terça-feira, 14 de junho de 2011

HITCHCOCK INVADE SP A PARTIR DE AMANHÃ, COMIGO MERGULHADO DURANTE SEIS SEMANAS NA VIDA E OBRA DO MESTRE DO SUSPENSE


Poucos artistas do século 20 tiveram a vida e a obra tão devassadas como o cineasta inglês 
Alfred Hitchcock (1899-1980).

Desde 1957, quando os franceses Claude Chabrol (1930-2010) e Éric Rohmer (1920-2010) publicaram a coletânea de ensaios  Hitchcock  - o primeiro trabalho importante sobre ele -, centenas de documentários, livros, teses e o que mais a criatividade humana permitiu tentaram destrinchar cada aspecto de sua carreira.

Talvez o maior elogio que podemos fazer a ele é que, à parte todas as teorias, os filmes do mestre do suspense continuam tão intrigantes hoje quanto à época em que foram lançados.

O público de São Paulo terá mais uma prova disso a partir de amanhã (15), quando estreia, no Centro Cultural Banco do Brasil
, a mais completa retrospectiva já dedicada ao cineasta no Brasil.

Até o dia 24 de julho, serão exibidos 54 longas-metragens, três curtas e 127 episódios da série de TV que Hitchcock comandou entre os anos 1950 e 1960.



Arquivos do Klau
O Diretor Inglês Alfred Hitchcock


Apenas alguns trabalhos hoje considerados perdidos, como o média-metragem                     The Mountain Eagle (1926) e alguns curtas do início da carreira, ficaram de fora.

Para os fãs, é a oportunidade de ver na telona um panorama de toda a produção de Hitchcock, além de conferir aspectos menos conhecidos da obra do artista.

Um fragmento de nove minutos de Sempre Conte a sua Esposa, única parte conservada de um curta-metragem que Hitchcock codirigiu em 1923, é o trabalho mais antigo a ser exibido.

O trecho passará na abertura da mostra, às 10h, com O Jardim dos Prazeres, primeiro longa do diretor.

Os outros dois curtas da programação - Bon Voyage e  Aventure Malgache, ambos de 1944 - foram produzidos como peças de propaganda para o Ministério de Informação do Reino Unido durante a Segunda Guerra.

Da fase de Hitchcock no cinema mudo, ainda na Inglaterra, estão presentes raridades como 


O Inquilino (1926) - seu primeiro grande sucesso - e  O Aviso (1927).

Chantagem e Confissão (Blackmail, 1929) passará em suas duas versões, muda e sonora.

Ainda no campo das raridades, há episódios de séries, como  Alfred Hitchcock Apresenta  e 
The Hitchcock Hour: de 127, 20 tiveram realmente sua direção.

Para não falar, é claro, do prazer de rever as principais obras do cineasta, como Janela Indiscreta (1954), Um Corpo que Cai (1958), Intriga Internacional (1959) e Psicose (1960), no escurinho do cinema.

"Um diretor tão excepcional não poderia ser tema de uma retrospectiva qualquer", diz o curador da mostra, Arndt Roskens.

Alemão radicado no Brasil, Roskens trabalhou nos festivais de Berlim e do Rio e organizou, no ano passado, outra retrospectiva, de Yasujiro Ozu (1903-1963).


Editoria de Arte / Folhapress


Ele levou quase um ano para reunir todas as cópias dos filmes que serão exibidos na mostra, que  vieram de cinematecas e museus de vários países, como EUA, França e Inglaterra - a que mais viajou foi Juno e Paycock (1930), que veio da Austrália.

Curiosamente, a cópia mais difícil de localizar foi a do filme Ladrão de Casaca (1955), um dos maiores sucessos de Hitchcock: após meses de procura, Roskens encontrou uma distribuidora francesa que detinha os direitos do filme, e a mostra vai apresentar uma cópia nova, nunca exibida antes.

As demais cópias da mostra, apesar de não terem sido restauradas especialmente para a ocasião, estão em bom estado.

Paralelamente às exibições, o CCBB será palco de um curso, que mergulhará, durante seis semanas, às quartas e quintas, no universo e na obra do gênio inglês.

O curso, gratuito e por isso mesmo disputadíssimo, também começa amanhã com vagas esgotadas -  mas eu, felizmente, garanti a minha!

Seis semanas mergulhado em Hitchcock
Eu mereço!

Nenhum comentário:

Postar um comentário