Pessoal:
Quero comentar com vocês as palavras do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à Associated Press:
Tal declaração é simplesmente um ESCÂNDALO -mesmo para os padrões de Lula, que já faz tempo vem nos torpedeando com seus disparates, como aquela infeliz declaração em 2003 - só pra ficarmos no tema política externa:
Angeli - "Folha de S.Paulo" - 12.3.2010
Desta vez, porém, a manifestação nem pode ser chamada de tosca, tãopouco pode ser atribuída a mais uma entre tantas merdas, típicas de quem abusa dos improvisos.
Luiz Inácio - a quem Dona Dilma agora só chama de "Grande Mestre" - não esconde o orgulho por falar errado e se diverte - junto com aquela renca de puxa-sacos que sempre anda com ele - com as gafes que comete. Só eles se divertem. Só eles.
Desta vez , o Grande Mestre agrediu sem dó aos valores democráticos, ao endossar uma ditadura sanguinária, que reprime a divergência de opinião. E ainda tem a cara de pau de pedir "respeito" pela legislação cubana - aquela que autoriza a prisão de pessoas cujo crime é dar sinais de "conduta manifestamente em contradição com as normas da moralidade socialista".
Chegou ao cúmulo de qualificar os direitos humanos de "pretexto" dos presos políticos que fazem greve de fome. Pretexto?
Em 2003, o governo cubano fuzilou - no famoso "paredón" - três dissidentes que tentaram fugir do país. Outros 75 opositores foram presos, entre os quais Orlando Zapata.
Condenado inicialmente a três, ele teve sua pena ampliada para mais de 25 anos de prisão. Morreu após uma greve de fome, no dia em que Lula chegou à ilha, semanas atrás, para visitar o El Coma Andante Fidel Castro - e seu igualmente ditador e sanguinário da vez e irmão Raul, o Big Brother - pela quarta vez como presidente da República Federativa do Brasil.
Já disse aqui que ele detesta ser abordado por jornalistas.
E foi o que aconteceu nessa sua última visitinha. Surpreendido, primeiro disse desconhecer o apelo que entidades defensoras dos direitos humanos haviam feito para que intercedesse por Zapata, e ao lado do ditador Raul, ficou só na lamentação de que "um preso se deixe morrer por greve de fome".
O jornalista e dissidente cubano Guillermo Fariñas, também em greve de fome, ao ouvir tamanho desprezo pelos direitos humanos e a Democracia, disse: "Lula demonstra seu comprometimento com a ditadura dos Castro e seu desprezo com os presos políticos".
Benett - "Folha de S.Paulo" - 11.3.2010
Pensaram que o Luiz Inácio tinha acabado com o tema? Nada! Chegou ao cúmulo dos cúmulos ao dizer que os presos políticos da ditadura cubana são equiparáveis aos presos comuns de um país democrático, no caso o Brasil!
"Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade."
Ao equiparar a motivação (política) dos dissidentes a uma eventual ação similar dos criminosos de São Paulo, Lula está se declarando um ex-delinquente. Afinal, ele fez greve de fome, que agora repudia, e por motivos políticos.
Lula diz que é preciso "respeitar a determinação da Justiça e do governo cubano de deter as pessoas em função da legislação em Cuba".
Por que, então, não respeitou determinações da Justiça e do governo brasileiro no tempo em que era um líder sindical? Pela simples razão de que determinações de um poder judicial totalmente subordinado ao governo -e um governo ditatorial- não merecem respeito dos democratas. Nem aqui nem em Cuba.
A menos que Lula ache que há "boas" ditaduras e ditaduras "más".
Não há. O que há são valores universais: liberdades públicas, respeito aos direitos humanos -enfim, democracia.
São princípios que organizam a convivência, os únicos decentes que o ser humano inventou até agora.
Em 1980, quando ele ficou 31 dias na cadeia - o que deu pra ele uma Bolsa Ditadura de mais de R$ 1 milhão - O Grande Mestre da Dona Dilma fez quatro dias de greve de fome. Apanhado escondendo guloseimas, reclamou: "Como esse cara é xiita! O que é que tem guardarmos duas balinhas, companheiro?"
Em 1998, quando os sequestradores do empresário Abilio Diniz fizeram greve de fome na cadeia, Luiz Inácio ligou para o presidente Fernando Henrique Cardoso e disse: "Olha, Fernando, você vai levar para a tua biografia a morte desses caras".
Agora, dar o mesmo telefonema para Raúl Castro, nem pensar.
Nesse mesmo ano, quando Lula sentiu-se massacrado pelas denúncias de intimidades imobiliárias com o empresário - e seu compadre - Roberto Teixeira, saiu em busca de apoios e disse que cogitava fazer uma greve de fome. Não fez, e tanto ele como Teixeira alimentam-se bem até hoje.
Imaginemos, nós, com mais razão, que esse comprometimento do presidente do Brasil com a defesa de um regime homicida não seja apenas um tropeço, mas, antes, a revelação do quanto é o apreço de Lula pela Democracia.
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