Hollywood sempre mostrou histórias com começo, meio e fim, mas, agora, cada vez mais, os estúdios seguem todos atrás do dinheiro fácil, com o início de histórias cujo meio e fim o público já conhece.
É o caso de X-Men: Primeira Classe, que estreia hoje.
Como a série rende boa bilheteria com as histórias de Wolverine e seus companheiros mutantes, por que não começar uma nova saga, mostrando a origem dos personagens?
"A série com o Wolverine tem sua carreira de sucesso e não quisemos interferir nela. Resolvemos apostar em outra, que foca no Professor X e no Magneto", diz Bryan Singer, produtor e autor, tanto dos primeiros filmes dos mutantes nas telonas, quando da ideia para essa nova possível saga.
Possível, por quê as partes dois e três vão depender, lógico, da bilheteria da parte um, mesmo com os atores já contratados para fazê-las.
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O diretor Bryan Singer em Londres
A ideia, diz Singer, foi responder a algumas perguntas do público que acompanhou a história dos mutantes nas telonas, como o por que Charles e Magneto estarem atualmente em lados opostos: Xavier acredita na humanidade e quer salvá-la com a ajuda dos mutantes do bem; Magneto é descrente e tem sua legião do mal.
"A vontade de contar essa história prévia apareceu quando dirigia o 'X-Men 1'. O Patrick Stewart [ator que interpreta Charles Xavier nos primeiros filmes] me perguntou um dia: como meu personagem acaba numa cadeira de rodas? Respondi: você quer a história dos quadrinhos ou a minha? Ele disse, a sua. Contei, ele gostou e é a que está no filme agora", disse Singer, durante entrevista em Londres.
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A partir da esquerda: Nicholas Hoult, James McAvoy, Michael Fassbender e Jennifer Lawrence em cena de "X-Men - Primeira Classe"
A ação se passa nos anos 60, durante a crise dos mísseis entre os EUA e a então União Soviética, que quase levou o mundo a uma guerra nuclear.
Charles Xavier, aqui é ainda um aluno da Universidade Oxford, que sabe de seus poderes de telepata, mas desconhece a quantidade de mutantes no mundo.
Por meio da CIA - agência de inteligência dos EUA -, ele conhece Erik Lehnsherr - que depois adotaria o nome de Magneto por sua capacidade de atrair e manipular metais - e logo se tornam amigos e depois adversários.
Apesar do tema sério [o perigo nuclear], o filme é muito mais leve e bem humorado que os demais "X-Men", diz Singer, que completa: "Se o público gostar dessas pinceladas de humor, talvez o próximo filme revele por que o Professor X ficou careca".
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