sábado, 19 de março de 2011

"LOVE STORY" AINDA PROVOCA UM MAR DE LÁGRIMAS

É improvável que alguém aqui no Brasil se refira ao filme "Love Story" pelo nome que recebeu aqui - a tradução "Uma História de Amor" - já que o título original "pegou".

Megassucesso de bilheteria em 1970, o filme fez muito mais do que tornar célebre a frase "Amar é nunca ter de pedir perdão", repetida em duas cenas cruciais do enredo.

"Love Story" virou sinônimo de dramalhão para chorar, e ainda hoje causa esse efeito - tanto que filmes lançados depois dele exibiam cartazes com frases promocionais tipo "Mais emocionante do que "Love Story'!".

No Brasil, com um povo que sempre avacalha tudo, "Love Story" virou gíria para denominar situações em que as pessoas exageravam no tom dramático - exemplo: "Larga de ser tão "love story'"...

Desde o lançamento, muita gente tenta entender as razões desse sucesso, sem chegar a uma conclusão.

Nos extras do DVD, os comentários do diretor Arthur Hiller não ajudam a solucionar esse mistério, mas o bom e pequeno documentário que mostra a repercussão do filme dá uma ideia da dimensão do fenômeno.

O americano Erich Segal escreveu um roteiro sobre o envolvimento de um rapaz rico com uma garota pobre, que depois, descobre-se, sofre de doença terminal.

A Paramount comprou o texto em 1969, e, para reforçar a divulgação do filme, pediu que o autor escrevesse também um livro, para ser lançado nas lojas no Dia dos Namorados do ano seguinte, semanas antes de o longa ir para os cinemas.

Nem preciso dizer aqui que a estratégia funcionou, né?

Confira cena do filme:


"Love Story" - o romance - foi o livro mais vendido nos Estados Unidos em 1970, traduzido para 33 idiomas.

"Love Story" - o filme - rendeu US$ 106 milhões - na época foi a sexta maior bilheteria na história do cinema americano.

Nos papéis centrais, Ryan O'Neal e Ali MacGraw tinham 30 anos - quase uma década a mais do que os personagens.

Os dois nunca repetiram o sucesso em suas carreiras: O'Neal fez comédias menores, e MacGraw faturou com vídeos de ioga.

Na trama, Oliver, mocinho rico, estuda direito em Harvard, e Jennifer, pobrinha, dá duro para pagar uma faculdade de menor prestígio.

A família dele se opõe ao romance, eles se casam e Oliver perde a ajuda financeira do pai - interpretado pela lenda Ray Milland.

Arquivos do KlauO casal protagonista de "Love Story"

Tempos depois, o choque: ela tem uma doença incurável - o roteiro não deixa claro, mas é leucemia.
Quando a doença se agrava, ele acaba se reaproximando do pai.

As interpretações de todos são apenas corretas - porque Artur Hiller era um diretor correto, sem maior talento - mas o sucesso rendeu prêmios.

Foram cinco Globos de Ouro, incluindo melhor filme e melhor atriz para Ali MacGraw, que só fez o papel por ser namorada de Robert Evans, poderoso produtor da época.

No Oscar, teve sete indicações, mas só levou melhor trilha sonora, para Francis Lai.

O filme abriu a era mais lucrativa no cinema dos anos 1970, os "filmes de doença", que produziram baldes de lágrimas antes que a moda acabasse - tivemos outra, a dos "filmes catástrofe", com mais baixos do que altos.


É interessante lembrar aqui que Ryan O'Neal viveu a mesma dor de Oliver na vida real, ao perder sua paixão de muitos anos, Farrah Fawcett, também abatida por um câncer.

Assistir a "Love Story" agora, em pleno 2011, despertou em mim um certo prazer "arqueológico".

E eu confesso que até curti.

"LOVE STORY"
Direção:
Artur Hiller
Distribuidora: Paramount Pictures
Elenco:
Ali MacGraw
Ryan O'Neal
John Marley
Ray Milland
Russell Nype
Katharine Balfour
Sydney Walker
Robert Modica
Walker Daniels
Tommy Lee Jones
John Merensky
Andrew Duncan
Quanto: R$ 35 (em média)
Classificação: 12 anos
COTAÇÃO DO KLAU:

Nenhum comentário:

Postar um comentário