terça-feira, 7 de junho de 2011

SAIBA QUEM É GLEISI HOFFMANN, NOVA MINISTRA-CHEFE DA CASA CIVIL

A presidenta Dilma surpreendeu e convidou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para assumir a vaga deixada por Antonio Palocci na Casa Civil.

Em nota divulgada no fim da tarde desta terça (7), a secretaria de Comunicação da Presidência confirmou o pedido de saída do ministro e o convite à senadora, que o aceitou - na verdade, como bem narrou o ótimo Josias de Souza em seu blog, Dilma já tinha escolhido Gleisi desde ao menos segunda à tarde, e foi ela quem defenestrou Palocci, que ainda se sentia seguro no cargo, principalmente depois da decisão do cabotino Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, de não processar o então ministro da casa Civil, imposto a Dilma por Lula.

A nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, é senadora em primeiro mandato, tem 45 anos, e é casada com o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, que também foi cotado para a Casa Civil depois de 23 dias de PalocciGate.

Gleisi iniciou sua vida política ainda na adolescência, como militante do movimento estudantil, e filiou-se ao PT em 1989.

Foi secretária de Estado no Mato Grosso do Sul e secretária de Gestão Pública de Londrina,uma das maiores cidades do Paraná.

Ela participou da equipe de transição do governo Fernando Henrique para o governo de Lula, em 2002 e, posteriormente, foi diretora financeira da hidrelétrica de Itaipu.

Em 2006, ela concorreu pela primeira vez ao Senado pelo PT do Paraná, mas não conseguiu se eleger apesar de ter conseguido mais de 2 milhões de votos (45% do total).

Sofreu nova derrota em 2008, quando se candidatou à prefeitura de Curitiba, até ser eleita senadora no final do ano passado, tendo se tornado a primeira mulher a representar o Paraná no Senado.

Ag.Senado
A então senadora Gleisi Hoffmann fala da tribuna do senado da República

Formada em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba, Gleisi também é especialista em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira.

Com a indicação de Gleisi, Doutora Dilma coloca na Casa Civil - como já vinha indicando que faria - um nome que mescla capacidade técnica e política.

A nova ministra-chefe da casa Civil não chega a ser, como era a hoje presidente quando ocupava o posto, totalmente voltada para a condução dos assuntos do dia a dia do Planalto, mas também não tem tanta influência política no PT e no governo como tinha Palocci antes da - nova -  crise que o derrubou.

A indicação da senadora foi mesmo surpreendente, e eu separei a participação do comentarista de política Ricardo Kotscho, no Jornal da Record News de agora a pouco, que fez o melhor comentário analítico sobre a escolha da senadora para a Casa Civil:


Ao contrário do que boa parte da mídia andou escrevendo, desta vez Lula não teve participação no desfecho da crise, bem diferente do que aconteceu há duas semanas, quando passou dois dias estrelando reuniões e roubando a cena em Brasília, na tentativa de salvar Palocci e recompor a articulação política do governo, desenvoltura que não pegou nada bem, pois passou a impressão de que Dilma era uma presidente fraca e tutelada pelo antecessor.

Gleisi foi uma escolha pessoal da presidenta Dilma, que não ouviu ninguém antes de anunciar a decisão e apenas comunicou o nome da escolhida ao ex-presidente e ao vice, Michel Temer.

Ela vai ser uma espécie de Dilma de Dilma, uma gerente gestora de projetos do governo, como a própria presidente lhe pediu na conversa em que a convidou, para surpresa também da própria nova ministra.

Após a primeira grave crise que enfrentou, - e que se arrastou por longos 23 dias - posso dizer que esta terça foi um dia histórico pois, com apenas um gesto, Dilma assumiu pessoalmente o comando político do governo, sem intermediários, dando uma nova cara à equipe: a sua cara.

Quem sabe agora, a presidenta se desvencilhe de vez da sombra do seu antecessor e finalmente governe pelas suas próprias pernas.

A torcida - minha inclusive - é grande.

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