Cerca de 200 homossexuais foram assassinados durante o ano de 2009 em todo o País, de acordo com o relatório anual divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) na semana passada.
"O Brasil é o campeão mundial de crimes contra GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais): um assassinato a cada dois dias, aproximadamente 200 crimes por ano, seguido do México com 35 homicídios e dos Estados Unidos, com 25", diz o fundador do GGB, Luiz Mott.
Nos dois primeiros meses 2010, já foram documentados 34 homicídios contra homossexuais.
Ontem, a polícia desvendou mais um assassinato, que aconteceu aqui em SP em 25 de fevereiro último.
Os dados do levantamento são obtidos por meio de pesquisas em jornais e na mídia ao longo do ano, já que não existem estatísticas oficiais. "Estes números são apenas a ponta de um iceberg de sangue e ódio, pois não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, nos baseamos em notícias de jornal e internet, uma amostra assumidamente subnotificada", explica Mott.
Segundo o levantamento, foram assassinados no Brasil no ano passado 198 homossexuais, nove a mais que em 2008 (189 mortes) e um aumento de 61% em relação a 2007 (122). Dentre os mortos, há 117 gays (59%), 72 travestis (37%) e nove lésbicas (4%).
Bahia e Paraná são os Estados mais homofóbicos, de acordo com o levantamento: 25 homicídios cada um, sendo que na Bahia os gays foram mais numerosos (21), enquanto no Paraná predominaram os travestis (15 mortes). Curitiba foi a metrópole brasileira onde mais homossexuais foram assassinados, 14 vítimas, seguida de Salvador, com 11 homicídios.
Pernambuco, que nos últimos anos liderava esta lista de assassinatos, registrou 14 mortes, 4º lugar, o mesmo número de São Paulo e Minas Gerais, embora São Paulo tenha população cinco vezes maior. Alagoas é proporcionalmente o Estado mais violento para a comunidade GLBT: 11 mortes para 3 milhões de habitantes - mais crimes do que o Rio de Janeiro (8 homicídios), cinco vezes mais populoso que o Estado nordestino. Faltam informações sobre Acre e Amapá. Três travestis brasileiras foram assassinadas na Itália.
E ontem, a polícia de SP revelou que prendeu o assassino de um homem de 41 anos, que foi morto a golpes de faca quando comemorava seu aniversário com um garoto de programa em um apartamento no Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, no último dia 25 de fevereiro.
O assassino, de 22 anos, foi preso na última sexta-feira (5) por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil. Segundo o delegado Júlio César dos Santos Geraldo, da 1ª Delegacia do DHPP, o garoto de programa confessou o crime em depoimento informal, logo após a prisão.
De acordo com a investigação, a vítima, Vírgilio Albuquerque Bueno dos Reis, trabalhava no setor de marketing de grandes empresas, mas estava desempregado.
Os dados do levantamento são obtidos por meio de pesquisas em jornais e na mídia ao longo do ano, já que não existem estatísticas oficiais. "Estes números são apenas a ponta de um iceberg de sangue e ódio, pois não havendo estatísticas governamentais sobre crimes de ódio, nos baseamos em notícias de jornal e internet, uma amostra assumidamente subnotificada", explica Mott.
Segundo o levantamento, foram assassinados no Brasil no ano passado 198 homossexuais, nove a mais que em 2008 (189 mortes) e um aumento de 61% em relação a 2007 (122). Dentre os mortos, há 117 gays (59%), 72 travestis (37%) e nove lésbicas (4%).
Bahia e Paraná são os Estados mais homofóbicos, de acordo com o levantamento: 25 homicídios cada um, sendo que na Bahia os gays foram mais numerosos (21), enquanto no Paraná predominaram os travestis (15 mortes). Curitiba foi a metrópole brasileira onde mais homossexuais foram assassinados, 14 vítimas, seguida de Salvador, com 11 homicídios.
Pernambuco, que nos últimos anos liderava esta lista de assassinatos, registrou 14 mortes, 4º lugar, o mesmo número de São Paulo e Minas Gerais, embora São Paulo tenha população cinco vezes maior. Alagoas é proporcionalmente o Estado mais violento para a comunidade GLBT: 11 mortes para 3 milhões de habitantes - mais crimes do que o Rio de Janeiro (8 homicídios), cinco vezes mais populoso que o Estado nordestino. Faltam informações sobre Acre e Amapá. Três travestis brasileiras foram assassinadas na Itália.
E ontem, a polícia de SP revelou que prendeu o assassino de um homem de 41 anos, que foi morto a golpes de faca quando comemorava seu aniversário com um garoto de programa em um apartamento no Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, no último dia 25 de fevereiro.
O assassino, de 22 anos, foi preso na última sexta-feira (5) por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil. Segundo o delegado Júlio César dos Santos Geraldo, da 1ª Delegacia do DHPP, o garoto de programa confessou o crime em depoimento informal, logo após a prisão.
De acordo com a investigação, a vítima, Vírgilio Albuquerque Bueno dos Reis, trabalhava no setor de marketing de grandes empresas, mas estava desempregado.
Ela conheceu o suspeito na área conhecida como autorama, no parque Ibirapuera (zona sul), local frequentado por homossexuais.
Segundo o garoto de programa, eles se conheciam a cerca de cinco anos.
No dia do crime, as câmeras de segurança do prédio da vítima mostram os dois chegando ao local por volta das 21h.
No dia do crime, as câmeras de segurança do prédio da vítima mostram os dois chegando ao local por volta das 21h.
Uma testemunha contou à polícia ter ouvido um barulho suspeito dentro do apartamento da vítima -ela forçou a porta e chegou a ver o suspeito com manchas de sangue, mas foi impedido por ele de entrar.
A testemunha voltou para acionar a polícia, e as câmeras mostraram o suspeito deixando o prédio, sozinho.
À polícia, o garoto de programa contou que a vítima estava com ciúmes por causa de um outro relacionamento e o pressionava a terminar.
À polícia, o garoto de programa contou que a vítima estava com ciúmes por causa de um outro relacionamento e o pressionava a terminar.
Ele contou que os dois beberam e usaram cocaína, e, após dizer que tomaria banho, pegou uma faca na cozinha e o acertou quando ele estava sentado no sofá da sala. A perícia apontou que foram desferidos cerca de 25 golpes.
A polícia, porém, acredita que o suspeito matou o homem com o objetivo de roubar dinheiro e objetos, mas foi surpreendido pela testemunha e acabou levando apenas um celular.
O garoto de programa já havia sido preso em 2007, por ter roubado R$ 6.000 em um golpe da "saidinha de banco", mas estava foragido.
A polícia, porém, acredita que o suspeito matou o homem com o objetivo de roubar dinheiro e objetos, mas foi surpreendido pela testemunha e acabou levando apenas um celular.
O garoto de programa já havia sido preso em 2007, por ter roubado R$ 6.000 em um golpe da "saidinha de banco", mas estava foragido.
Ele foi preso em casa, em Cidade Ademar (zona sul), e está recolhido no 77º DP (Santa Cecília).
A Justiça decretou sua prisão temporária, com prazo de 30 dias, tempo em que a polícia vai investigar se participou de outros crimes.
"Ele é profundamente frio, não se assustou com a prisão nem negou a autoria do crime. Encontramos o cenário de um crime bárbaro, mas o chuveiro ainda estava ligado", disse o delegado, que afirma que o suspeito ainda terminou o banho e trocou de roupa antes de deixar o apartamento.
Mais uma história, o mesmo trágico desfecho.
Até quando as autoridades brasileiras vão continuar fechando os olhos para esse verdadeiro genocídio?
Vira e mexe recebo abaixo assinados a favor dos gays da Nigéria, Irã, China e outros países, em que seres humanos não podem demonstrar seus sentimentos verdadeiros. Por isso, acho eu, é que os sites gays pornôs, que mostram árabes, persas e chineses, fazem tanto sucesso na net.
So que lá, pelo menos, os homossexuais sabem quem são e onde estão seus inimigos.
"Ele é profundamente frio, não se assustou com a prisão nem negou a autoria do crime. Encontramos o cenário de um crime bárbaro, mas o chuveiro ainda estava ligado", disse o delegado, que afirma que o suspeito ainda terminou o banho e trocou de roupa antes de deixar o apartamento.
Mais uma história, o mesmo trágico desfecho.
Até quando as autoridades brasileiras vão continuar fechando os olhos para esse verdadeiro genocídio?
Vira e mexe recebo abaixo assinados a favor dos gays da Nigéria, Irã, China e outros países, em que seres humanos não podem demonstrar seus sentimentos verdadeiros. Por isso, acho eu, é que os sites gays pornôs, que mostram árabes, persas e chineses, fazem tanto sucesso na net.
So que lá, pelo menos, os homossexuais sabem quem são e onde estão seus inimigos.
Nesses países, eles tem nome e rosto.
Aqui no Brasil, seu inimigo pode ser o vizinho homofóbico que te dá bom dia e "tchauzinho" pela manhã, o brutamontes analfabeto que participa de um programa de TV de grande audiência, as gangues que atacam no baixo Augusta aqui em Sampa, ou aquele bunitinho que você levava pra cama a pelo menos cinco anos, como o Virgílio da história acima.
São inimigos insuspeitos, que acabam por levar - todos os dias - o seu bem mais precioso: a sua vida.
Em vez de assinar pra liberdade dos gays iranianos, ou perder meu tempo em ler e-mais com o assunto "Vamos tirar o Dourado do bbb!" , eu só vou me preocupar em focar em sistemáticas que ao menos diminuam essa mortandade toda.
Aqui no Brasil, seu inimigo pode ser o vizinho homofóbico que te dá bom dia e "tchauzinho" pela manhã, o brutamontes analfabeto que participa de um programa de TV de grande audiência, as gangues que atacam no baixo Augusta aqui em Sampa, ou aquele bunitinho que você levava pra cama a pelo menos cinco anos, como o Virgílio da história acima.
São inimigos insuspeitos, que acabam por levar - todos os dias - o seu bem mais precioso: a sua vida.
Em vez de assinar pra liberdade dos gays iranianos, ou perder meu tempo em ler e-mais com o assunto "Vamos tirar o Dourado do bbb!" , eu só vou me preocupar em focar em sistemáticas que ao menos diminuam essa mortandade toda.
É absurdo, inadmissível que em pleno 2010 sejamos campeões de assassinatos de homossexuais.
Como brasileiro e homossexual, a cada vez que vejo um relatório desses, além do sentimento de desamparo e a preocupação com meus amigos, eu ainda morro de vergonha.
Como brasileiro e homossexual, a cada vez que vejo um relatório desses, além do sentimento de desamparo e a preocupação com meus amigos, eu ainda morro de vergonha.
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