disse que foi a Cannes "em busca de inspiração".
"São experiências como essa que nos ajudam a descobrir por que damos o melhor de nós mesmos a esta profissão", acrescentou a musa de Quentin Tarantino, presidente do júri de Cannes 2010.Se Robert de Niro disse que, para ele, a participação em Cannes soava como "férias" - "Assistir a 20 filmes em duas semanas não é algo que pode ser feito normalmente" - Uma Thurman, que parecia mais apaixonada com a missão, concluiu: "O que sei é que em duas semanas serei mais sábia".
"BELA ADORMECIDA" AUSTRALIANA E SEXUALIZADA FOI RECEBIDA COM FRIEZA
A competição à Palma de Ouro não começou bem, porquê o australiano
"Sleeping Beauty", primeiro longa de Julia Leigh, foi recebido com um silêncio de cemitério, ao fim da sessão de imprensa.
No filme - produzido por Jane Campion, diretora de "O Piano" (1993) - Lucy - interpretada por Emily Browning, de "Sucker Punch" - é uma estudante de temperamento passivo que aceita um trabalho como Bela Adormecida - uma droga a induz a um sono profundo para que os clientes possam fazer o que quiser com seu corpo, menos penetração, que é proibido.
Leigh disse que a proposta de 'Sleeping Beauty" é causar uma espécie de encantamento no espectador, numa atmosfera de conto de fadas dark - inspirou-se em Belas Adormecidas sexuais descritas num livro de García Marquez e em outro do japonês Yasunari Kawabata.
Confira o trailer de "Sleeping Beauty":
As cenas de Lucy no quarto dormindo, servindo de puro objeto a homens mais velhos, são especialmente fortes - o espectador não tem acesso aos pensamentos ou emoções da moça.
Sempre em planos fixos, o filme é contaminado por uma frieza pesada, que não envolve o espectador no drama de Lucy, mas Browning já é boa candidata a melhor atriz, pela coragem com que se entregou a cenas sexuais humilhantes.
FILME QUE INDICA POSSÍVEL ASSASSINATO DA PRINCESA DIANA VAI AGITAR CANNES NA SEXTA
Um documentário que inclui uma foto feita por paparazzi da princesa Diana morrendo depois de sofrer um acidente de carro em Paris em 1997 está causando polêmica três dias antes de ser exibido para a mídia e potenciais compradores em Cannes.
"Unlawful Killing", dirigido pelo ator britânico Keith Allen e patrocinado por Mohamed al-Fayed, pai de Dodi, namorado de Diana e que morreu com ela, deve ser exibido em Cannes na sexta-feira.
Um porta-voz dos patrocinadores do filme buscou minimizar a importância da imagem controversa que será mostrada, depois de uma amiga da princesa Diana ter expressado espanto diante do filme.
"A foto já foi publicada integralmente antes em muitas partes do mundo", disse o porta-voz em e-mail enviado à Reuters.
"Compramos a imagem de uma revista italiana, que já a tinha publicado na íntegra. Ela também está amplamente disponível na Internet. Foi apenas na Grã-Bretanha que a imprensa optou por cobrir o rosto de Diana com uma tarja preta."
"Nosso filme não será exibido no Reino Unido, e o trailer só pode ser visto no Reino Unido no site oficial do filme. Logo, não estamos divulgando nada que o resto do mundo já não tenha visto em outros lugares."
Neil Munns-15.abr.97/Associated Press
Documentário sugere que princesa Diana tenha sido assassinadaMas amigos da princesa, cuja morte marcou o ponto mais baixo da popularidade da monarquia britânica com o público, reagiram com indignação.
"Se isto for verdade, é absolutamente repulsivo", disse Rosa Monckton, que passou férias com Diana poucas semanas antes da morte da princesa.
"O fato de pessoas estarem tentando ganhar dinheiro com sua morte - que é só o que estão fazendo agora - é, francamente... não tenho palavras para expressar", disse Monckton ao jornal britânico Daily Mail na terça (10).
O filme procura provar que o inquérito realizado em 2007/08 para averiguar as causas da morte de Diana foi um acobertamento dos fatos por parte do "establishment" e de "forças ocultas", segundo declaração dos criadores do filme.
Fayed alega há muito tempo que Dodi e Diana foram mortos por ordem do marido da rainha Elizabeth, príncipe Philip - ele acredita que a família real não suportava a ideia de ver Diana casar-se com um muçulmano.
Investigações de grande dimensões realizadas pelas polícias francesa e britânica concluíram que as mortes foram resultado de um acidente trágico causado pelo motorista do carro, que dirigia em alta velocidade e estava embriagado - ambas rejeitaram as teorias conspiratórias de Fayed.
Um porta-voz de Fayed disse ao Daily Mail: "Ele (Fayed) não tinha conhecimento de que qualquer foto feita de qualquer ocupante do carro faria parte do filme. Ele está horrorizado com isso e tomará as medidas necessárias para assegurar que a foto não faça parte do filme."
Nenhum comentário:
Postar um comentário