ENTREVISTA COM MELISSA McCARTHY:
Melissa McCarthy é um dos nomes em evidência na atual Hollywood.
Mesmo quando atua num filme desprezado pelos críticos - como "Uma Ladra Sem Limites" - que estreia hoje no Brasil, seus fãs lotam os cinemas.
Melissa ficou conhecida e amada pelo grande público pelo papel que deu a ela uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante: a amiga desbocada na comédia "Missão Madrinha de Casamento" (2011).
Logo depois, ela levou o Emmy por representar uma das metades do casal de gordos na série "Mike & Molly".
Aos 42 anos,Melissa até agora mal consegue crer em sua sorte.
"É como se um pauzinho da sorte' tivesse caído sobre nós", diz ela, incluindo na equação seu marido e parceiro criativo, Ben Falcone.
"Temos a sorte de poder ganhar a vida fazendo o que gostamos, mas não achamos que isso nos torne melhores", diz a atriz ao repórter Dean Goodman.
A atriz conta que seus dois filhos pequenos não deixam o casal tirar os pés do chão.
"Eles não dão a mínima para nossa fama."
Já se passaram quase duas décadas desde que a filha de um fazendeiro do Meio-Oeste americano chegou a Los Angeles, sem um tostão, para se tornar atriz.
Trabalhou como garçonete e babá e sua sorte mudou quando entrou no 'Groundlings', uma trupe de comédia de improviso, onde conheceu Falcone.
Em 2005, ela já tinha papel na série "Gilmore Girls" e em 2010, ganhou seu seriado solo - "Mike & Molly".
A atriz Melissa McCarthy no red carpet do Oscar 2013 - foto: Just Jared
O sucesso chegou mesmo com "Missão Madrinha de Casamento": enquanto a arrecadação se aproximava dos US$ 300 milhões (R$ 600 milhões), os roteiros chegavam às dezenas na sua casa.
A maioria era muito ruim, visualizando a atriz em mais papéis malucos.
"Aparecia uma ideia desvairada depois de outra", diz McCarthy.
No meio da pilha havia um que seria a base de "Uma Ladra Sem Limites".
Os críticos americanos odiaram o filme: "repreensível", "nada engraçado", "um fracasso" e "de espírito mesquinho" foram alguns dos adjetivos usados.
Para eles, a atuação de McCarthy parece ser a única coisa que se salva, pois ela consegue dar alguma humanidade a uma personagem antipática.
Os fãs de Melissa? Nem confiança!
"Uma Ladra Sem Limites" custou US$ 35 milhões (R$ 70 milhões) e já arrecadou mais de US$ 120 milhões (R$ 240 milhões).
Enquanto toca seus projetos, Melissa é filosófica em relação ao sucesso.
"Acho que não ter tido dinheiro ou estabilidade aos 20 e poucos anos deve ter sido a melhor coisa, porque era obrigada a ir trabalhar todos os dias", diz ela.
"Não podia perder tempo. Espero que eu não enlouqueça agora."
Melissa volta em breve às telonas com a comédia 'AS Bem Amadas/The Heat', onde divide o protagonismo com Sandra Bullock e é novamente dirigida por Paul Feig - do sucesso 'Missão Madrinha de Casamento'.
'UMA LADRA SEM LIMITES' - CRÍTICA:
Adorei Melissa McCarthy, tanto em 'Missão Madrinha de Casamento' quanto na série 'Mike & Molly' - quando ela ainda usava seu nome completo, Melissa Ann Mccarthy.
Gorda, desajeitada, engraçadíssima, com boa presença cênica, até aqui ela era a segurança de o espectador rir - e muito.
Pena que no longa 'Uma Ladre sem Limites', que estreia hoje aqui no Brasil, Melissa, interpretando a tal criminosa que dá nome ao filme, não consegue conquistar a simpatia do público em nenhuma cena, o que acaba fazendo o longa não decolar nem mesmo com os esforços hercúleos em sua reta final, quando o espectador descobre que ela não é tão má pessoa assim.
Diana (Melissa McCarthy), em cena do longa - fotos dessa crítica: Divulgação/Universal Pictures Brasil
Diana (Melissa McCarthy) é uma estelionatária especializada em conseguir dados pessoais de suas vítimas, clonar seus cartões de crédito e curtir uma vida de luxos e excessos, enquanto as vítimas seguem a passos largos rumo à ruína financeira.
É o que também faz com Sandy Petterson (Jason Bateman), de quem copia a identidade justamente pelo fato de o infeliz ter nome que serve tanto para homem quanto para mulher - e não é que o sem noção do roteirista Craig Mazin acreditou que isso fosse ser divertido?
A partir daí, o espectador é submetido à uma busca incessante pelo riso fácil ao brincar com o nome bissex do personagem, além de outras gags igualmente sofríveis, como o hábito de Diana de dar socos na garganta das pessoas, repetido à exaustão e definitivamente nada engraçado.
Sandy Petterson (Jason Bateman) e Diana (Melissa McCarthy), em cena do longa
Sandy trabalha numa financeira, ganha pouco e é desprezado por seu chefe (Jon Favreau, a melhor coisa do filme), é casado (com a personagem de Amanda Peet), dois filhos e mais um a caminho.
Quando funcionários da empresa decidem se rebelar e começar o próprio negócio, Sandy se junta a eles para ganhar bem mais, proposta providencial para quem está com as contas apertadas, só que não sabe ainda é que Diana está estourando seus cartões de crédito na Flórida, o que coloca seu novo emprego em risco quando um mandado de prisão é expedido em seu nome.
Até aqui a única coisa que o público alimenta por Diana é o desprezo que costumeiramente se tem por bandidos.
Jon Favreau interpreta o chefe de Sandy, em mais uma grande interpretação
E a direção abaixo da crítica de Seth Gordon (do igualmente fraco 'Quero Matar Meu Chefe') na maioria das cenas só piora as coisas, como a sequência passada em um bar em que Diana paga bebidas para todos e se embriaga.
Poxa, fica claro aí que Diana é uma mulher solitária que só quer atenção, o diretor poderia provocar no espectador a compaixão pela personagem, mas a cena é tão mal conduzida que termina com o barman dizendo a Diana que pessoas como ela não têm amigos (!)
Quando o mal-entendido sobre a ordem de prisão é resolvido com a polícia - por uma razão que não faz o mais absoluto sentido - Sandy viaja para a Flórida para capturar Diana e salvar seu emprego, já que, pela lógica do filme, a polícia fica de fora.
O encontro com a criminosa transforma sua viagem numa grande aventura já que é obrigado a lidar com dois mafiosos que querem matar a estelionatária e um caçador de recompensas.
As muitas tentativas de arrancar humor das situações que se seguem - que incluem Diana inventando uma história nonsense sobre Sandy ter seus órgãos genitais mutilados num incêndio, só para citar um exemplo - não funcionam e são constrangedoras.
A proximidade afetiva dos personagens também é mal desenvolvida - Sandy, e sua mulher, imaginem, se convencem muito fácil de que Diana, afinal de contas, é só uma pobre coitada precisando de atenção.
O espectador, no entanto, não engole mais esse absurdo: foi lá e pagou pra ver uma comédia e rir; saiu do cinema com a sensação de ter sido de alguma forma ludibriado.
Os protagonistas, em cena do longa
Afinal, pra que sair de casa pra ver um Jason Bateman no piloto automático e uma Melissa McCarthy sem graça?
Esperemos agora o filme de Melissa com Sandra Bullock - veja acima.
Se mais essa empreitada for tão furada quando esta, juro que eu retiro tudo o que disse de bom sobre Miss McCarthy.
Confira o trailer do filme:
*****
'UMA LADRA SEM LIMITES'
Título Original:
Identity Thief
Diretor:
Seth Gordon
Elenco:
Melissa McCarthy, Jason Bateman, Amanda Peet, Jon Favreau, John Cho, Robert Patrick, Genesis Rodriguez e outros
Produção:
Pamela Abdy, Jason Bateman, Scott Stuber
Roteiro:
Craig Mazin
Fotografia:
Javier Aguirresarobe
Trilha Sonora:
Christopher Lennertz
Ano:
2013
País:
EUA
Gênero:
Comédia
Cor:
Colorido
Distribuidora:
Universal Pictures Brasil
Estúdio:
Stuber Productions / DumbDumb / Aggregate Films
Cotação do Klau:
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