domingo, 14 de março de 2010

SP INDY 300: PRIMEIRA CORRIDA DE RUA NO BRASIL TEVE BATIDAS, BANDEIRAS AMARELAS, AGUACEIRO E PEGAS SENSACIONAIS!

Antes da largada, a chuva ameaçou, mas durou poucos minutos e não passou de uma leve garoa - as equipes nem trocaram pneus - o que só serviu para atrasar a largada.
Quando o pole position Dario Franchitti recebeu a bandeirada e puxou o pelotão da frente, Kanaan aproveitou e ganhou duas posições, pulando de sexto para quarto lugar.
fotos: Cláudio Nóvoa e UOL

A largada: a poeira é resultado do lixamento da pista do sambódromo

Os primeiros carros do grid aceleraram forte e fizeram voltar a poeira que marcou o warm up pela manhã, efeito colateral da reforma emergencial feita para dar aderência ao trecho do Sambódromo.
A “picagem” da reta do Sambódromo que assegurou a realização da prova custou mais de meio milhão de reais. Segundo Terry Angstadt, presidente da categoria norte-americana, a reforma que deixou a área menos lisa e escorregadia foi paga pela TV Bandeirantes, que promoveu e transmitiu o evento para mais de 122 países.

A galera torrando nas arquibancadas

Com menos visibilidade, os carros que vieram atrás acabaram num grande enrosco.

Hélio Castroneves tocou em Takuma Sato - o brasileiro voltou, o japonês parou. Depois, o brasileiro Mario Moraes passou por cima de Marco Andretti, que, mesmo depois de levar uma "pneuzada" na cabeça e ser socorrido, passa bem.

Mario Moraes passa por cima de Marco Andretti, que acabou levando pneu na cabeça, mas saiu ileso.

A primeira bandeira amarela da prova durou sete voltas e 22 minutos, e as equipes aproveitaram para fazer ajustes nos boxes.
Castroneves caiu para vigésimo, enquanto Raphael Matos ganhou sete posições e já aparecia em quinto.
Vitor Meira também se deu bem e saltou de 16º para sétimo lugar.

Imagem sensacional: à esquerda, a corrida correndo solta - e os carros chegando a + de 330 km/h; à direita, a sempre congestionada marginal do Tietê, inclusive no domingo!

A segunda bandeira amarela foi causada, para variar, pela venezuelana Milka Duno - a maior braço duro que eu já vi na minha vida.
Sempre que esteve na pista, ela causou bandeira amarela.
Melhor para os pilotos, que puderam fazer mais ajustes - principalmente para Kanaan, que ganhou a terceira posição de Alex Tagliani no pit stop.

À esquerda, a braço duro Milka Duno; à direita, ela roda no retão da marginal pela enésima vez!

Mas Tony foi tocado na 28ª volta e teve que ser empurrado.

Tony Kanaan, saindo do pit stop

Na volta 30,começou uma chuva forte, acompanhada por uma forte ventania e raios.

A energia caiu no Anhembi - eu perdi minha conexão, e a bandeira amarela voltou.
A pista ficou alagada,a direção da prova demorou uma eternidade para finalmente dar a bandeira vermelha - que paralisa a prova - e os carros voltaram aos boxes para esperar o escoamento da água.

Chuva forte: nem dava pra ver os carros na pista

Após a bandeira vermelha, o público chegou a ter dúvidas sobre a continuidade da prova, mas ainda teríamos mais 43 minutos de muita ação no circuito.

Relargada após a bandeira vermelha: o carro madrinha é um Honda Civic SI lindão!

Após a relargada, Hélio Castroneves se recuperou do acidente sofrido na primeira volta e já aparecia em sexto. Mas o destaque era Raphael Matos, que assumiu a segunda posição e agradou o chefinho Gil de Ferran, ex-piloto sócio da equipe Luczo Dragon.

O australiano Will Power venceu a primeira prova de rua realizada no Brasil, com o brasileiro Vitor Meira no pódio em terceiro lugar - ele fez a festa da torcida com uma corrida de recuperação, já que largou na 16ª posição.

Power cruza a linha de chegada em primeiro

Meira foi pro pódio com uma ótima ultrapassagem no finalzinho da prova, sobre o compatriota Raphael Matos que ficou em quarto. Hélio Castroneves chegou em nono ,Tony Kanaan terminou em 10º, logo à frente de Bia Figueiredo, 13ª colocada e melhor mulher na prova. Mario Moraes e Mario Romancini não completaram a prova.

O final aconteceu com a pista seca, mas eu vi em vários momentos os carros no circuito lembrando as famosas cenas do verão paulistano - com alagamentos nas principais vias da cidade, já que os pilotos andavam com água até quase a metade do pneu em alguns pontos.

No pódio, os organizadores repetiram uma tradição que pertence às 500 Milhas de Indianápolis e, em vez de champanhe, deram leite para Will Power beber e fazer a festa - merchandising de uma empresa de laticínios que patrocinou a prova.

Vitor meira (direita) brinca com o fato de Power ter de beber leite

Power colocou a equipe Penske na liderança do campeonato, pressionando o seu companheiro Hélio Castroneves. Hunter-Reay, da Andretti, também saiu na frente do companheiro Tony Kanaan na disputa interna da Andretti. Já Vitor Meira, como único piloto da A.J. Foyt, fez a festa da equipe, assim como Raphael Matos na escuderia comandada por Gil de Ferran.

Não teve jeito: Will Power teve de beber!

Os especialistas - principalmente o jornalista Fábio Seixas, expert em velocidade e colunista da "Folha" - foram unânimes em relacionar todos os problemas que essa prova teve.
Nos treinos, foi a pista do sambódromo que não deixava os carros tracionarem, e que teve de ser literalmente refeita de ontem para hoje. Depois, o retão da marginal, com mais ondulações do que a pista de interlagos nos bons tempos - o que é um sofrimento muito maior para o corpo, principalmente o pescoço dos pilotos.
Durante a prova, foram as poças d'água.
São Paulo, nos últimos meses, sofreu bastante com a chuva, e Tony Cotman - o organizador - está há três meses na cidade. Por que não checou a drenagem, então? Se ele não sabe, eu é que vou saber?.

E pra encerrar, duas imagens muito legais:

Detalhe da sapatilha de Tony Kanaan

Detalhe do rosto de um mecânico


AGRADECIMENTOS:

Fábio Seixas

Band

Honda

Tony Kanaan

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