quinta-feira, 11 de março de 2010

MUSEU DO CINEMA DE BERLIM

JAMES CIMINO
da Folha de S.Paulo, em Berlim


Palco de um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, Berlim tem um dos mais emblemáticos museus dedicados ao cinema alemão.

A Deutsche-Kinemathek (Cinemateca Alemã) foi inaugurada oficialmente em fevereiro de 1963, pelo diretor Gerhard Lamprecht que, por décadas, acumulou extensa coleção de filmes, documentos e equipamentos dos estúdios.

A cinemateca, no entanto, não tinha um espaço físico para a exibição de seu acervo até o ano 2000, quando foi inaugurado o Filmmuseum Berlin (Museu do Cinema de Berlim), anexo ao Sony Center, uma das construções mais futuristas da cidade, e que reúne salas de exibição, lojas e restaurantes.

Mesmo remontando o clássico cinema alemão, a inspiração arquitetônica do Filmmuseum parece vir do futurista "Metrópolis" (1927), de Fritz Lang. Inclusive, ao entrar em uma das salas, o visitante dá de cara com a robô Maria do filme.

Forrado de espelhos no piso e no teto e cheio de telas de TV exibindo cenas dos mais variados filmes alemães, o museu cria uma ilusão de profundidade espacial que faz o visitante sentir como se estivesse flutuando entre as imagens.

Além de Maria, estatuetas do Oscar, do Urso de Ouro e de Prata, encontram-se outros ícones que fazem a história do cinema alemão, como as asas do desejo de Wim Wenders, um manequim com o figurino e a peruca de "Corra, Lola, Corra", a partitura do foxtrote do "Gabinete do Dr. Caligari" e a grande atração do museu: a exposição permanente de Marlene Dietrich, atriz e cantora alemã naturalizada norte-americana.

Em uma sala circular, igualmente espelhada de cima a baixo, manequins com o rosto da estrela do filme "O Anjo Azul" (1930) ostentam os luxuosos tailleurs e vestidos da diva alemã que fez carreira em Hollywood. Ao fundo, ouve-se suas músicas enquanto as telas de TV alternam diversas imagens dos mais de 50 filmes estrelados por Marlene Dietrich.

Em outra sala, encontram-se fotos da diva com astros como Clark Gable e a maleta de maquiagem da atriz, cercada por seus pentes de cabelo, sua inconfundível cartola, os bonecos que a acompanhavam em todas as gravações e até uma echarpe.

Na terceira sala dedicada à atriz, os trajes militares usados em visita às tropas americanas no front da Segunda Guerra Mundial, seu passaporte e até a credencial da cantina de Hollywood. Uma exposição para deprimir qualquer drag queen...

Há outras exposições permanentes, como "O Gabinete do Dr. Caligari", sobre terror e expressionismo, "Metropolis", sobre ficção científica, e "Olympia", sobre a cobertura da Olimpíada de 1933 por Leni Riefenstahl sob o nazismo.

A entrada do museu custa 6 euros. Veja a programação completa em www.deutsche-kinemathek.de .

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