Amanhã começam os novos anos, legislativos e judiciário do Brasil, e nos dois poderes temos algumas características raras ou inéditas.
No Judiciário, o ano começa sem que a Doutora Dilma tenha ainda indicado um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal.
Esse foi um abacaxi que ela herdou do Luiz Inácio, e que vem atrasando muito pautas importantes para o país, como a votação final da Lei da Ficha Limpa, por exemplo.
No Legislativo, teremos nada mais, nada menos do que 22 partidos representados.
É o número mais elevado desde a volta do pluripartidarismo, no início da década de 80.
Só para comparação: na Colômbia, há 12 partidos com deputados eleitos; no Chile, 8; no México, só 7.
Já na Argentina, que sempre faz questão de parecer diferente dos seus vizinhos de "latinoamérica", nossos "hermanos" tem 35 blocos políticos no Congresso, eleitos pelo modelo distrital, o que serve de alerta aos defensores desse sistema como a salvação para todos os males políticos do Brasil.
Mas, voltando para cá: 8 dos 22 partidos com deputados eleitos receberam 75,4% dos votos para a Câmara, na eleição do ano passado.
O Brasil tem hoje 27 partidos, e os 5 que não elegeram deputados tiveram, juntos, 0,6% do total de votos para a Câmara.
Desde 1986, nunca um partido havia eleito deputados em todas as 27 unidades da Federação.
No ano passado, o PMDB - nosso querido partido puteiro - foi o único a repetir a façanha, e o PT terá representantes de 23 Estados e do Distrito Federal.
Como dá pra perceber, a democracia brasileira tem defeitos e muitas arestas para aparar, e o principal problema ainda são as leis que continuam respaldando agremiações sem o apoio popular correspondente.
Com o fim da ditadura militar, fazia todo sentido dar tempo de TV, dinheiro do fundo partidário a rôdo e benefícios sortidos a todos os novos partidos.
Só que já se passaram 25 anos, e, se, em um quarto de século uma sigla não conseguiu dizer a que veio, é lesivo à democracia brasileira que todos sejamos obrigados a manter as vantagens oferecidas até agora.
Ficaríamos livres de vermos, eleição após eleição, os embusteiros que há décadas vendem ideias rejeitadas pelo eleitor, como o aerotrem do Levy Fidélix, o municipalismo, a volta do Império e toda sorte de maracutaias que só existem para mamar o seu, o meu, o nosso dinheiro via fundo suprapartidário.
Ficaríamos livres também de vermos preciosos minutos da programação de nossas rádios e tevês perdidos no falatório desses partidos nanicos, que só servem, realmente, para agirem como linha auxiliar de ataques, os mais covardes, das agremiações que realmente mandam nesse país.
É urgente que se façam alterações nas regras eleitorais, para que esse puteiro finalmente acabe: o fim das coligações para eleger deputados e a criação de uma cláusula de desempenho, onde só teria amplo acesso ao rádio e à TV o partido com 5% ou mais dos votos.
Horário eleitoral, hoje em dia, só serve pra encher linguiça, e já que é obrigatório, deveria ser usado para que se debatam os grandes problemas do país.
Até segunda.
*****
Você pode assistir a essa coluna em vídeo HD, já postado no YouTube e no Facebook:
No Judiciário, o ano começa sem que a Doutora Dilma tenha ainda indicado um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal.
Esse foi um abacaxi que ela herdou do Luiz Inácio, e que vem atrasando muito pautas importantes para o país, como a votação final da Lei da Ficha Limpa, por exemplo.
No Legislativo, teremos nada mais, nada menos do que 22 partidos representados.
É o número mais elevado desde a volta do pluripartidarismo, no início da década de 80.
Só para comparação: na Colômbia, há 12 partidos com deputados eleitos; no Chile, 8; no México, só 7.
Já na Argentina, que sempre faz questão de parecer diferente dos seus vizinhos de "latinoamérica", nossos "hermanos" tem 35 blocos políticos no Congresso, eleitos pelo modelo distrital, o que serve de alerta aos defensores desse sistema como a salvação para todos os males políticos do Brasil.
Mas, voltando para cá: 8 dos 22 partidos com deputados eleitos receberam 75,4% dos votos para a Câmara, na eleição do ano passado.
O Brasil tem hoje 27 partidos, e os 5 que não elegeram deputados tiveram, juntos, 0,6% do total de votos para a Câmara.
Desde 1986, nunca um partido havia eleito deputados em todas as 27 unidades da Federação.
No ano passado, o PMDB - nosso querido partido puteiro - foi o único a repetir a façanha, e o PT terá representantes de 23 Estados e do Distrito Federal.
Como dá pra perceber, a democracia brasileira tem defeitos e muitas arestas para aparar, e o principal problema ainda são as leis que continuam respaldando agremiações sem o apoio popular correspondente.
Com o fim da ditadura militar, fazia todo sentido dar tempo de TV, dinheiro do fundo partidário a rôdo e benefícios sortidos a todos os novos partidos.
Só que já se passaram 25 anos, e, se, em um quarto de século uma sigla não conseguiu dizer a que veio, é lesivo à democracia brasileira que todos sejamos obrigados a manter as vantagens oferecidas até agora.
Ficaríamos livres de vermos, eleição após eleição, os embusteiros que há décadas vendem ideias rejeitadas pelo eleitor, como o aerotrem do Levy Fidélix, o municipalismo, a volta do Império e toda sorte de maracutaias que só existem para mamar o seu, o meu, o nosso dinheiro via fundo suprapartidário.
Ficaríamos livres também de vermos preciosos minutos da programação de nossas rádios e tevês perdidos no falatório desses partidos nanicos, que só servem, realmente, para agirem como linha auxiliar de ataques, os mais covardes, das agremiações que realmente mandam nesse país.
É urgente que se façam alterações nas regras eleitorais, para que esse puteiro finalmente acabe: o fim das coligações para eleger deputados e a criação de uma cláusula de desempenho, onde só teria amplo acesso ao rádio e à TV o partido com 5% ou mais dos votos.
Horário eleitoral, hoje em dia, só serve pra encher linguiça, e já que é obrigatório, deveria ser usado para que se debatam os grandes problemas do país.
Até segunda.
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