terça-feira, 1 de março de 2011

JANE RUSSELL, A ÚLTIMA PIN-UP DE HOLLYWOOD


Filha de uma atriz e de um militar, dona de formas esculturais, e uma das atrizes mais provocadoras do cinema nos anos 40 e 50, Jane Geraldine Russell foi lançada por Howard Hughes em "O Proscrito/The Outlaw" (1943), após ser descoberta pelo legendário produtor - interpretado por Leonardo Di Caprio em "O Aviador" (2004), de Martin Scorsese - quando trabalhava como recepcionista no consultório de um dentista.

Imagens: Arquivos do Klau

A atriz Jane Russell, no início da carreira

Imediatamente, com o grande sucesso do filme, foi transformada em símbolo sexual americano, passando à primeira opção para interpretar papéis femininos que marcaram uma geração de soldados americanos na II Guerra Mundial.

Atriz versátil, e dona de uma bela voz, a estrela interpretou papéis muito diferentes: a histórica bandoleira Calamity Jane - junto a Bob Hope - no western "A Paleface" (1948), fez comédia com Frank Sinatra e Groucho Marx em Double Dynamite (1951), policiais como Las Vegas Story (1952), e dramas, como "Mulher" (1951) ao lado de Robert Mitchum e Vincent Price, e Macau (1952), novamente ao lado de Mitchum.

Mas a Diva morena será para sempre lembrada pelos cinéfilos por seu papel em "Os Homens Preferem as Louras/Gentlemen Prefer Blondes" (1953), ao lado de outra Diva das telas, Marilyn Monroe.

Relembre a Diva Russel, na música "Ain't There Anyone Here For Love", de "Os Homens Preferem as Louras":



Ao contrário do que previram os fofoqueiros de plantão, as duas se deram maravilhosamente bem durante as filmagens, e continuaram amigas até a morte de Marilyn, em 1961 - Russell estrelou ainda um filme que foi uma resposta a este: "Gentlemen Marry Brunettes/ Homensse Casam com Morenas", de Richard Sale

Confira as duas Divas em ação, na música "Two Little Girls From Little Rock", que encerra o filme de 1953:



Sua carreira seguiu até 1970, quando já tinha estrelado 25 longas.

A partir daí, intensificou sua luta em defesa das crianças - que já vinha desde os 50, - principalmente através da ONG Court Appointed Special Advocates (CASA), organização de assistência à infância, e de sua própria organização, a WAIF.

Arquivos do Klau

Marilyn Monroe e Jane Russell deixam as marcas das mãos e seus autógrafos, na calçada do Teatro Chinês em Hollywood (1953)

Seu trabalho resultou na adoção de cerca de 38.000 crianças, e cerca de 300.000 crianças americanas - que vivem em orfanatos e instituições - foram atendidas pela WAIF, que opera em todo os EUA, coordenando políticas públicas e programas de educação profissional.

A WAIF ainda patrocina, além de programas de adoção, estudo e colocação profissional para crianças mais velhas, deficientes ou de minorias.

A Diva sempre dizia que que "cada criança, cada criança desamparada, tem direito a uma família, estável e amorosa", e, nos últimos anos estava atuando fortemente na situação dos meninos de rua.

No mundo liberal de Hollywood, Russell era uma rara defensora dos valores cristãos, e se descrevia como uma ativista pró-vida, após sofrer um aborto mal executado aos 18 anos, e que a deixou com problemas para gerar filhos.

Foi casada três vezes: com Bob Waterfield por 24 anos, com quem teve três filhos; com o ator Roger Barret, que morreu inesperadamente em 1969, três meses após o matrimônio; e finalmente com John Calvin People, em 1974, de quem ficou viúva em 1999.

Hoje, dois dias após o Oscar, fomos informados de que Jane Russel morreu ontem (28) aos 89 anos, em sua casa em Santa Maria (Califórnia).

"Falei com sua nora esta manhã. Ela morreu em paz em casa, com os filhos a seu lado", disse à AFP Kim Davis, diretora executiva da CASA.

GRANDE ATRIZ, GRANDE MULHER.

Jane Russell, em imagem de 2010

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