Nada mais elucidativo sobre a tendência do cinema nacional em reproduzir o estilo e a linguagem da televisão que a transformação de um filme em série de TV sem provocar nenhum tipo de estranhamento no espectador.
"Chico Xavier", e "O Bem Amado" - experiência similar exibida na semana passada - são exemplos disso.
No caso da história do médium, a produção dos dois formatos foi praticamente indistinta.
"Sabíamos que tínhamos um número maior de cenas, mas eu ainda não sabia o que estaria no filme e o que estaria na minissérie", diz o diretor Daniel Filho, que há cinco anos foi convidado para fazer um filme baseado no livro "As Vidas de Chico Xavier", do jornalista Marcel Souto Maior.
Ique Esteves/TV GloboLaura Cardoso e Nelson Xavier - que interpreta Chico adulto - em cena da minissérie
Ao receber um roteiro de cem páginas, o diretor, expoente do cinema "padrão Globo", percebeu que ele renderia mais que duas horas para um filme comercial, e propôs o segundo produto.
Filme e série só se separaram na edição: Daniel optou por centrar o longa na entrevista que Chico Xavier deu ao célebre programa "Pinga Fogo" da extinta TV Tupi, e numa história dramática poderosa: a do casal - vivido por Tony Ramos e Christiane Torloni - que perde o filho e consegue esclarecer circunstâncias da sua morte numa carta psicografada pelo médium.
O material excedente, de cerca de uma hora, trazia um mergulho mais aprofundado na infância e na vida pessoal de Chico e foi muito bem incorporado à série.
"Será uma transposição mais fiel à biografia", diz Daniel.
A série mostrou melhor as relações com a madrinha - interpretada por Giulia Gam - que o maltratava, e com a mãe morta, o primeiro espírito que Chico vê e interage - vivida por Letícia Sabatella.
O filme teve 3,4 milhões de espectadores, o que permite esperar ibope melhor que o de outras experimentações no horário pós-"BBB", como "Amor em 4 Atos", que teve 21 pontos na estreia.
A emissora bancou parte da produção com um valor não revelado, e o diretor também teve uma ajudinha do poder público: do total de R$ 12 milhões, ao menos R$ 5,3 milhões vieram de mecanismos federais de incentivo e de um edital da Prefeitura de Paulínia.
No cinema, o filme já faturou R$ 30 milhões.
Nos capítulos já exibidos, o destaque ficou com o ator Ângelo Antonio, que interpreta Chico Xavier jovem.
Ator meticuloso, Antonio transpira bondade em todas as cenas em que aparece, a essência da personalidade do médium mais conhecida, e a cena do pedido de bênção para sua nova e dedicada vida ao próximo, que Chico pede de joelhos ao padre que é seu amigo e confessor desde a infãncia - interpretado magistralmente por Pedro Paulo Rangel - é, desde já, uma das melhores cenas da TV neste ano.
Estou gostando mais dessa história na telinha do que na telona, o que confirma que o projeto é, sim, feito muito mais para a TV do que para o cinema.
"CHICO XAVIER"
QUANDO: de terça (25) a sexta (28), após o "BBB"
ONDE: Globo
COTAÇÃO DO KLAU:
"Chico Xavier", e "O Bem Amado" - experiência similar exibida na semana passada - são exemplos disso.
No caso da história do médium, a produção dos dois formatos foi praticamente indistinta.
"Sabíamos que tínhamos um número maior de cenas, mas eu ainda não sabia o que estaria no filme e o que estaria na minissérie", diz o diretor Daniel Filho, que há cinco anos foi convidado para fazer um filme baseado no livro "As Vidas de Chico Xavier", do jornalista Marcel Souto Maior.
Ique Esteves/TV GloboLaura Cardoso e Nelson Xavier - que interpreta Chico adulto - em cena da minissérie
Ao receber um roteiro de cem páginas, o diretor, expoente do cinema "padrão Globo", percebeu que ele renderia mais que duas horas para um filme comercial, e propôs o segundo produto.
Filme e série só se separaram na edição: Daniel optou por centrar o longa na entrevista que Chico Xavier deu ao célebre programa "Pinga Fogo" da extinta TV Tupi, e numa história dramática poderosa: a do casal - vivido por Tony Ramos e Christiane Torloni - que perde o filho e consegue esclarecer circunstâncias da sua morte numa carta psicografada pelo médium.
O material excedente, de cerca de uma hora, trazia um mergulho mais aprofundado na infância e na vida pessoal de Chico e foi muito bem incorporado à série.
"Será uma transposição mais fiel à biografia", diz Daniel.
A série mostrou melhor as relações com a madrinha - interpretada por Giulia Gam - que o maltratava, e com a mãe morta, o primeiro espírito que Chico vê e interage - vivida por Letícia Sabatella.
O filme teve 3,4 milhões de espectadores, o que permite esperar ibope melhor que o de outras experimentações no horário pós-"BBB", como "Amor em 4 Atos", que teve 21 pontos na estreia.
A emissora bancou parte da produção com um valor não revelado, e o diretor também teve uma ajudinha do poder público: do total de R$ 12 milhões, ao menos R$ 5,3 milhões vieram de mecanismos federais de incentivo e de um edital da Prefeitura de Paulínia.
No cinema, o filme já faturou R$ 30 milhões.
Nos capítulos já exibidos, o destaque ficou com o ator Ângelo Antonio, que interpreta Chico Xavier jovem.
Ator meticuloso, Antonio transpira bondade em todas as cenas em que aparece, a essência da personalidade do médium mais conhecida, e a cena do pedido de bênção para sua nova e dedicada vida ao próximo, que Chico pede de joelhos ao padre que é seu amigo e confessor desde a infãncia - interpretado magistralmente por Pedro Paulo Rangel - é, desde já, uma das melhores cenas da TV neste ano.
Estou gostando mais dessa história na telinha do que na telona, o que confirma que o projeto é, sim, feito muito mais para a TV do que para o cinema.
"CHICO XAVIER"
QUANDO: de terça (25) a sexta (28), após o "BBB"
ONDE: Globo
COTAÇÃO DO KLAU:
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