<>
Atenção! Spoilers à frente se você não assistiu ao episódio “Marion”, último da série
<>
O momento que todos esperávamos chegou: a cena em que Norman Bates (Freddie Highmore) mata Marion ( Rihanna) na icônica cena do chuveiro!
Só que não!
É que criadores da série, exibida no Brasil pelo Canal Universal, pegaram todos de surpresa com uma espetacular reviravolta.
Aqui, Marion mostrou que não é boba e apesar de ser conhecida como 'a vítima mais conhecida do cinema', conseguiu sair ilesa de 'Bates Motel' - quem morreu esfaqueado no chuveiro por Norman foi seu namorado.
Os fãs da série ficaram bem satisfeitos com essa reviravolta - afinal 'Bates Motel' não seria a mesma série se estivesse apenas mostrando o que já tínhamos visto no clássico 'Psicose' (1960), brilhantemente dirigido por Alfred Hitchcock .
No longa, Marion era interpretada por Janet Leigh e Norman Bates, vivido espetacularmente por Anthony Perkins.
No longa, Marion era interpretada por Janet Leigh e Norman Bates, vivido espetacularmente por Anthony Perkins.
Confira vídeo comparando a cena do chuveiro original e a 'versão Bates Motel':
CRÍTICA - EPISÓDIO FINAL:
É normal sentir uma espécie de vazio quando uma de suas séries favoritas acaba.
Uma espécie de tristeza.
Mas esse não foi o caso de 'Bates Motel'.
A produção, que começou bem e só melhorou nas temporadas seguintes, teve um final digno a sua trajetória.
O seriado, que contou a história de Norman Bates, o psicopata do icônico filme de Hitchcock, 'Psicose', fugiu de tudo o que era esperado dele.
Desde o início, com uma simplicidade impressionante, rompeu com todas as expectativas.
A começar que 'Bates Motel' não foi uma série de época, ambientada nos anos 1960, como o longa.
A trama se passou nos dias atuais, com um Norman adolescente , usando um iPhone e morando em uma cidade sombria, tomada pelo tráfico.
Uma história obscura que não começa com mortes, e cuja personagem principal, Marion Crane, só apareceu por dois episódios na última temporada.
A série contou, enfim, a história de Norman e sua mãe Norma (Vera Farmiga), e mais ninguém.
Ao contrário do filme, criamos uma relação profunda de empatia pelo psicopata que tira a vida de… quantas pessoas mesmo?
E tudo isso com a mãe encobrindo seus crimes e com a qual ele tem uma relação muito estranha.
Norman e Norma - relação muito estanha |
O roteiro que ganhou as telinhas por cinco anos e deixou os espectadores completamente extasiados, foi o grande segredo, por ser simples e cativante.
Mas não só de um bom roteiro se faz uma grande produção.
Freddie Highmore e Vera Farmiga deram total conta do recado e a cada episódio nos deram cenas e mais cenas antológicas.
Quem conhece o filme de 1960 percebe que a brilhante atuação do ator Anthony Perkins, que interpreta Norman, é fruto de muito estudo e trabalho.
Os trejeitos, a forma de falar, de andar… tudo está ali.
Freddie nos leva em uma viagem ao tempo, e vemos o personagem de Hitchcock ganhar vida em pleno século 21.
Frame da 'cena do chuveiro' do longa de 1960 |
O que mais impressionou é que o programa não virou escravo de sua audiência e do seu sucesso.
A história terminou no momento certo, com apenas cinco temporadas, sem estender o enredo por mais dez episódios (o que poderia ter sido feito, mas acabaria com o ritmo da série, e jogaria por água abaixo um roteiro tão bem construído).
Aviso aos que ainda não viram toda a série: esse texto está cheio de spoilers.
O fim de Norman
É difícil explicar para as pessoas que não assistem a série sobre Norman, basicamente um psicopata, um serial killer.
Mas quem assiste sabe que no fundo, ele tem um bom coração, mas infelizmente tem uma doença.
Tudo o que ele quer no mundo é ficar com sua mãe - e o final entregou isso - também entregou a punição que todos estávamos esperando para Norman.
Um final justo e bonito.
O último episódio dá vários sustos no espectador.
Mas conhecendo a história como conhecemos e acreditando na habilidade dos roteiristas, esses sustos passam rápido.
Primeiro, achamos que Romero vai matar Norman quando eles vão para o meio do mato, sozinhos, no meio da noite, encontrar o corpo de Norma.
Seria o final esperado por Romero, mas uma morte cruel para Norman (que aliás, nem era Norman neste ponto) não seria o melhor.
Quando ele joga o garoto no chão e se debruça sobre o corpo da esposa morta, aos prantos, já sabemos o que vai acontecer.
Não tem outro jeito: adeus, Romero.
Em seguida, após perceber que foi ele o responsável pela morte da mãe, Norman retoma controle sobre si, e finalmente a “mãe” se despede dele.
Essa outra personalidade que desde a infância o protegeu de todos os acontecimentos terríveis que o assombraram e o escondeu da cruel realidade em que vivia, finalmente vai embora.
Achamos que nesse momento Norman está “curado” e a partir de agora vai enfrentar sozinho as consequências dos seus atos.
Mas não, pois sabemos como o Norman do filme é.
Logo em seguida ele acorda e parece que tudo foi um sonho.
Logo pensamos: os roteiristas vão dar essa explicação para tudo o que aconteceu na série, que era tudo um sonho?
Depois de todos esses eventos traumatizantes, a mente de Norman vaga para o período mais feliz dele e de sua mãe, quando os dois estavam indo para o Bates Motel, recomeçar a vida, apenas os dois, felizes, sorridentes.
Os cortes das cenas ensolaradas, para o rosto sangrando, o cenário frio e o corpo congelado de Norma mostram como o seriado é brilhante.
A forma como Dylan (Max Thieriot) entra na história é ainda mais simples.
Norman vai fazer o check-in de uma mãe e seus dois filhos no hotel, e descobre que um deles se chama Dylan:
“O mesmo nome do meu irmão”.
E então liga para o irmão, sem nenhuma lembrança dos últimos cinco anos, querendo saber como ele está.
Ele conta sobre a mudança da família para o hotel, e diz que a mãe gostaria muito que ele fosse visitá-los.
Momentos antes de Norman receber o tiro disparado por Dylan, que tira sua vida, ele diz algo que faz com que toda a série faça sentido:
"Se você quiser muito alguma coisa, é só acreditar, que ela pode se tornar realidade".
E após ser ferido, nos últimos momentos de vida, ele finalmente imagina o reencontro com a mãe.
E a cena final - o cemitério, a lápide, os dois enterrados juntos - foi simplesmente espetacular.
Fim de Romero
O final de Alex Romero (Nestor Carbonell) pode não ter sido muito bom para os fãs do personagem, mas para que o via como um vilão foi o fim mais acertado.
Primeiro, ele consegue algo que queria desde a morte de Norma - confrontar o filho dela.
Ele aponta para o corpo da esposa e grita para o garoto que foi ele quem a matou.
Romero precisava disso, precisava vê-la mais uma vez, se despedir da forma correta - lembram que ele discutiu com o Norman no velório e foi embora?
E ele consegue tudo isso nos seus momentos finais.
E claro, depois ele morre pelas mãos de Norman, o que já sabíamos que aconteceria, já que a briga entre os dois pelo amor de Norma só poderia ter um fim trágico.
Até porque, ele não tinha mais futuro nenhum, era um homem desesperado atrás de vingança, fugitivo da polícia, assassino.
Fim de Dylan
Outro final que surpreendeu.
Quem achava que Dylan (Max Thieriot) iria matar Norman, se deu mal.
O irmão, que teve uma vida sofrida, fruto de um estupro, ignorado pela mãe, finalmente estava levando uma vida tranquila.
Casou com Emma, teve uma filha, estava morando em outra cidade - e aí descobre que a mãe morreu e que o irmão está completamente louco.
E na cena final, com Norman, mais uma coisa fica clara: tudo o que ele queria, era o mesmo que Norman queria, uma vida feliz, tranquila, com a família unida.
Mas a vida real está ali, na sua frente.
A mãe que ele não via há dois anos está morta na mesa de jantar, o irmão está segurando uma faca na sua frente, em uma última tentativa de se agarrar ao mundo fantástico que ele criou - e não há mais saída.
Dylan quer o bem de Norman, por isso se recusa a chamar a polícia, como Emma sugere.
Ele sabe que não tem como ter um final feliz, mas não quer quer o irmão seja maltratado.
No final, segurando a arma, ele toma a decisão de terminar com o sofrimento de Norman, ao mesmo tempo que se defende e evita se tornar mais uma de suas vítimas.
Enfim, ele volta para Emma e sua filha, e eles podem finalmente começar a vida que querem, longe de toda essa enorme confusão que aconteceu no Bates Motel.
A redenção de Marion Crane
O grande momento de Rihanna na série.
A cantora e atriz entrou na trama para dar vida a icônica personagem de 'Psicose', Marion Crane, mas como os roteiristas já haviam avisado, eles não recriaram a cena do chuveiro, em que ela é esfaqueada.
Desta vez quem é morto no banheiro do hotel é o seu namorado, que, na realidade, era casado com uma empresária da cidade.
Marion, ao descobrir que havia sido enganada, em um momento de raiva e vingança, arrebenta o carro do namorado.
Não há nada mais incrível do que ver a vítima de 'Psicose' se livrando do destino que todos achamos que ela iria ter e aparecendo na tela como uma mulher forte, furiosa, e inteligente.
Mais uma vez, temos que agradecer aos roteiristas por isso.
Sensacional!
Formato:
Série
Gênero:
Terror-Drama-Mistério-Suspense-Horror psicológico
Desenvolvedor(es):
Carlton Cuse-Kerry Ehrin-Anthony Cipriano
País de origem:
Estados Unidos
Idioma original:
Inglês
Produtor(es):
Justis Greene-Christopher Nelson
Co-produtor(es):
Jamie Kaye Wheeler-Christopher Nelson-Cory Bird-Heather Meehan-Erica Lipez-Scott Kosar
Produtor(es) executivo(s):
Vera Farmiga-Mark Wolper-Roy Lee-John Powers Middleton-Kerry Ehrin-Carlton Cuse-Tucker Gates
Elenco:
Vera Farmiga-Freddie Highmore-Max Thieriot-Olivia Cooke-Nicola Peltz-Nestor Carbonell-Kenny Johnson
Emissora de televisão original:
A&E
Emissora de televisão brasileira:
Canal Universal
Transmissão original:
18 de março de 2013 – 24 de abril de 2017
Status:
Série finalizada
N.º de temporadas:
5
N.º de episódios:
50
COTAÇÃO DO KLAU:
Nenhum comentário:
Postar um comentário