A mostra "Andy Warhol, Mr. America" será aberta no próximo sábado, na Estação Pinacoteca, aqui em Sampa, e será a maior exposição do artista americano que já passou aqui pelo Brasil.Andy Warhol Foundation for the Visual Arts/Divulgação
"Marilyn Monroe", de 1967Warhol é um dos artistas de quem eu mais gosto - tanto que aqui, no lay-out do blog, vocês podem ver sempre uma janela animada com as suas obras.
O pop está nas suas obras, como nas gravuras de Marilyn Monroe e nas das latas de sopa Campbell's - o uso de elementos do mundo das celebridades e da publicidade -onde o artista sempre se apropriou de fotos de jornal.
Mas o que essa exposição revela é uma faceta crítica, que até então era visível apenas no pop inglês - onde o movimento surgiu com a famosa colagem "O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão diferentes, Tão Atraentes", de Richard Hamilton, de 1956.
Warhol não usa ironias em seus títulos, mas ela está presente em suas próprias construções. Suas celebridades são representadas com maquiagens de cores fortes e berrantes, mas flagradas em situações de fraqueza. Na série sobre Jackie, por exemplo, ela aparece não quando estava gerando um padrão de beleza para o país -enquanto primeira dama e casada com John Kennedy - mas no momento de luto.
The Andy Warhol Foundation for the Visual
"Campbell's Soup II Hot Dog Bean" (1969)
É como se Warhol apontasse para o poder ambivalente da imagem que se torna impressa, afinal ela não é capaz de revelar tudo. Nesse sentido, o custo da fama revela-se perverso e sem glamour. Mesmo assim, ao colorir tais imagens, ele apela para a sedução, uma das razões que o tornou a ser tão reconhecido popularmente.
Além desses trabalhos mais famosos , essa exposição exibe sua obra mais experimental, até então normalmente vista em pequenas mostras ou como trabalhos menores.
Warhol também se aventurou com uma câmera na mão, e produziu filmes alternativos em grande quantidade. Para nossa sorte, nessa exposição poderemos ver 17 deles.
Trabalhou também em vários suportes, chegando até a criar ambientes imersivos, como "Silver Clouds" (nuvens prateadas), de 1966, ou "Cow Wallpaper" (papel de parede de vaca), de 1972 - trabalhos considerados precursores das instalações contemporâneas, que levam o artista muito além da mera produção pop.
O curador Philip Larratt-Smith aponta o caráter sarcástico de Warhol em relação aos mitos americanos - o artista abordou a violência contra os negros, em "Confrontos Raciais", a miséria, em "Desastres do Atum Enlatado", retratou temas tabus como a homossexualidade, a obsessão pela morte e, como se não fosse suficiente, a sociedade do espetáculo.
Se você observa apenas as cores fortes e as imagens sedutoras, fica apenas na superfície da obra de Warhol.
Mas, se você quiser se aprofundar de fato nessas imagens, vai descobrir um mundo não colorido e tampouco atrativo, um verdadeiro retrato da América.
ANDY WARHOL, MR. AMERICA
Quando: abertura, sábado, às 11h; de ter. a dom., das 10h às 18h
Onde: Estação Pinacoteca (lgo. General Osório, 66, Centro, SP, tel.0/ XX/11/ 3335-4990); até 23/5
Quanto: R$ 3 a R$ 6 (sábado, grátis)
Mas o que essa exposição revela é uma faceta crítica, que até então era visível apenas no pop inglês - onde o movimento surgiu com a famosa colagem "O que Exatamente Torna os Lares de Hoje Tão diferentes, Tão Atraentes", de Richard Hamilton, de 1956.
Warhol não usa ironias em seus títulos, mas ela está presente em suas próprias construções. Suas celebridades são representadas com maquiagens de cores fortes e berrantes, mas flagradas em situações de fraqueza. Na série sobre Jackie, por exemplo, ela aparece não quando estava gerando um padrão de beleza para o país -enquanto primeira dama e casada com John Kennedy - mas no momento de luto.
The Andy Warhol Foundation for the Visual
"Campbell's Soup II Hot Dog Bean" (1969)É como se Warhol apontasse para o poder ambivalente da imagem que se torna impressa, afinal ela não é capaz de revelar tudo. Nesse sentido, o custo da fama revela-se perverso e sem glamour. Mesmo assim, ao colorir tais imagens, ele apela para a sedução, uma das razões que o tornou a ser tão reconhecido popularmente.
Além desses trabalhos mais famosos , essa exposição exibe sua obra mais experimental, até então normalmente vista em pequenas mostras ou como trabalhos menores.
Warhol também se aventurou com uma câmera na mão, e produziu filmes alternativos em grande quantidade. Para nossa sorte, nessa exposição poderemos ver 17 deles.
Trabalhou também em vários suportes, chegando até a criar ambientes imersivos, como "Silver Clouds" (nuvens prateadas), de 1966, ou "Cow Wallpaper" (papel de parede de vaca), de 1972 - trabalhos considerados precursores das instalações contemporâneas, que levam o artista muito além da mera produção pop.
O curador Philip Larratt-Smith aponta o caráter sarcástico de Warhol em relação aos mitos americanos - o artista abordou a violência contra os negros, em "Confrontos Raciais", a miséria, em "Desastres do Atum Enlatado", retratou temas tabus como a homossexualidade, a obsessão pela morte e, como se não fosse suficiente, a sociedade do espetáculo.
Se você observa apenas as cores fortes e as imagens sedutoras, fica apenas na superfície da obra de Warhol.
Mas, se você quiser se aprofundar de fato nessas imagens, vai descobrir um mundo não colorido e tampouco atrativo, um verdadeiro retrato da América.
ANDY WARHOL, MR. AMERICA
Quando: abertura, sábado, às 11h; de ter. a dom., das 10h às 18h
Onde: Estação Pinacoteca (lgo. General Osório, 66, Centro, SP, tel.0/ XX/11/ 3335-4990); até 23/5
Quanto: R$ 3 a R$ 6 (sábado, grátis)
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