sábado, 6 de março de 2010

OSCAR 2010: MELHOR ATOR

O grande favorito ao Oscar de Melhor Ator é Jeff Bridges, por "Coração Louco", mesmo com a forte concorrência de Morgan Freeman ("Invictus"), George Clooney ("Amor Sem Escalas"), Colin Firth ("Direito de Amar") e Jeremy Renner ("Guerra ao Terror".


JEFF BRIDGES, 'INDIE' QUE BRILHA EM HOLLYWOOD

Pelo trabalho em "Coração Louco", Jeff Bridges já levou os prêmios do Globo de Ouro, do Sindicato de Atores dos Estados Unidos, e o Critic's Choice, concedido pela maior associação americana de críticos de cinema - BFCA.

Bridges me emocionou muito no papel de Bad Blake, um cantor alcoólatra, ex-estrela do country que vaga por bares meio sórdidos no sudoeste dos EUA. Seus casamentos foram todos fracassados e ele não tem uma família para se apoiar. Mas sua vida solitária dá uma guinada quando conhece uma jovem jornalista chamada Jean, vivida por Maggie Gyllenhaal.

O ator, que sempre transitou pelo circuito independente, também participou de blokbusters, como "King Kong" (1976) e "Homem de Ferro" (2008) - onde fazia o vilão, em ótimo contraponto ao mocinho de Robert Downey Jr.

Mas seus papéis mais legais - e mais lembrados - são em produções 'indies'. como "Susie e os Baker Boys" (1989), de Terry Gilliam, e "O Grande Lebowski" (1998), dos irmãos Coen, onde deu vida a The Dude ("O Cara"), hoje ícone da sociedade americana.

É o favorito, e a minha aposta para levar a estatueta pra casa também.


MORGAN FREEMAN, ESCOLHIDO PELO PRÓPRIO MANDELA

A crítica chapa branca diz que Morgan Freeman nasceu para dar vida a Nelson Mandela no cinema, e o próprio líder sul-africano pediu ao ator que o interpretasse, se algum dia fosse rodado um filme sobre sua vida - e eu acho tudo isso over demais.

Esse momento chegou, e lá estavam Freeman e Clint Eastwood - diretor do filme e seu grande parceiro desde o western "Os Imperdoáveis" (1992).

Freeman, vencedor do Oscar por "Menina de Ouro" (2004), disse que o papel é "o ponto culminante" de uma carreira repleta de sucessos como "Conduzindo Miss Daisy" (1989), "Tempo de Glória" (1989), "Seven - Os Sete Crimes Capitais" (1995) , "Batman Begins" (2005), e "Batman: O Cavaleiro das Trevas" (2007).

"Invictus" é uma adaptação do livro de John Carlin, e se passa nos primeiros meses de mandato de Mandela como presidente da África do Sul após deixar a prisão de segurança máxima de Robben Island, onde tinha passado 27 anos, e também na época do Mundial de rugby da África do Sul - em 1995 - torneio que Mandela usou para facilitar a reconciliação do povo após o "apartheid".

Pro meu gosto, é um tanto meloso demais. O filme - e já falei aqui - valeu pra mim mais pelo papel de Matt Damon - que vive o capitão do time de rúgbi - do que por Freeman como Mandela.


GEORGE CLOONEY, ENCANTADOR ATÉ QUANDO DEMITE PESSOAS

"Amor Sem Escalas" conta a história de Ryan Bingham (Clooney), um homem que tem como missão comunicar pessoalmente a demissão de dezenas de trabalhadores todos os dias, e que passa anos vivendo literalmente no ar.

No seu trabalho, ele percorre os EUA em aviões, hotéis e carros alugados. Mas os diretores da companhia apostam nas novas tecnologias, e querem que ele passe a cumprir suas tarefas de casa, preso a um computador, justo no momento em que acaba de conhecer a mulher de seus sonhos em uma viagem.

O filme é muito bom, e Clooney faz aqui - disparado - sua melhor interpretação na telona, a ponto de eu ter conseguido finalmente esquecer uma birra pessoal que eu tinha com ele - um dos responsáveis pelo horrendo "Batman & Robin", onde sua interpretação de um herói de uniforme com mamilos salientes foi a pá de cal que faltava para que esse filme seja considerado não só o pior dos Batman - mas um dos piores filmes já feitos, em todos os tempos.

E a maturidade parece que fez um bem incrível ao George! Sempre comparado ao também ícone das mulheres de meia idade - Cary Grant -, ele tem aqui o começo de uma substanciosa guinada de carreira.

Mas, mesmo tendo ganhado o prêmio da Associação Nacional de Críticos de Cinema dos EUA - dividido com Morgan Freeman -, George Clooney não é considerado favorito à estatueta.


COLIN FIRTH,ESTREANTE NO OSCAR


Pelo papel em "Direito de Amar", Colin Firth já levou o Festival de Cinema de Veneza e o Bafta. A crítica especializada diz que este é o melhor trabalho de sua carreira, onde se destacam produções como "O Paciente Inglês" (1996), "Shakespeare Apaixonado" (1998) e "O Diário de Bridget Jones" (2001).

O filme é a estreia do estilista americano Tom Ford como diretor. Tendo como cenário a Los Angeles de 1962, conta a história de George Falconer (Firth), um professor britânico que tem dificuldade para retomar a vida após a morte de seu companheiro, Jim (Matthew Goode), em um acidente de trânsito.

Firth impregna de tristeza, angústia e melancolia o retrato do personagem, apoiado nas grandes atuações de Julianne Moore - minha atual atriz favorita - , Matthew Goode e Nicholas Hoult.

O filme é muito bom, a direção de Ford é muito segura para um principiante, e Firth está muito bem.


JEREMY RENNER, O GRANDE AZARÃO

Em todos os exercícios de futurologia para o Oscar desse ano, os quatro candidatos anteriores apareciam na categoria de Melhor Ator. Mas o quinto indicado era uma interrogação, e muitos já diziam que ele seria Viggo Mortensen, por "A Estrada". No final, foi Jeremy Renner quem acabou sendo esse quinto indicado.

Renner, - indicado pela primeira vez ao Oscar - vive em "Guerra ao Terror" um artífice americano que se revela como um homem desordenado, viciado em risco, e que põe em perigo seu pelotão em cada missão, enquanto deve enfrentar a ameaça nazista. Para ele, a guerra é uma droga, já desativou mais de 800 bombas, e guarda peças de todas elas debaixo da cama. Mas em pleno conflito, começa uma linda reflexão sobre a vida e, sobretudo, sobre a esposa e o filho que deixou para trás.

Filme soberto, direção segura - de Tarantino - , ótimo ator.

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