quinta-feira, 17 de agosto de 2017

RIP: PAULO SILVINO, UM DOS MAIORES HUMORISTAS BRASILEIROS

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Ele lutava contra um câncer no estômago e morreu nesta quinta, aos 78 anos
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Morreu, na manhã desta quinta (17), aos 78 anos, o ator e humorista Paulo Silvino, que lutava contra um câncer no estômago.

Segundo a Central Globo de Comunicação, o humorista morreu em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no início da manhã.

Segundo a família, Silvino chegou a ser submetido a uma cirurgia no ano passado, mas o câncer se espalhou e a opção da família foi que ele fizesse o tratamento em casa.

Paulo Ricardo Campos Silvino nasceu no Rio de Janeiro em 27 de julho de 1939 e estreou na TV Globo em 1966, apresentando o 'Canal 0', programa humorístico que satirizava a programação das emissoras de TV.

Ele cresceu nas coxias do teatro e nos bastidores da rádio, porque seu pai, o comediante Silvério Silvino Neto, conhecido por realizar paródias de figuras públicas no Brasil dos anos 1940 e 1950, levava o menino para acompanhar seu trabalho.

Ele pisou num palco pela primeira vez aos nove anos de idade, quando se atreveu a soprar as falas para um ator de uma peça que o pai participava.

Paulo Silvino também mostrava talento para a música, revelado durante as aulas que tinha com a mãe, a pianista e professora Noêmia Campos Silvino e na adolescência, se apresentava como crooner de um conjunto de rock, acompanhado por músicos como Eumir Deodato (acordeon), Durval Ferreira (guitarra) e Fernando Costa (bateria).

Seu lado cômico já se manifestava durante os números do quarteto. 
Quando cantava 'Singin' in the Rain', por exemplo, costumava abrir um guarda-chuva no palco.

A primeira performance profissional aconteceu em 1956: anunciado como Paulo Ricardo, para evitar associações com o pai famoso, cantou dois sucessos de Little Richards para a platéia do 'Programa César de Alencar', na Rádio Nacional.

Durante a apresentação, rasgou as próprias roupas e, apoteoticamente, comeu o medalhão de "ouro" que estava usando, na verdade, um biscoito pintado de amarelo - sensacional!

Autor de bordões que não saem da boca do povo brasileiro, Paulo iniciou a carreira no rádio, mas já nos anos 1960 se juntou ao elenco da TV Rio.

Na Globo, o comediante trabalhou nos programas 'Faça Humor, Não Faça Guerra' (1970), 'Uau, a Companhia' (1972), 'Satiricom' (1973) e 'Planeta dos Homens' (1976) e e 'Viva o Gordo' (1981).

Relembre Silvino no 'Viva o Gordo':


Em 1988, substituiu com sucesso o insubstituível Chacrinha, já doente, no seu 'Cassino'.

Trabalhou também, entre idas e vindas na Globo, na Record, no SBT e na Band.

Esteve no SBT de 1989 a 1992, onde atuou em 'A Praça É Nossa' e na 'Escolinha do Golias', com Ronald Golias.

Participou da 'Escolinha do Professor Raymundo' (1993 – 1995), na Globo, e da 'Escolinha do Barulho' (1999), na Record.

Deixou sua marca como intérprete de personagens lunáticos e criou bordões absurdos como "Ah, eu preciso tanto!", "Eu gosto muito dessas coisas!", "Guenta! Ele guenta!", "Ah, aí tem!" e "Dá uma pegadinha!".

Relembre Silvino na sua primeira aparição como o Lobichomem:


De volta à Globo em 'Zorra Total' (1999), e depois no 'Zorra', Silvino fez vários personagens, como um senador corrupto e o Lobichomem, um lobisomen gay - mas foi aclamado pelo público como o porteiro da Globo Severino (que analisa "cara e crachá") e que também usava outro bordão - "Isso é uma bichona" - para se referir ao diretor da cena em que sempre era chamado para 'quebrar um galho'.

Relembre Silvino como Severino:


Uma das suas últimas entrevistas na Globo foi para Jô Soares.

Reveja e divirta-se:


No começo de 2017, deixou o programa, justamente para tratar o câncer - ele descobriu em julho de 2016 que tinha um endocarcinoma (câncer de estomago).

Foi operado e desde o início de setembro de 2016, fazia sessões de quimioterapia para a remissão da enfermidade.

No cinema, participou de 'Um Edifício Chamado 200' (1973), 'Com a Cama na Cabeça' (1973, autor do argumento), 'O Rei da Pilantragem' (1968), 'Minha Sogra É da Policia' (1958) e 'Sherlock de Araque' (1957).

Paulo Silvino era casado e deixa três filhos: Flávio Silvino, João Paulo Silvino e Isabela Silvino.

Após gravar seu primeiro LP e atuar em algumas novelas da TV Globo, Flávio Silvino teve sua carreira interrompida em 2 de novembro de 1993 ao sofrer um grave acidente de carro que lhe causou danos cerebrais ao deixá-lo em coma durante 3 meses e meio.

Paulo Silvino buscava sempre a piada simples, mas de gosto popular, ao criar seus tipos, popularizando assim os bordões de seus personagens.

“Eu nasci nisso. Com seis, sete anos de idade, frequentava os teatros de revista nos quais o papai participava. Ele contracenava com pessoas que vieram a ser meus colegas depois, como o Costinha, a Dercy Gonçalves.”, disse o ator em entrevista ao Memória Globo.

Relembre cenas da carreira de Silvino, em vídeo do UOL:

REPERCUSSÃO:

A filha do humorista, Isabela Silvino, falou sobre a morte do pai.

"Amigos, obrigada por todas as mensagens. Ainda estou naquele processar isso tudo. Mas posso dizer que ele foi bem. Sem sofrer.", afirmou.

Em redes sociais, o filho mais novo do ator, João Paulo Silvino, também usou as redes sociais para falar sobre a morte do pai.

"Que Deus te receba de braços abertos meu pai amado".

Os amigos também lamentaram a morte de Silvino.

“Um dia triste. O Paulo Silvino é um super artista. A gente falando aqui nesses tempos de Pop Star (programa dominical da TV Globo), é bom lembrar que o Paulo Silvino foi um dos primeiros pop star do Brasil, um dos primeiros atores que cantava, teve disco gravado na época da Jovem Guarda, foi roqueiro, quer dizer, foi um homem de mil facetas. E pra mim, em especial, ele foi uma espécie de padrinho porque minha primeira aparição na TV foi junto dele no Balança Mais Não Cai e eu tinha só oito anos de idade. Quero mandar meus sentimentos para a família”, disse o amigo e também ator Lúcio Mauro Filho.

“Ser comediante nasceu por acaso. Talvez seja pela minha desfaçatez, porque eu nunca tive inibição de máquina. Tenho tranquilidade com a câmera e tive vantagem em televisão por isso. O riso dos cinegrafistas é o meu termômetro”

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